"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O livro:
Winston Churchill (1874/1965) foi uma personalidade ímpar, cuja história de vida sempre me fascinou. Largamente traçada a sua biografia em múltiplas obras, este farol que foi da lucidez e da liberdade brilhou intensamemte aquando dos alvores da II Guerra Mundial e também no decurso da mesma, liderando um governo duma nação que, praticamente sozinha no início, fez frente ao nazismo. Foi o tempo em que, lembrando Manuel Alegre, se poderia dizer: "... mesmo na noite mais triste / em tempo de solidão / há sempre alguém que resiste / há sempre alguém que diz não." À época dos alvores desta guerra foi, dos que tinham responsabilidades europeias, o único que disse sempre não. Antes de enveredar pela carreira política, Winston Churchill foi militar, jornalista, aventureiro e viajante, ainda decorria o século XIX. Facetas estas desconhecidas para muitos, aqui deixo a sugestão da leitura de três livros da sua autoria, dos vários que ele escreveu: 1) "River War - a reconquista do Sudão" (Fronteira do Caos, Porto, 2007, 312 págs.) onde, integrado nas forças britânicas expedicionárias do General Kitechener, em 1898, relata os factos político-militares que levaram à reconquista do Sudão para a Coroa Britânica, após a morte do general C. George Gordon no cerco de Cartum e o domínio da sublevação de populações locais, tendo participado na batalha de Omdurman. 2) "A minha viagem por África" (Casa das Letras, Alfragide, 2010, 175 págs.) que é uma narrativa simples dum périplo que efectuou, em 1907, pelas colónias do Quénia e Uganda e descida do Nilo Branco, onde plasma aqui a sua visão colonial como defensor do império britânico. 3) "Os meus primeiros anos" (Guerra & Paz, Lisboa, 2008, 391 págs.) livro autobiográfico dos seus primeiros trinta anos de vida (1874 a 1908), onde relata a sua odisseia quer como militar quer como jornalista, onde foi combatente na Índia e no Sudão, repórter de guerra no Sudão e na África do Sul, jornalista prisioneiro de guerra na África do Sul e observador militar nas guerrilhas de Cuba. Laureado com o Prémio Nobel da Literatura (1953), foi, em toda linha um aventureiro puro e duro. Para quem quiser conhecer todo o seu legado vivencial existe uma excelente biografia do mesmo: "Winston Churchill - biografia" de Martin Gilbert (Bertrand Editora, Lisnboa, 2003, 726 págs.). Que se recomenda.

O Disco:
Manuel Alegre é, sem dúvida, uma figura incontornável na poesia do século XX (e não só). Como tal, aqui fica a sugestão da audição do mesmo a declamar poemas seus (com acompanhamento de fundo à guitarra por Carlos Paredes), numa gravação efectuada em 1974, tendo a Valentim de Carvalho lançado esta preciosidade poética que ficou titulada "É preciso um País". Um belo registo para a eternidade dessa voz cujo timbre é imbatível e inimitável.

O filme:
"Voando sobre um ninho de cucos". Filme magistral, de Milos Forman, que retrata a sociedade dentro dum hospício. O papel principal, em boa hora, foi atribuído a Jack Nicholson, que tem aqui um desempenho notável, como aliás é a sua imagem de marca em todos os filmes onde intervém. Até o título do filme é uma lição.

A frase:
"A relação mais fácil de estabelecer é com dez mil pessoas; a mais difícil é apenas com uma." (Joan Baez, compositora e cantora).

Efeméride do dia:
1924 - O aviador português Sacadura Cabral é dado como desaparecido quando pilotava um avião sobre o Mar do Norte. O seu corpo nunca foi encontrado. Companheiro de Gago Coutinho quer nos périplos africanos, quer na primeira viagem aérea que ligou Portugal ao Brasil.

Recomendo:
A RTP Memória recomeçou a transmitir a série "Uma família às direitas" (EUA), da pretérita década de setenta. Um excelente programa de humor. Os humoristas cá do burgo bem podiam ver esta série. Para aprenderem como é que, com poucos actores e num espaço limitado, se faz qualidade.

Aconteceu:
Mais uma manifestação nas ruas, que englobou militares, polícias, função pública, reformados, indignados, desalojados, espoliados e mais uns quantos. Depois das marchas e dos discursos da praxe, enrolaram-se as bandeiras do protesto e foi tudo para casa ver a novela. Tudo bem como dantes... quartel general em Abrantes.

Está a acontecer:
A "troika" (o verdadeiro governo de Portugal) anda por cá a vasculhar as nossas misérias. Esperemos que o primeiro-ministro e seus muchachos (os capatazes da "troika") os convençam que somos bons rapazes, cordatos, ordeiros e cordeiros, de modo a que deixem pingar mais uns "milhõezitos" nos depauperados cofres da Fazenda Nacional. 




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