"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Lawrence da Arábia

 

VIAJANTES, AVENTUREIROS E EXPLORADORES


Thomas Edward Lawrence – Tendo passado à História com o nome de Lawrence da Arábia, foi militar, arqueólogo, escritor e aventureiro. Nasceu a 16 de Agosto de 1888, em Tremadog (1), oriundo duma família que tinha o título nobiliárquico de barão. Efectua os seus estudos em Oxford, sendo um apaixonado pela cadeira de História, nomeadamente pela cultura da Antiga Grécia e da Era Medieval Europeia. Estuda os castelos ingleses e franceses e efectua um périplo pela Síria onde revira a presença milenária dos Cruzados. O Médio Oriente virá a ser a sua segunda casa.




 A par dos estudos, o desporto e a velocidade são as suas outras paixões. Auto-submetia-se a duras provas de resistência física ao frio e à fome que lhe virá a ser extremamente útil mais tarde.

Aos 23 anos encontra-se na fronteira turco-síria, em escavações arqueológicas em pesquisas sobre a ancestral cultura hitita quando integra os serviços de informações britânicos para vigiar as actividades económicas turcas. Três anos mais tarde, com o eclodir da I Guerra Mundial (1914/1918) os conhecimentos de Thomas Lawrence sobre a causa árabe virão a ser aproveitados pelo Exército Britânico pois a Turquia, sendo aliada da Alemanha, era um País inimigo.

Thomas Lawrence, simpatizante da causa árabe e amigo de Faisal (2), um dos líderes da Revolta Árabe (3), torna-se seu conselheiro. Acaba por se envolver directamente nos confrontos bélicos, liderando milhares de árabes, sabotando linhas férreas turcas, efectuando golpes de mão, desencadeando acções de guerrilha e cujo maior feito foi a tomada de Damasco, considerada inexpugnável pelos turcos. É aqui o seu apogeu e a sua fama torna-se lendária. Entrevistado pelo jornalista norte-americano Lowel Thomas nasce o “Lawrence da Arábia”, nome que o acompanhará para além da sua morte. Vive intensamente a causa árabe e come, bebe, dorme, veste-se e cavalga como um árabe.

Após o findar da Grande Guerra ainda participa na Conferência de Paz, em Paris, como conselheiro de Faisal, mas as manobras políticas que se desenrolam nos bastidores acabam por deitar por terra a sua utopia da emancipação e independência dos territórios árabes. É com mágoa que se vê afastado, diplomaticamente, até pelos próprios árabes que ele julgava serem mais agressivos para com as potências europeias (Grã-Bretanha e França).

Retira-se para a Grã-Bretanha e escreve a sua auto-biografia “Os sete pilares da sabedoria”, que aborda a sua epopeia aventurosa no deserto. Continua a vida militar, mas muito discretamente, até à sua passagem à reserva. Retira-se para Dorset (no sudoeste inglês) e, a 13 de Maio de 1935, ao deslocar-se de mota, tem um acidente na estrada onde circulava em velocidade. Ao tentar desviar-se de dois ciclistas, é catapultado da mota, sofrendo um violento traumatismo craniano que o deixa em coma durante uma semana até que faleceu, sem dar acordo.
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A sua morte foi pérfida e fingidamente sentida pela generalidade da classe política britânica e também árabe. Lawrence da Arábia era, há muito, uma carta fora do baralho político. A sua utopia sobre as independências árabes não interessavam a ninguém na altura. Para as potências europeias (Grã-Betanha e França) as imensas jazidas petrolíferas eram motivos únicos e suficientes para tentarem manter tudo na mesma. Para as lideranças árabes, então a descobrirem o modo de vida luxuoso que as imensas jazidas petrolíferas lhes poderiam proporcionar, tirando-os de viveram no deserto em tendas e rodeados apenas de cabras, e também por lhes faltarem o conhecimento técnico para a rentabilização da exploração petrolífera, não lhes interessavam muitas mexidas políticas na região que só poderiam trazer convulsões. Só meia dúzia de idealistas é que se propunham a tentarem radicalizar mais o mapa político-económico da região, aproveitando a presença árabe na Conferência de Paz em Paris. Entre eles estava Lawrence da Arábia. Daí o seu afastamento.

Era um homem que estava avançado para a época em que viveu. Mas que a viveu intensamente.

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(1) – Localidade piscatória do País de Gales – Reino Unido.

(2) – Faisal bin Hussein Bin Ali al-Hashemi (1883/1933), era membro da Casa Real Hachemita. Apesar de ter vivido em território do Império Otomano, em 1915 encontra-se na Síria e dá o seu apoio aos britânicos. Apoia a Revolta Árabe e parte das suas forças integram a comitiva que conquistou Damasco aos turcos. Após a Guerra Mundial participa na Conferência de Paz, em Paris (1919). Declarado Rei da Grande Síria (que englobava os territórios da Síria, Líbano, Palestina e Jordânia) acaba expulso pelos franceses, em 1920, de Damasco. Os britânicos, de quem sempre foi um fiel aliado conseguem fazê-lo Rei do Iraque, no ano seguinte. Em 1932, um ano antes do seu falecimento, o Iraque entrou na Sociedade das Nações*, como membro de pleno direito.

* - Sociedade das Nações – Antecessora da actual ONU.

(3) – Revolta Árabe – Sublevação desencadeada em 1916 por diversas facções árabes contra a presença e domínio do Império Otomano na península arábica, sublevação esta levada a cabo por organizações nacionalistas árabes e financiada pelos britânicos e que teve como protagonista principal Thomas Lawrence.

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HISTORIANDO MOÇAMBIQUE COLONIAL

 

 

Hassane-Issufo – (? - 1862) - Sultão de Angoche*. Ascende ao Sultanato após a morte de Amadi Sulemaine, de quem era Capitão-Mor*. Esclavagista, desenvolveu este comércio nos seus domínios. Nomeou o seu irmão Mussa Quanto, comandante das suas forças. Em 1855 Mussa Quanto invade a Zambézia e, em 1861, sofre uma operação de retaliação dos zambezianos, liderada por João Bonifácio Alves da Silva II. Receoso, Hassane-Issufo abdica do trono de Angoche, a favor do seu irmão e foge para Madagáscar, em Setembro de 1861, donde vem a ser expulso. Morreu em Anjoane, onde terá sido assassinado.

João Bonifácio Alves da Silva I – (1785 - 1840) – Prazeiro. Tendo chegado a Moçambique com dezoito anos de idade, ao serviço da Marinha de Guerra Portuguesa, foi um dos maiores negreiros desta colónia, estabelecendo a sua actividade na vila de Quelimane*, da qual foi Presidente da Câmara durante seis mandatos consecutivos de três anos cada um. Administrador dos prazos de Licungo e Mavale, comerciava gentios para o Brasil, território para onde se retira em 1825, fixando aí residência até à data da sua morte.

João Bonifácio Alves da Silva II (Quelimane, 1826 – Angoche, 26/09/1861) – Prazeiro, afilhado de João Bonifácio Alves da Silva referido anteriormente e de quem recebeu o mesmo nome, nasceu em Quelimane*. Estabelece-se nos prazos* de Licungo e Macuse e, em 1855, as suas terras são devastadas pelos exércitos de Mussa Quanto. Durante cinco anos, prepara a vingança, criando um temível exército de achikundas*, tendo como seu Lugar-Tenente Mateus*. Em 1861 invade o Sultanato de Angoche*, derrotando as forças de Mussa Quanto e obrigando este a fugir para o continente. No entanto, João Bonifácio Alves da Silva morre durante os recontros, no dia 26 de Setembro de 1861, apanhado por uma bala perdida. Também conhecido por “Impassue” e “Mipasse”, as suas forças de achikundas* darão origem, posteriormente, à criação da República Militar da Maganja da Costa*.

Silva, Manuel Galvão – (? - ?) – Cientista. Em 1787, aporta a Moçambique, acompanhado do desenhador António Gomes e, durante mais de um ano percorre as regiões de Tete* e Manica*, cartografando o território e catalogando e desenhando a sua riqueza de minérios.

Manuel Luís Duarte – (? - ?) - Degredado português que, em Moçambique, foge e acolhe-se junto de Mussa-Quanto, a quem revela a organização administrativa e militar dos portugueses. Toma o nome de Momade-bin-Sultani e abraça o islamismo.

Morla – Régulo* macua*.

Muene – Chefe tribal.

Mussa Quanto – (? – Gojane, 27/07/1877) - De nome verdadeiro Mussa Momade Saibo, era também conhecido por “Namuali”, que significa “Senhor Terrível”. Era irmão de Hassane-Issufo, Sultão de Angoche* e, na sua formação de homem, viajou por Zanzibar, Comores, Madagáscar e interior de Moçambique, acabando por ser nomeado comandante supremo das forças do Sultanato. Guerreia os imbamelas que vence e, de seguida, em 1855, invade prazos* zambezianos, até ser travado nas margens do Chire. No regresso a Angoche razia tudo o que encontra, incluindo os prazos de Macuse e Licungo, pertencentes a João Bonifácio Alves da Silva II. Cinco anos volvidos este prazeiro, que preparara a sua vingança, inicia a retaliação com os seus achikundas* e, em Setembro de 1861, encontra-se às portas do Sultanato. Acobardando-se, Hassan Issufo** abdica e foge para Madagáscar, assumindo Mussa Quanto a liderança do sultanato, que cai nas mãos de João Bonifácio Alves da Silva II, no violento assalto que desencadeia em 26 de Setembro de 1861, mas onde acaba por morrer, em combate. Mussa Quanto foge, auxiliado pelo Xeque* de Sangage, combatendo sempre os portugueses, até que é aprisionado em Sancul e recolhido à fortaleza de São Sebastião*, na ilha de Moçambique*, donde foge em 1862, para Madagáscar. Nesse mesmo ano regressa a Moçambique, instala-se entre Sangage e Parapato e subjuga diversos pequenos régulos*; acabando por atacar a pequena guarnição portuguesa de Parapato, que resulta na morte dalguns soldados e fuga doutros. Os portugueses reagem e prendem amigos e familiares de Mussa Quanto, até que este é derrotado, no Monapo, pelo Xeque* de Sancul, obrigando-o a refugiar-se em Matibane e a pedir a paz, em Outubro de 1862. Fixa-se depois em Madagáscar, durante dois anos, após o que regressa a Moçambique em Agosto de 1864, reiniciando a sua actividade bélica. Avassala régulos* e ataca o posto militar de Parapato, derrotando as forças portuguesas. Nesse mesmo ano prende a tripulação dum escaler britânico, na barra do Sangage, comandadas pelo Tenente Reed e negoceia, directamente, com o Almirantado britânico, a troca dos prisioneiros pelos seus familiares detidos pelos portugueses na ilha de Moçambique*, onde se contava a sua irmã Mahera, o que lhe confere notoriedade e, em simultâneo, humilha a administração portuguesa. Em 1867 Manuel Luís Duarte, um degredado português, foge para a sua corte, islamiza-se e revela a Mussa Quanto a orgânica administrativa portuguesa. Entre 1870 e 1876 guerreia o Morla Muno, de quem era inimigo mortal. Em 1872 os portugueses, impotentes para derrotarem Mussa Quanto, tentam negociar a paz, mas as conversações falham por os portugueses recusarem-se a abandonar o seu fiel aliado Morla Muno às mãos de Mussa Quanto. Nesse mesmo ano as forças portuguesas, goradas as negociações, conluiadas com as forças de Morla Muno, cercam Mussa Quanto em Namipoze que, após quatro dias de cerco, consegue romper as linhas inimigas, num violento combate de corpo a corpo, escapando-se ferido. A caminho de Mogovola adquire armas e munições e recruta homens e, em 1876, consegue derrotar o seu inimigo mortal, Morla Muno, em Mbaheia, acabando por estabelecer com os portugueses um acordo de paz, em 17 de Maio de 1877. Este incansável senhor da guerra passou à História com o cognome de “Napoleão de Angoche”. 

Prazeiro – Proprietário de um prazo*.

Vilalo – (? - 1861) - Muene marrovene, hostil aos portugueses, cuja cabeça foi decepada pelas forças de João Bonifácio Alves da Silva (2), em 1861, na sua invasão retaliativa ao Sultanato de Angoche*, servindo depois para a cerimónia de entronização do seu sobrinho Carruba, mais dócil aos interesses portugueses.

Vitorino Romão José da Silva – (Quelimane, 1832 – Quelimane, 1867) - Irmão de João Bonifácio Alves da Silva II e, tal como ele, prazeiro*. Por morte do seu irmão torna-se seu herdeiro indo, em 1861, a Angoche* chefiar o exército de achikundas* que derrotara Mussa Quanto. Persegue este, até que o prende no Xecado de Sancul, remetendo-o para a ilha de Moçambique*. Foi nomeado Capitão-Mor* de Angoche.

Xecado de Sancul– Oriundos da ilha de Moçambique*, alguns nobres árabes instalaram-se em Sancul e criaram este Xecado, na segunda década do século XVI, depois dos portugueses terem-se instalado e passado a dominar a sua ilha de proveniência, como forma de fugir à sua influência. Posteriormente alguns notáveis deste Xecado criaram um outro, mais a sul, o Xecado de Quiluva, mas que acabou rapidamente por ser absorvido pelo de Sancul. Beneficiando da situação geográfica onde se encontravam instalados, nunca tiveram problemas de maior com os portugueses, sendo até considerados leais súbditos da Coroa Portuguesa, até que esta situação se ter alterado em 1753, quando o Xeque* foi morto por um comandante militar português, que se julgara traído pelo mesmo, durante as campanhas contra régulos* macuas*. Forças dos Xecados de Sancul e de Quitangonha*, que também participavam nestas operações em auxílio dos portugueses, abandonaram de imediato o teatro de operações. Daí em diante a ruptura com os portugueses foi permanente, tendo recusado sistematicamente auxiliá-los com homens ou armas ou autorização de circulação pelos seus domínios, em outras operações militares. No decurso do século XIX assiste-se a uma estabilidade política neste Xecado, que desenvolveu, ao longo de todo o século, a actividade esclavagista, conluiado muitas vezes com autoridades portugueses. No entanto, em Dezembro de 1874 Mocusse-Omar liderava o Xecado, tendo os portugueses efectuado uma surtida onde apresaram diversos pangaios** e libertaram vários escravos. Só no ano seguinte é que este Capitão-Mor* seria preso pelas autoridades portuguesas e deportado para Angola. Na última década desse século, o Xeque Suali Bin Ali desencadeou actividades anti-portuguesas, atacando diversos postos militares portugueses e mandando decapitar um seu vizir*, em 1905, acusando-o de colaborar com a ilha de Moçambique*. Entre 1906 e 1908 colaborou com o Régulo* Nacavala, do Regulado do Namarral*, na sua luta contra os portugueses. Este Xecado veria pouco depois o seu fim político, à semelhança de muitos outros, quando os portugueses assumiram em pleno a soberania do território. 

Xecado de Sangage – Parco na sua história, este pequeno Xecado estaria avassalado ao Sultanato de Angoche*. No decurso do século XIX aspiraram a maior autonomia e conluiaram-se, por vezes, com autoridades portuguesas. Mussa Quanto pôs cobro a estas actividades anexando o Xecado, entre 1862 e 1877. João de Azevedo Coutinho** invade este Xecado em 1885 e avassala o seu Xeque* Buana Amade. No entanto, em Fevereiro de 1890, forças deste Xecado revoltam-se de novo e incendeiam alguns povoados, morrendo pouco depois a rebelião.

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* - Já aberta ficha
** - A abrir ficha posteriormente

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UMA PERSONALIDADE PARA A ETERNIDADE

 
Victoria Leigh Soto

Na passada sexta-feira dia 14 de Dezembro de 2012 um louco, de nome Adam Lanza, matou a sua mãe e, de seguida, chacinou seis professores e vinte alunos na Escola Sandy Hook, em Newton – Connecticut, nos Estados Unidos.

 
 

A professora Victoria Soto ao aperceber-se do tiroteio escondeu os seus alunos num armário da sala de aulas e quando o homicida, sedento de sangue, por ali passou e viu-a perguntou-lhe onde estavam as crianças ao que ela lhe disse que estavam no ginásio. Acabou assassinada mas, generosamente, salvou a vida aos seus alunos.

Vida por vida” é o lema dos Bombeiros Portugueses. “Vida por vidas” terá sido a opção do lema desta jovem professora, assassinada na flor dos seus 27 anos. Espero que os alunos que ela salvou venham a ser dignos da sua memória, tornando-se cidadãos exemplares dos EUA, em particular e do Mundo, em geral. Para que o seu sacrifício não tenha sido em vão.

Pelo seu acto corajoso e altruísta considero-a uma personalidade para a eternidade. Daí a razão desta minha singela homenagem.

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LEITURAS EM PROSA


Título: O sete pilares da sabedoria
Autor: T.E. Lawrence
Editora: Publicações Europa-América   Ano: 2004     Págs.: 702    Género: Autobiografia

 


Da autoria de Thomas Edward Laurence (Lawrence da Arábia), este livro é uma auto-biografia da sua participação da Revolta Árabe, no decurso da I Guerra Mundial. O livro, para além de historiar militarmente o que foram os combates que opuseram forças irregulares árabes contra o Exército turco, na península arábica é, também, um relato vivo e contundente de utopias, emoções, ponderações filosóficas e estados de alma com que o Autor se debateu no decurso desta sua aventura.

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Título: Mãe Preta
Autora: Celeste Cortez
Editora: Edição de Autor (?)    Ano: 2011     Págs.: 438     Género: Romance

 
 
 
Um romance ligeiro, cujo cenário decorre em Moçambique. Limito-me a transcrever a súmula que vem descrita sobre o mesmo na contra-capa: “Deus, Chicumebo; Cuxecuxe, trilogia que não correspondeu aos pedidos de Lina para ser mãe. /// Destroçada, após anos de violência conjugal, tendo apanhado com “chambôco” por não ter conseguido ser mãe – apesar dos pedidos a Deus e a Xicuembo e das idas ao cuxe-cuxe – Lina sentia-se muito só. /// Numa visita à casa dos seus ricos ex-patrões, constata que, como de costume, cada um foi passar o fim-de-semana habitual – jogos de canasta, bridge, corridas e cavalos, bailes. /// Seguindo o som de choro, encontra num quarto com a janela aberta – numa tarde de rigoroso inverno – uma criança branca, recém-nascida, sem agasalhos. /// No instinto de a salvar, num delírio do momento, lava-a para a aldeia indígena com todas as consequências que isso lhe possa vir a causar. Culpada ou inocente?


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Título: Neighbours
Subtítulo: Quem não sabe de onde vem não sabe onde está nem para onde vai      
Autora: Lília Momplé
Editora: Porto Editora      Ano: 2012     Págs.: 159       Género: Romance

 


Confesso que foi um livro que me surpreendeu. Conheci a Autora, de quem sou familiar por afinidade, há mais de trintena e meia de anos e, entre nós, o relacionamento foi sempre crispado, por motivos políticos. Na altura (após a independência de Moçambique), fruto da sua vida à sombra acolhedora da Bandeira Portuguesa, Lília Momplé tornou-se mais papista que o Papa ou seja, mais frelimista que a Frelimo, na ânsia de catar lugares que lhe dessem poder. E conseguiu-o. As luzes da ribalta seduziam-na, a adulação tornava-a petulante e o poder, esse, sonhava com ele. Os nossos caminhos separaram-se com a minha vinda para Portugal e nunca mais nos voltámos a cruzar, para bem de ambos. Ou, se calhar, apenas para meu próprio bem.

Voltando ao romance: inspirado em factos que terão ocorrido na conturbada década de 80, em Maputo, relata-nos um atentado feito por um comando sul-africano (ainda no tempo do “apartheid”) com a ajuda de três moçambicanos que, por diversas razões (que se desenrolam ao longo do livro) os levam a pactuar com os bóeres. O livro, dotado duma simplicidade desarmante, à medida que mergulhamos no mesmo, quer o perfil psicológico dos diversos intervenientes quer a trama que se desenrola, apanha-nos de tal modo que não nos apetece parar a leitura, para saber qual o desenlace.

Por isso é um livro cuja leitura recomendo. Nunca pensei vir a dizer isto de Lília Momplé. Estou mesmo a ficar velho.

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Título: O menino de Lahane
Subtítulo: Romance em Timor          
Autor: Nídio Duarte
Editora: Canallagos Editora     Ano: 2007     Págs.:  192       Género: Romance

 


Um romance que nos leva a percorrer o Timor da década de 60, bem como o processo de descolonização daquele território e a invasão indonésia, não deixando de apontar o dedo ao abandono que o povo maubere foi deixado pelos portugueses.

 
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LEITURAS EM POESIA


Marcelo Veiga (Francisco Veiga da Mata)

Poeta santomense, nascido (1892) e falecido (1976) na Ilha do Príncipe. Efectua os seus estudos secundários em Lisboa, mas os mesmos ficam incompletos.

 
COSTA ALEGRE*

Numa ilha do Equador
Onde florescem palmas e cacoeiros
E têm murmúrios doces os ribeiros,
Nasceu um sonhador,
Um visionário, asceta,
Alma branca, de flor,
Que o destino fadou e sagrou de poeta.

Menino e moço ainda,
Como a ave que bate a asa esperta e linda
Mal pressente na voz o primeiro canto,
Deixou um dia, rindo, sem pranto,
A sua ilha que o Sol, afaga e alinda.

Alegre lhe chamaram,
Para a glória o fadaram,
Para triunfador nasceu,
Mas como a ave que pelo espaço corre
E, após o primeiro trilo, cai e morre,
Costa Alegre morreu!

* Sobre o poeta Costa Alegre já foi feita uma abordagem aqui, em 08/06/2012.


Nesta sua estadia relaciona-se com pintores e escritores da boémia Lisboa, nomeadamente com elementos da sua terra, tais como o pintor Almada Negreiros e o romancista Mário Domingues. Retorna ao Príncipe em 1928 onde tenta a actividade agrícola.


É VERGONHA OU O QUÊ?

Quando vês teu irmão preto,
- É vergonha ou o quê? –
Tu toda te atrapalhas,
Baixas o olhar inquieto,
Os próprios passos baralhas
Num ziguezaguear demodé…

Que te fez a tua raça?
Que te fez a tua cor?
Vês a branca com mais graça
E a preta mais feia, ou pior?
A culpa é de Deus só!

Se é isso que te faz dó
Ata uma pedra ao pescoço
E afoga-te num poço…
A pele já não a mudas:
Veio assim…
Não há pomadas, ajudas
Que lhe façam de marfim.

 
Em 1959 desfere um discurso sobre o estrangulamento económico do arquipélago, pondo em causa o sistema colonial português. No biénio 59/60 sofre a repressão política, ficando preso, quer em são Tomé quer em Luanda, até que acaba absolvido.

NOVA LIRA – CANÇÃO

Quem embarcou no porão
Fechado a sete chave,
Apertado entre traves,
Sem ver o Sol sem ver a Lua?
Foi o preto!

Quem deixou a sua terra,
- Filho ingrato que fugiu
Ao pai e à mãe que não mais viu,
Para ir acabar como um cão?
Foi o preto!

Quem a mata derrubou,
E cavou, e semeou,
E com a sua mão de bruto
Cuidou e recolheu o fruto?
Foi o preto!

            Quem fez o “senhor” – o patrão;
“Lhe tirou da vida aflita”;
“Lhe deu senhora bonita”
“E importância e situação”?
Foi o preto!

Entre 1962 e 1973 viveu em Lisboa, tendo estado com residência fixa até 1971, tendo sido nesta sua estada que escreveu a maior parte dos seus poemas. Dois anos mais tarde retorna à sua terra natal, onde virá a falecer.
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A sua obra poética encontra-se compilada numa iniciativa da Câmara Municipal da Amadora que, em 1989, patrocinou a edição do livro “O canto do Ossobó*” das Edições ALAC, segundo leio no blogue “falcaodejade.blogspot.pt” editado em 14/01/2012.

* - O ossobó é um pássaro santomense, também conhecido por cuco-esmeraldino, possuidor dum trinar cantante suave.


 
 
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MÚSICA

José Afonso

Um dos mais lídimos representantes da música portuguesa, incidindo na balada e na música de intervenção, José Afonso nasceu em Aveiro, em 02/08/1929. Por o pai pertencer aos quadros da judicatura e ser colocado em diversas comarcas, quer em Portugal quer nas colónias, ainda de tenra idade acompanha os pais para Angola e em 1937 a família ruma para Moçambique, ficando aí um ano. Regressa a Portugal (Belmonte) entregue a familiares enquanto os pais seguem, posteriormente, para Timor. Entre 1942/45 os seus pais ficariam cativos das forças japonesas que, no decurso da II Guerra Mundial (1938/1945), invadiram e ocuparam Timor. José Afonso completa os estudos secundários (1948) e inscreve-se na Universidade de Coimbra, onde acaba por tirar o curso de Histórico-Filosóficas (1963).
 
Em 1953 grava o seu primeiro disco “Fados de Coimbra” e inicia a sua carreira docente em várias localidades de Portugal e, dez anos mais tarde, edita um dos seus mais famosos temas que se tornou num dos símbolos da oposição à ditadura salazarista: “Os vampiros”. Opositor, desde a primeira hora, do regime que então vigorava em Portugal, José Afonso faz da música uma arma de combate a esse mesmo regime que, por sua vez, não lhe dá tréguas. Realiza algumas digressões pela Europa e em 1964 vai para Moçambique, onde exerce a sua actividade de docente. Simpatiza com os movimentos independentistas das colónias portuguesas o que faz aumentar a pressão sobre si por parte da polícia política do regime, a PIDE.

 

 
Em 1967 regressa a Portugal e é colocado em Setúbal, mas acaba expulso do ensino oficial. Sobrevive a dar explicações e continua a gravar discos, que são apreendidos pela PIDE. Em 1971 grava “Cantigas de Maio” e neste álbum engloba o tema “Grândola vila morena”, tema este que viria posteriormente a ser escolhido pelos militares como senha sinalética do desencadear do golpe de estado militar do 25 de Abril de 1974. Simpatizante da ideologia do Partido Comunista e da LUAR*, mas não se filiando nos mesmos, acaba preso entre Abril e Maio de 1973, em Caxias, pela segunda vez (a primeira fora em 1969).





Após o golpe abrilino que gerou a “Revolução dos Cravos” José Afonso torna-se num dos mais estrénuos defensores do período do PREC**, adere às facções radicais do MFA*** e declara o seu apoio às candidaturas presidenciais de Otelo Saraiva de Carvalho (1976) e de Maria de Lurdes Pintassilgo (1986).

Virá a falecer em Setúbal com 57 anos de idade, em 23 de Fevereiro de 1987, vitimado por doença, deixando-nos todo um legado musical excepcional, para além dum exemplo de cidadania acima de qualquer suspeita.

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José Afonso deu os seus últimos espectáculos no Coliseu de Lisboa e do Porto, no decorrer do ano de 1983. Pesquisando no Youtube catei o espectáculo que ele deu no Coliseu de Lisboa, que se reproduz de seguida.

 



Para recordar o Homem generoso e excepcional que ele foi, na sua simplicidade.

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*- LUAR – Sigla de Liga de Unidade e Acção Revolucionária, movimento oposicionista à ditadura do Estado Novo, fundado em Paris em 1971. Entre os seus fundadores constavam nomes lendários da oposição como Palma Inácio, Camilo Mortágua e Emídio Guerreiro.

** - PREC – Sigla de Processo Revolucionário Em Curso, movimento popular de raiz vincadamente de esquerda que tendia a desmantelar todas a estrutura do Estado Novo, radicalizando e extremando a deriva política do País para sistemas maoístas e estalinistas. Humoristicamente os movimentos da ala direita e conservadora do País chamavam ao PREC o Processo Revolucionário Eventualmente Chocante. O PREC, que terá nascido pouco depois do 25 de Abril de 1974 terminou com o golpe militar do 25 de Novembro de 1976, que fixou de vez a democracia parlamentar.

*** - MFA – Sigla de Movimento das Forças Armadas, instituição que liderou o golpe militar do 25 de Abril de 1974 e dirigiu parcialmente os destinos do País durante o PREC.

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VOZ DE OURO

 
 "Run" é uma canção interpretada originalmente pelos "Snow Patrol" e que foi aproveitada magistralmente por Leona Lewis que a reciclou. Dotada duma voz poderosa, a cantora britânica suplanta, na minha opinião, o original.

 

 
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FILME


Título:             Lawrence da Arábia
Produtor:                            Realizador: David Lean
Actores: Peter O´Toole, Omar Sharif, Alec giness, Antonhy Quinn, entre ouros
Ano: 1962    Género: Histórico  Duração: 218 minutos

 

 

Um filme magistral, que retrata a época aventureira de Thomas Edward Lawence, na Arábia, sendo uma reconstituição histórica ao mais alto nível. Já não se fazem filmes assim. Não o ver… é um acto contra-cultura.

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FOTOGRAFIA
 

Título: Africa
Autora: Leni Riefenstahl
Editora: Taschen    Ano: 2005     Págs.:  559    Género: Fotografia


 

Um espectacular livro que recolhe todo o acervo fotográfico da Autora na África Oriental (Sudão e Quénia), quando andou pelas regiões sudanesas e quenianas. Em 1955 Lenie Riefenstahl*, numa viagem de regresso a Munique, vinda de Espanha lê “As verdes colinas de África” de Ernest Hemingway e fica apaixonada pelas descrições que aí constam sobre aquele continente. Posteriormente lê um artigo na imprensa que abordava a escravatura em África e decide-se a tentar realizar um filme, que teria por título “Carregamento Negro”.




Para tal desloca-se ao Quénia em viagem exploratória para escolha dos locais de filmagens (1956) e acaba por ter um grave acidente de viação que quase a atira para a morte. Fica hospitalizada em Nairobi e, no decurso deste internamento, lê uma reportagem da “Stern” onde vê uma fotografia de George Rodger que mostrava dois lutadores núbios em competição. Em Outubro de 1962 arranca para o Sudão e, integrada numa expedição cinematográfica, atravessa a Montanhas Núbias na região de Kordofan e atingem a aldeia de Tadoro, onde ficam aí sete semanas. Leni Riefenstahl trava amizade com as gentes dessa aldeia e fotografa-os incansavelmente, incluindo a prova de luta dos núbios que é um ritual iniciático para eles.


 

No ano seguinte (Abril de 1963) acompanha o Governador do Alto-Nilo numa viagem durante 15 dias e fotografa as tribos Anuak, Murle, Nuer e Dinka. Em Maio seguinte encontra-se a fotografar os Massai, em Laitokitok, no Kilimanjaro, onde capta imagens dos tiros de iniciação.


 

Em 1964, parte sozinha para o Sudão e, apesar de em Cartum, onde aterra, se combater em guerra civil, consegue atingir Tadoro, no Sul onde passa o Natal, com os núbios. No ano seguinte está de volta aos núbios e filma as suas lutas rituais, de tal modo perto deles que numa das vezes caem por cima dela fracturando-lhe costelas. As suas fotos dos nubas começam a aparecer em diversa imprensa internacional. Em 1965 viaja pela terceira vez para o Sudão e convive de novo com os seus amigos núbios e três anos mais tarde encontra-se de novo no Sudão, onde passa o Natal com os núbios Mesakin Quissayr.




Em 1973 Leni Riefenstahl publica o seu primeiro livro de fotografias dos núbios, que titula de “Os Nuba: como pessoas de outras estrelas”. O Presidente do Sudão Gaafar Muhammad al-Nimeiry concede-lhe a cidadania sudanesa, sendo a primeira pessoa estrangeira a ter tal distinção.




Em 1974 e 1975 Leni Riefenstahl volta ao Sudão e fotografa os núbios do Sudeste, onde tira para cima de duas mil fotografias captando as suas lutas com facas e pinturas de corpos. Em 1982 publica outro livro de fotografias da sua autora com o título: “A África de Leni Riefenstahl”.
 

 
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* - Leni Riefansathl – (Berlim, 22/08/1902 – Pocking, 08/09/2003) – Bailarina, actriz de cinema, realizadora cinematográfica, fotógrafa e documentarista subaquática, foi uma mulher excepcional que atravessou e viveu o século XX em todo o seu esplendor.




Amada por uns e odiada por outros, legou uma obra cinematográfica e fotográfica excepcional. A sua proximidade a Adolfo Hitler levou-a a realizar dois documentários nazis: “O triunfo da vontade”, onde filmou a convenção anual do Partido Nacional-Socialista, em Nuremberga em 1934. Posteriormente realizou “Olimpya”, que é a cobertura cinematográfica dos Jogos Olímpicos de 1936, realizados em Berlim. Ambos os trabalhos são considerados, tecnicamente, como uma obra-prima da cinematografia a nível mundial, atendendo à época e aos meios que se dispunham. A sua vida será aqui abordada mais detalhadamente, numa próxima mensagem.

 
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Esta é uma famosa fotografia tirada por Ricardo Rangel*, em Moçambique, no tempo colonial. Retrata uma criança que pastoreando gado, deixou fugir uma cabeça de gado. O patrão, demonstrando uma típica atitude rácica e colonial, marcou a ferro quente a testa da criança, como forma de punição.

O oito” foi como Ricardo Rangel apelidou esta foto que, na altura da sua publicação na revista “Tempo”, em 1972, causou muita celeuma no seio da sociedade branca. Esta foto acabou por inspirar o documentário “Ricardo Rangel – ferro em brasa” realizado por Licínio de Azevedo.

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Ricardo Rangel – (Lourenço Marques, 15/02/1924 – Maputo, 11/06/2009) – Fotógrafo. Inicia a sua vida laboral como aprendiz de fotografia em 1947 e, cinco anos mais tarde, torna-se no primeiro fotógrafo não-branco de Moçambique. Perseguido várias vezes pela censura que destruiu muitas das suas fotografias, fez parte dos quadros da revista “Tempo”, que ajudou a fundar em 1970. Após a independência deixa-se ficar em Moçambique e, em 1983, funda o Centro de Formação Fotográfica. Faleceu na sua terra natal, tendo deixado um inolvidável legado fotográfico de seis décadas de trabalho, testemunho directo e acusatório da bestialidade e duma determinada mentalidade colonial retrógrada. 

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ESCULTURA

Anselmo Maria Lima Amado



 
Nasceu em São Tomé em 16/10/1964. Durante 15 anos leccionou, como professor primário, na sua terra natal. Em 1994 veio para Portugal (Lisboa), onde reside, tendo frequentado o curso de História de Arte da ARCO.




Trabalha em escultura de madeira do tipo arte contemporânea, tendo efectuado, desde1991 exposições, quer individual quer colectivamente, em S.Tomé, Portugal, Brasil, Espanha e Congo.


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GASTRONOMIA


Hoje volto de novo à gastronomia timorense. Trata-se da receita do “Vau-Tan”, da área dos pasteis de carne, sendo extremamente simples de fazer. Havendo algumas divergências nos ingredientes a serem utilizados, em três receitas que consultei – utilização ou não de banha de porco, de ovos e de óleo ou azeite em simultâneo – bem como na dosagem dos mesmos – quantidade de água ou de rebentos de soja, por exemplo – após consulta com as minhas “chef-advisers” (sim, porque não quero ficar atrás do nosso inefável Primeiro-Ministro que também tem “advisers”, como ele referiu), optei pelas doses que relato de seguida.

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Vau-Tan

Ingredientes para a massa
300 gramas de farinha
2 ovos
1 colher de sopa de banha
1 colher de sopa de azeite
1,5 decilitro de água (3 colheres de sopa)
Sal q.b.

Ingredientes para o recheio
300 gramas de carne picada*
2 cebolas picadas
0,5 decilitro de azeite
100 gramas de rebentos de soja
5 colheres de chá de molho de soja
Sal e pimenta q.b.

* - Pode-se usar qualquer outro tipo de carne: galinha, borrego, vitela, porco, etc.

Preparação
A – Numa tigela mistura-se a farinha com os ovos. Amassa-se e, de seguida, juntam-se as gorduras, a água o sal, voltando a amassar-se tudo muito bem, até a massa, apresentar uma estrutura uniforme e descolar do fundo da tigela quando a mesma se inverte.

Deixa-se a massa assim obtida repousar durante uma a duas horas, cobrindo-se a mesma com um pano escuro.
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B – Num tacho em lume brando aquece-se o azeite, juntando-se a cebola a refogar até alourar. Adiciona-se a carne, os rebentos e o molho de soja, tempera-se com o sal e a pimenta. Vai-se revirando o preparado até o mesmo ficar bem cozinhado e o molho ser totalmente absorvido.
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C – Estende-se a massa já repousada sobre uma bancada peneirada com farinha, esticando-a com um rolo o mais fino possível. Corta-se a massa em quadrados e, de seguida, coloque uma pequena quantidade de carne por cada quadrado. Enrola-se a massa até à outra ponta, pincelando as pontas com um pouco de água e dobra-se ou então pode-se cortar a mesma com a ajuda da boca duma chávena.

D – Fritam-se os vau-tan em óleo quente. Recomenda-se que os mesmos sejam depois colocados em papel absorvente para perderem o excesso de gordura, enquanto esfriam.




Sugestão

Nas receitas que li sugeriam o acompanhamento dos vau-tan com molho de soja, regado com sumo de limão e dentes de alho (ao gosto) esmagados, temperados com sal e piripiri.

Eu, em alternativa, preferi acompanhar com uma ligeira salada fresca, como por exemplo: rebentos de soja, tomate em rodelas, alface muito fatiada, camarão pequeno e queijo fresco picado. Sempre deu uma ligeira refeição.

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Nota: Todas as receitas culinárias lançadas neste blogue foram previamente confeccionadas em minha casa (pelas minhas “advisers”) e degustadas por mim, só publicando as que apreciei.
 
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PORQUE SÓ HÁ UM PLANETA

 
Com a devida vénia reproduzo a fotografia e transcrevo um artigo datado de 09/03/2009 e retirado do blogue http://fotopoesia.ning.com/profile/AnselmoPicardi:

“Quero lhe contar a história de um casal de vira-latas. Tudo acontecia no bairro da Barra Funda, cidade de São Paulo. Era domingo e todos estavam em festa. E o fato que relato foi-me passado por dois jornalistas. O fotógrafo de imprensa Ângelo Pirozelli, cuja emocionante foto tenho em meu arquivo. E, também o colunista de "Paralelo 38", Antonio Constantino.

Vagavam pelas ruas os vira-latas felizes amantes e amigos no infortúnio. Sobreviventes e vítimas caladas da frieza do homem no mundo de pedras. Alegres e brincalhões boêmios errantes. Ela, uma cadelinha branquinha de tamanho pequeno e tetas murchas e secas de tanto alimentar rebentos. Ele, um mandrião negro orgulhoso da rebenta, latindo grosso no seu orgulho e prazer. Eram os dois a diversão da criançada da redondeza.



 

E aquele ensolarado domingo, ao atravessarem a rua um louco e insano automóvel na fúria de seu motorista atropela a cadela desatenta. E o corpo fi cou ali estático no frio asfalto. O cão uivava na demonstração e desespero pela perda da companheira. E uivada sem parar. Quando outros autos continuavam a passar e ameaçavam esmagar os restos mortais da cadela em poça de sangre. E foi então - para espanto e emoção de todos os que assistiram à cena - o vira-lata no risco de também ser atropelado foi até o corpo inanimado e com o cuidado e o carinho pela perda e o arrasta até o canteiro central da via pública, tirando a amada do risco do esmagamento.

E lá ficou, uivando na guarda e vigília do corpo pela noite inteira, com uivos de desespero pelo incompreendido. E a foto do cachorro diante da fêmea já fria que tenho em meu poder, retrata isso que relato no testemunho desses dois jornalistas: O sentimento e a dor dos animais.”

Palavras, para quê?

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VAI ACONTECER

 
No próximo dia 24 de Janeiro, pelas 17H00, a escritora Deana Barroqueiro dará uma palestra onde abordará a sua obra em geral e o seu último romance histórico “O corsário dos sete mares”, em particular. O local deste evento cultural será na Biblioteca Clodomiro Alvarenga, da Junta de Freguesia dos Anjos, em Lisboa.

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DECLARAÇÃO DE INTERESSES

 
O texto acima reproduzido foi escrito em desacordo com a nova ortografia portuguesa.

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Todas as referências constantes na presente mensagem e que se reportem a livros, fotografias, documentários, filmes, músicas; empresas comerciais, industriais ou de qualquer outro género; associações humanitárias, de defesa ambiental, animal ou florestal; bem como nomes de pessoas, são incompatíveis com intuitos publicitários de carácter comercial ou que envolvam qualquer outro tipo de permuta material ou benesse pessoal para o Autor deste blogue.
 
Reflectem, apenas e tão-somente, a opinião do Autor que, assim, se mantém livre e soberano do seu pensamento.
 
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Todas as fotografias, documentários e filmes constantes na presente mensagem foram colhidos do Google Imagens e do Youtube. Deste modo, a sua utilização não pressupõe a concordância dos Autores dos mesmos com as opiniões constantes nos textos onde estejam inseridos.

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