"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Gertrude Caton-Thompson

Viajantes, aventureiros e exploradores

Gertrude Caton-Thompson - (Londres, 01/02/1888 - Worcestershire, 18/04/1985) - Arqueóloga. Tendo efectuado os seus estudos em Londres e Paris, acompanha a sua progenitora, em 1911, numa viagem ao Egipto,viagem essa que a irá marcar, definitivamente, na sua paixão pelo estudo das civilizações antigas. Após a I Guerra Mundial, e depois de ter participado na Conferência de Paz, que se realizou em Paris (1919), inicia a sua actividade de arqueóloga em 1920, no Sul de França e, entre 1921 e 1924, encontra-se em Malta e no biénio 1924/26 no Egipto, novamente envolvida em estudos (Escola Britânica de Arqueologia) e escavações (em Abydos e Oxyrhinchus).


Em 1928 é contratada pela British  Association for Advance of Science para elaborar um relatório sobre a origem das ruínas da cidade de pedra situada na Rodésia do Sul (actual Zimbabué) e que tinham sido descobertas por Karl Mauch*. Contratando uma equipa de arqueologistas, composta só por elementos femininos, lança-se ao trabalho com bastantes dificuldades, principalmente porque as ruínas tinham sido esventradas ao longo dos anos quer por outros arqueólogos quer, principalmente, por caçadores de tesouros, que acabaram por destruir importantes vestígios. Acabando por utilizar uma avioneta, para melhor visualizar todo o terreno envolvente às ruínas, logra descobrir uma zona que, por estar tapada por densa vegetação, escapara à sanha dos caçadores de tesouros.

Foi nesta área que Gertrude Caton-Thompson e a sua equipa de arqueólogas traz, à luz do dia, entre diversos artigos uma quantidade apreciável de artefactos de cerâmica e de contas de vidro que lhe permitem consolidar uma tese sobre as origens da construção das ruínas. Apresentando o seu relatório em 1929, na cidade de Joanesburgo determina, nas suas conclusões, que a cidade de pedra (zimbaué) era de origem africana e tivera a sua vida no período compreendido entre os séculos IX e XIII, sendo a mesma ponto de chegada e de partida de caravanas árabes que a ligavam ao litoral índico a comerciarem, o que a tornou no centro duma grande civilização africana, que ficaria conhecida como Reino do Zimbabué.

Afastando qualquer hipótese de intervenção de alguma civilização branca na construção daquela cidade, Gertrude Caton-Thompson criou uma ruptura com a mentalidade colonial vigente na época, que não concebia que os negros conseguissem construir o que quer que fosse que ultrapassasse a simples palhota. 

De regresso a Londres apresenta, de novo, o seu famoso relatório no Museu Britânico, onde volta a causar polémica com as suas conclusões. Depois de ter trabalhado no oásis de Kharga (Egipto, 1930/32), encontra-se no Iémen (1938) onde, no desempenho da sua actividade arqueológica, tenta encontrar elos de ligação entre artefactos daquela zona com os achados nas ruínas da cidade de pedra da Rodésia do Sul, principalmente na área da arquitectura, arte e cantaria, mas sem nunca ter conseguido estabelecer tal ligação. Destruía assim, de vez, os sonhos daqueles que tentavam ligar as ruínas zimbabuanas a depósitos de tesouros da mítica Rainha iemenita Balkis que, como amante do Rei Salomão, gerara um filho e ajudara na construção fantasiosa da lenda dos judeus negros e das suas migrações pelo Sul do continente africano.

Retornando à Grã-Bretanha exerceu funções docentes em faculdades, quer em Cambridge (Newnham College) quer em Londres (Bedford College e Escola de Estudos Orientais e Africanos).

* - Já fichado.

Historiando Moçambique Colonial


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Arquipélago do Bazaruto - Este arquipélago cujas  ilhas eram, antigamente, chamadas de Bocicas e que se encontram orientadas, sensivelmente, no sentido Norte/Sul, foi doado à Coroa Portuguesa pelo Régulo Micissa, em 1722, como forma de permuta pelo auxílio que recebera desta.

O arquipélago, que se encontra sensivelmente a 15 milhas do continente, compõe-se duma série de ilhas que se apresentam como uma fiada dum grande colar de pérolas e que são: Bangué, Chirundure ou Tumulene, Lunene (que também era referida por "ilha das casuarinas"), Magaruke, Benguèrua, Bazaruto (ou Bazaruto Grande) e Santa Carolina.


Nunca tendo figurado no mapa das preocupações dos portugueses, só em 1855 é que a administração colonial instalou, no arquipélago, uma colónia presidiária denominada "Estabelecimento D. Pedro V", na ilha de Santa Carolina, dotada duma pequena guarnição militar e também duma alfândega, tendo a mesma servido de prisão a indivíduos considerados perigosos e centro de fixação de deportados. A título de curiosidade refira-se que, nesta ilha de Santa Carolina, em 1930, era a mesma habitada apenas por uma só pessoa, um nativo de nome Mafundiça, com cerca de cem anos de idade e que tinha por missão acender o farolim ali existente e que era subsidiário do farol da ilha do Bazaruto, para efeitos de alumiamento da costa.

Frei João dos Santos** refere na sua "Etiópia Oriental" a riqueza deste arquipélago em pérolas, tendo mesmo os seus bancos perolíferos sido alvos duma intensa actividade predadora ao longo dos séculos e que acabaram por raziar os mesmos, actividade essa que era controlada a partir da ilha de Chiloane. Os bancos madrepóricos mais ricos do arquipélago e que, por isso, foram alvo de intensivas depredações, eram os bancos Inhassôro; Macondo, Chirure, Serpa Pinto, Benguérua e São Sebastião.

Em 1891, por inciativa de Serpa Pinto*, é fundada a Companhia das Pérolas do Bazaruto, que encarrega Guilherme Ivens Ferraz de efectuar estudos sobre as possibilidades económicas da apanha e exportação da actividade perlífera. No entanto a actividade já não era economicamente rentável, o que veio a confirmar-se por estudos posteriores, levados a cabo pelo General Morais Sarmento, pelo que esta Companhia passou os seus direitos para a Companhia do Luabo. Esta Companhia também acabou por se desinteressar da exploração económica da actividade perolífera pelo que transaccionou os seus direitos para a Companhia de Moçambique*. No século XIX, o arquipélago também exportou cal para a ilha de Chiloane, cal esta que era fabricada com a casca das ostras, bem como também se apanhava âmbar pardo**.

Outra curiosidade deste arquipélago era a circulação, até 1893, duma espécia de moedas, conhecidas por chudos ou mujenas**. Rica em pescado, marisco e pérolas, o arquipélago esteve sempre em estado letárgico e só na recta final da presença lusa em Moçambique (década de 60) é que se desenvolveram as suas potencialidades do turismo e ecológicas. Assim, em 1971, criaram o Parque Natural Marinho, nas ilhas de Benguera, Magaruke e Bangué, e as ilhas de Bazaruto e Santa Carolina ficaram classificadas como de Vigilância Especial.


Dotado dum sistema ecológico muito específico, onde é possível encontrar espécies animais extintas noutras parte do planeta, estas ilhas são um paraíso que ainda hoje em dia se mantêm, tendo-se tornado num dos pontos de elite do turismo índico.

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Ilha de Bangalane - Situada na baía de Lourenço Marques, na foz do rio Incomáti, só em 1862 é que foi definitivamente ocupada pelos portugueses. Até à sua instalação definitiva, serviu de palco a diversas lutas entre portugueses e forças de régulos inimigos, tal como por exemplo, em 1848, em que forças do Régulo Mapunga, da Magaia, degolaram uma pequena força militar portuguesa composta por um oficial e três soldados e, dez anos mais tarde, forças do Régulo Cobete, também da Magaia, derrotaram outra pequena força militar portuguesa, composta por um oficial e quatro soldados, que acabaram afogados, na tentativa de fuga para o continente.


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Ilha de Chiloane - Situada na foz do rio Save, perto de Sofala, servia, a partir do século XVI, de entreposto comercial para resgate do ouro e marfim.

Sem grande importância estratégica, quer militar ou marítima serviu, no entanto, a partir de meados do século XIX, de refúgios aos habitantes de Sofala, receosos das investidas das gentes de Muzila pelo que, abandonando aquela localidade, muitos deles instalaram-se nesta ilha que, no entanto, nunca atingiu nenhum tipo de desenvolvimento económico.


Também era nesta ilha que se encontravam os principais agentes económicos de origem indiana que dominavam a exploração da apanha de pérolas do arquipélago do Bazaruto.

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Xecado de Quitangonha - Localidade criada por diversos notáveis muçulmanos, em 1515, após a fixação definitiva dos portugueses na ilha de Moçambique**, como forma de se libertarem da tutela dos novos senhores. No entanto, em 1523, foram dominados por António Galvão, que lhes permitiu autonomia desde que não cortassem os fornecimentos de alimentos à ilha e não hostilizassem os portugueses.

Até finais do século XIX o Xecado conseguiu manter a sua relativa independência da administração portuguesa. No decurso do século XVIII colaboraram regularmente com as autoridades portuguesas, mantendo uma relação pacífica mas o aparecimento de negreiros franceses na sua zona, por volta de 1770, pagando bom preço por escravos, provocou um desafogo económico que levou os dirigentes do Xecado a reivindicarem a independência total, já que pretendiam monopolizar tráfico humano, na faixa compreendida entre Nacala e a baía da Condúcia.

No findar do século XVIII governava o Xeque Tuacali Hija, que desenvolveu o tráfico de escravos com a cumplicidade do Governador de Moçambique, até que em 1801 foi atacado e deposto por forças portuguesas coligadas com chefes macuas. Na década seguinte o Xeque Janfar Salim manteve uma política de relacionamento dúbia com os portugueses, até que estes o prenderam, em 1817 e o deportaram para Inhambane, onde veio a falecer em 1821.

Face à fraca administração portuguesa, também ela muitas vezes a lucrar com o comércio da escravatura, este negócio foi prosperando no Xecado, sendo mesmo a sua principal fonte de riqueza. A tentativa de derrotar e submeter o Xeque Ali Amissi Heri, que governava o Xecado em meados deste século XIX falhou, com escaramuças ocorridas entre Agosto e Setembro de 1857, tendo sido no seu consulado que se deu o apresamento da barca francesa "Charles et George"*, que provocaria um grave incidente diplomático entre Portugal e a França. Só em 1873 é que os portugueses, coligados com forças macuas e com forças de Abder Raman, que era o Vizir(1) do Xecado, conseguiram prender este Xeque e deportá-lo para Lisboa. Abder Raman acaba premiado e ascende ao poder do Xecado, mas por pouco tempo, pois acaba decapitado por um chefe macua.

Em 1884, os portugueses nomeiam Mamude Boana Amade como Xeque de Quitangonha e de Matibane, aceitando este a plena soberania lusitana. No entanto, vinte anos mais tarde, aliando-se a Farelay*, revoltar-se-á contra os portugueses, obrigando estes a formar uma coluna militar punitiva, em Março de 1904, comandada pelo Governador do Distrito, Forjaz de Serpa Pimentel que, em operações até Maio desse mesmo ano, o derrotam.

A partir daí o Xecado vai perdendo importância estratégica e económica, fruto da consolidação e expansão portuguesa no território e dos sucessivos confrontos que estalam com forças macuas e rivalidades entre os próprios membros do Xecado.


(1) - Cargo político dum estado árabe (ou arabizado), correspondente a primeiro-ministro.
* - A ser fichado.
** - Já fichado.

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Leituras

Livro: Há uns tempos atrás uma das minhas noras ofereceu-me um livro cuja leitura me tem dado imendo prazeer. Trata-se da "Caderneta de cromos contra-ataca", da autoria de Nuno Markl (Objectiva, 2011, 235 págs.). O livro, que é baseado num programa da Rádio Comercial, é uma delícia. Fez-me voltar aos idos das décadas de 70 e 80 (onde já era adulto) e relembrei-me de muitas coisas que já as tinha arquivado no sótão da minha memória. Mas que fizeram as delícias dos meus filhos e de muitos adolescentes daquelas épocas e, algumas delas, também me adocicaram a vida. O livro está dividido em  cinco secções: Comer, Brincar, Usar, Ver e Ouvir e, nestas, abrange toda uma panóplia de artigos de consumo que marcaram as nossas vidas.

A escrita é irónica, ligeira e predispõe bem o leitor, tornando esta obra não num livro em si mas numa máquina do tempo que nos transporta aos nossos tempos da inocência perdida e da adolescência vivida. 

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Acordo Ortográfico: recomenda-se a leitura do artigo que Anselmo Borges escreveu no Diário de Notícias (14/04/2012) subordinado ao título: "Acordo Ortográfico: inútil e prejudicial".

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Vídeo

Sou um apaixonado pela obra poética e musical de Pedro Barroso (PB), cantautor este que pertence à minha Santíssima Trindade Musical: Pedro Barroso, Fausto e Pedro Abrunhosa. Colhi, do Youtube, este belíssimo trabalho de PB, numa singela homenagem ao professor/poeta António Gedeão


Ainda sobre PB foi publicado, produzido pelo próprio, o DVD "Pedro Barroso - 40 anos de música e palavras", uma súmula  que abarca todo o seu período de criatividade entre 1969 e 2009, com entrevistas, fotos e 12 interpretações musicais suas. Vale a pena adquirir um exemplar deste vídeo.


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In memorian


Adriano Correia de Oliveira (Avintes, 09/04/1942 - Avintes, 16/10/1982) faria 70 anos este mês. O combate à ditadura do Estado Novo na leal militância ao Partido Comunista, fizeram-no Homem de uma só cara e cor. Mas foi na música, iniciada com um disco em 1963 que fizeram dele uma das minhas (p)referências musicais. A recordá-lo, busquei no "youtube" a "Fala do homem nascido", poemado por esse imortal António Gedeão.




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Poesia


(António) Rui de Noronha (28/10/1909 - 25/12/1943). Nasceu em Lourenço Marques (Moçambique), cidade onde também faleceu. Depois de ter feito estudos secundários tornou-se empregado ferroviário, naquela colónia portuguesa. Colaborou em diversos jornais, mas foi no "Brado Africano" que a sua poesia melhor se exprimiu. Desgostos amorosos e a desilusão de nunca ter conseguido publicar um livro, para o qual teria escolhido o título "Lua Nova") terão ajudado à sua morte prematura; ele que em vida fora um homem amargurado, introvertido e recolhido. Três anos após o seu passamento foi publicado, pela Minerva Central, parte da sua obra poética, no livro intitulado "Sonetos", numa selecção de poemas feita pelo então Professor Reis Costa mas que, posteriormente, se veio a apurar que mutilara parte dos mesmos.




Foi um  poeta de transição que, na falta duma tradição literária moçambicana, teve que se agarrar aos estereótipos portugueses do início do século XX e dar-lhe alguma roupagem de conteúdo social moçambicano, contornando a censura. Por isso Rui de Noronha é, justamente, considerado um dos percussores da nova poesia moçambicana.

Elsa de Noronha, a sua filha, declamadora ainda no activo (felizmente) tem sido a grande impulsionadora do conhecimento da obra poética do pai, atendendo a que tem um interessante espólio literário do mesmo.

Surge et ambula

Dormes! e o  mundo marcha, ó pátria do mistério.
Dormes! e  mundo avança, o tempo vai seguindo...
O progresso caminha ao alto de um hemisfério
E no outro tu dormes o sono teu infindo...

A selva faz de ti sinistro eremitério,
Onde sozinha, à noite, a fera anda rugindo.
A terra e a escuridão têm aqui o seu império
E tu,ao tempo alheia, ó África, dormindo...

Desperta. Já no alto adejam negros corvos
Ansiosos de cair e de beber aos sorvos
Teu sangue ainda quente, em carne sonâmbula...

Desperta. O teu dormir já foi mais que terreno...
Ouve a voz do Progresso, este outro Nazareno
Que a mão te estende e diz - "África, surge et ambula".

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Carregadores

A pena que me dá ver essa gente
Com sacos sobre os ombros, carregadíssima!...
Às vezes é meio-dia, o sol tão quente,
E os fardos a pesar, Virgem Santíssima.

À porta dos monhés, humildemente,
Mal a manhã desponta a vir suavíssima,
Vestindo rotas sacas, tristemente,
Lá vão espreitando a carga pesadíssima...

Quantos, velhinhos já, avós talvez,
Dez vezes, vinte vezes, lés a lés
Num dia  só percorrem a cidade!

Ó negros! Que penoso é viver
A vida inteira aos fardos de quem quer
E na velhice ao pão da caridade. 

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Aconteceu

Juan Carlos: O Rei Juan Carlos, de Espanha, foi à República do Botswana caçar elefantes e acabou por fracturar a sua anca direita, na sequência duma queda. Foi pena não ter fracturado mais nada, no mínimo. Já tem idade suficiente (81 anos) para passar uma mensagem de defesa e preservação do meio ambiente. Pode ser que um dia se vire o feitiço contra o feiticeiro e, de caçador, passe a caçado.



E o mais interessante é que a foto acima foi já retirada pela entidade organizadora, a "Rann Safaris", segundo informação que se lê na secção Pessoas do DN.


Mas, infelizmente, em relação a armas, a memória do Rei parece curta. Em 29 de Março de 1956, na "Villa Giralda", no Estoril - Portugal, Juan Carlos terá morto o seu irmão mais novo Alfonso, não propositadamente, mas por acidente ao que se terá apurado ou se entendeu apurar. Seria razão mais que suficiente para deixar as armas de lado, de uma vez por todas.


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RTP 1: Na passada quinta-feira (12/04) a nossa RTP 1 transmitiu uma tourada. É costume, é chic, é cool, é... o raio que os parta. Não sendo um extremista anti-tourada defendendo, no entanto, a abolição progressiva da mesma até ao seu desaparecimento total num espaço de tempo não muito longo; já sou um radical contra a exibição das touradas em televisões, muito mais ainda numa que vive dos meus impostos.

Alguém me consegue explicar, como se eu fosse uma criança de seis anos, qual é o orgasmo que alguém, montado num cavalo, pode ter ao espetar uma farpa longa num touro que já correu, está cansado, baba-se sedento e, ainda por cima, tem os cornos boleados, o que lhe corta as defesas? Realmente é cá duma heroicidade da treta. Para isso prefiro Espanha, onde vi espetar farpas curtas, a pé, num touro que tinha os cornos pontiagudos, intactos. Aí, ainda posso reconhecer garra ao farpeador. Apesar de também não concordar com o uso de farpas de espeto. Podiam-se perfeitamente substituir por farpas com bolas de cera com tinta que, ao tocarem na pele do touro, derramariam a mesma no seu costado.

Mas não. Há que sangrar o touro para gáudio da assistência bacoca, que bate palmas, no meio de toda aquela  fogueira de vaidades vãs. E com direito a toque de trompete. Não sei porquê, lembro-me dos Coliseu romano nos tempos augustinos e cesarianos.

Daí o meu aplauso à Catalunha e às Canárias, onde as touradas foram proibidas. E a Cidade do México vai votar, no final deste mês, a proposta de abolir as touradas. Espero que vença a proibição.
  

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Guiné-Bissau: Na República das Bananas, perdão enganei-me, na Plataforma Giratória Internacional da Droga, perdão lá me enganei outra vez, queria dizer na República da Guiné-Bissau lá aconteceu mais um golpe de estado, novamente efectuado por militares muito preocupados com o sofrimento do povo, com os caminhos da democracia, também com os seus tachos, perdão, voltei-me a enganar, também como em justificarem a sua injustificável existência num País que fazem, à força, triste e miserável. País que apresenta uma média, desde a sua independência total (separação de Cabo Verde), de um golpe de estado em cada dois anos.  

Mas o que me leva a falar sobre este assunto é a publicação duma fotografia em que um cão do Primeiro-Ministro foi abatido pelos revoltosos, quando assaltaram a casa do mesmo. Abater um cão. O canídeo devia ser perigosíssimo para os golpistas. A puta que os pariu.

E andamos nós a sustentar aqueles parasitas. Quando os guineenses, liderados por Nino Vieira, fizeram um golpe que terminaram com a  parceria política com Cabo Verde, começaram a afundar-se e cada vez mais vão a pique. Aquele "diz que é uma espécie de País" devia era chamar-se "República Titanic".  


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Foi dito


"Dou graças a Deus por não ter sido eleito Presidente" disse Manuel Alegre numa entrevista ao "Expresso", reportando-se ao facto de ter-se candidatado às eleições da Presidência da República Portuguesa e não ter vencido as mesmas.

Mas, então, pergunto eu que sou burro que nem um calhau: o que é que ele foi lá fazer? Passear-se? Gastar dinheiro? Mamar umas patuscadas?

Lembro-me de há muitos anos, era Ramalho Eanes o Presidente da República (o que eu dei graças a Deus) e terem-lhe perguntado a sua opinião sobre Manuel Alegre, com quem havia um litígio político na altura (já não me recordo qual) e ele ter respondido (cito de memória): "Em Portugal há muito bons poetas e em simultâneo maus políticos". Em cheio, meu General (como quase sempre foi seu timbre).

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Vale a pena meditar

"Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém for tão pobre que se tenha que vender a alguém" - Jean Jacques Rousseau (1712/1778; filósofo)


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As fotografias inseridas foram retiradas do Google Imagens.
Seja uma pessoa culta e educada. Mande o Acordo Ortográfico à merda.
As marcas referidas são incompatíveis com intuitos publicitários. São, só, meras opiniões do Autor. 


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