"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

domingo, 22 de abril de 2012

Francis Galton

Viajantes, aventureiros e exploradores

Francis Galton - (Birminghan, 16/02/1822 -  Surrey, 17/01/1911). Explorador, psicólogo, geógrafo, meteorologista, inventor e cientista. Um dos mais brilhantes cérebros britânicos que atravessaram o século XIX, dotado dum coeficiente de inteligência elevadíssimo. Filho de famílias quacker, depois de se ter iniciado nos estudos de medicina interrompeu estes e estudou matemáticas no Trinity College de Cambridge.



Após os estudos viajou pela Europa continental(1840) visitando a Alemanha, Áustria, Itália, Turquia e Grécia, viagem esta que despertou, nas suas palavras, "... uma paixão por viagens como se eu fosse uma ave migratória". Após o falecimento do seu pai vê-se herdeiro duma fortuna que lhe desafoga a vida economicamente e lhe permite dedicar-se à sua paixão pelas viagens. Assim a sua próxima etapa (1844) foi o Médio Oriente, pelo que foi para o Egipto, tendo descido o rio Nilo até Cartum, no Sudão. De seguida visitou a Palestina e a Síria. 


Em 1850 desembarca no Sudoeste Africano (então Damaralândia, actual República da Namíbia), um território quase completamente desconhecido pelo homem branco e tenta, de Walvis Bay abrir uma rota para o Lago Ngami por Oeste. Este lago  (situado na Bechuanalândia, actual Botswana), apesar de já haver referências de europeus ao mesmo em 1791,  fora redescoberto por David Livingstone,  a 01 de Agosto do ano anterior e localizava-se a noroeste do deserto do Kalaári, tendo o explorador missionário chegado lá depois duma violenta caminhada, onde quase encontrara a  morte. 



(A chegada de David Livingstone ao lago Ngami)


Depois de duas árduas tentativas, que resultaram sempre infrutíferas, Francis Galton, com a saúde minada por doenças tropicais, vê-se obrigado a desistir e retorna à Grã-Bretanha. Nas suas viagens registava todo ambiente envolvente das terras por onde passava, quer pessoas, quer a geografia do território, clima, usos e costumes, vestuário, gastronomia, o que o tornou num viajante/explorador extremamente credível. Fruto destas viagens exploratórias e dos seus escritos foi eleito membro da restrita Real Sociedade de Geografia de Londres (1853). 


Destas viagens escreveu os livros "Narratives of an explorer in tropical South Africa" e "The art of travel" que se tornaram, na época, em bíblias dos viajantes, de leitura obrigatória para todos aqueles que se pretendessem partir à aventura. Sobre, por exemplo, como lidar com uma mordedura de cobra, ensinava: "Ata-se um cordel firmemente por cima da parte afectada e coloca-se uma substância cáustica o mais depressa possível. Ou, na falta dessa substância, queime pólvora na ferida; ou então faça o que o senhor Mansfield Parkins sugere muito acertadamente, ou seja, corte com uma faca e depois queime o rebordo da ferida com o ponta da vareta de ferro da espingarda, aquecida o mais próximo possível da chama. As artérias estão fundas e muita carne pode, sem grande perigo, ser cortada ou queimada. O passo seguinte é usar a maior energia e até crueldade, para evitar que o paciente se entregue àquela letargia e sonolência que é o efeito normal do veneno de cobra e que vezes demais determina a morte." (Art of travel, London, 1855).


De regresso à Grã-Bretanha lança-se nos estudos da meteorologia criando, pela primeira vez, mapas meteorológicos e inventando instrumentos de leitura e medição do tempo precisos e publicando o livro "Meteorographica" (London, 1863) e criando o vocábulo "anticiclone" após ter proposto uma teoria sobre a existência dos mesmos. Dispersou a sua atenção numa multiplicidade espantosa de várias áreas, tais como beleza; saúde; moda; foi um dos fundadores da introdução do estudo das impressões digitais no Reino e da sua eficácia no combate ao crime, tendo publicado o livro "Finger Print" (London, 1893); religião; actividades desportivas; tendo ainda registado inventos dum periscópio; dum sistema de abertura de cadeados e dum modelo de impressora de teletipo. Sobre religião relata-se que Francis Galton percorria todas as igrejas londrinas a estudar o tédio que as homílias dos padres causavam nos paroquianos, contabilizando os bocejos destes, a sonolência e o andar arrastado dos pés, acabando por desenvolver a sua teoria da impotência das orações para conseguirem qualquer favor divino.






Não se ficando por aqui fundou e desenvolveu o conceito da eugenia (1865), após aturados estudos sobre e génese humana, factores de hereditariedade e de inteligência, estudos esses baseados em questionários por si criados e desenvolvidos que, segundo as suas teses, levaria a uma melhoria da condição humana através duma selecção artificial. No seu livro "Hereditary genius" (London, 1869) defendia que as capacidades físicas e intelectuais das pessoas eram hereditárias, definindo a eugenia como "o estudo dos meios que sob o controlo social podem melhorar ou detiorar física ou intelectualmente a qualidade da raça nas gerações futuras".


Assim, tal como muitos filósofos e pensadores elitistas da época, Francis Galton acreditava que a raça humana poderia evoluir mais depressa se se evitassem uniões indesejáveis. Para tal advogava o casamento entre pessoas de intelecto superior, propondo a elaboração de testes de inteligência para unir casais brilhantes, de molde a evitar o nascimento indesejável de seres de inteligência inferior.  Ou seja, a partir duma paternidade selectiva conseguia-se o apuramento biológio do ser humano.


Primo de Charles Darwin, outra mente brilhante daquela época vitoriana, deixou uma multiplicidade de artigos científicos e de livros escritos, tendo sido, por diversas vezes, condecorado. Em 1909 foi armado Cavaleiro do Império Britânico.


Historiando Moçambique Colonial




Álvaro Velho - Marinheiro. Desconhece-se a sua data de nascimento, presumindo-se que tenha nascido no Barreiro ou em Alcochete. Admite-se também que pudesse ter sido um lançado* e o presumível autor do diário de bordo que relatou a primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, a famosa "Relação da viagem de Vasco da Gama". Em Março de 1498, no decurso dessa mesma viagem, terá acompanhado Nicolau Coelho** na exploração e sondagem da zona Norte do Canal de Moçambique. 

Desconhecem-se, até hoje, quaisquer registos sobre a sua vida sendo de admitir que, no regresso desta viagem histórica não tenha chegado a Lisboa, mas sim ficado na costa ocidental africana, na zona da actual gâmbia ou Serra Leoa. Há quem adiante que isso se deveu ao facto dele ser um lançado* e, assim, ter que cumprir a missão para a qual fora destinado na altura do embarque, ou por ter sido acometido dalguma doença. 

A razão porque se admite que ele possa ser o autor da "Relação da Viagem de Vasco da Gama" deve-se ao facto desta crónica da viagem terminar abruptamente quando os navios, de regresso ao reino, circulavam naquela costa ocidental africana, onde ele terá sido desembarcado.

De qualquer modo pode-se considerar Álvaro Velho como o primeiro cronista europeu em terras do actual Moçambique.

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Sisnando Dias Baião - (? - 1647?) - Prazeiro, explorador e conquistador do interior moçambicano. Também ficou conhecido pelo nome nativo de "Mossuampaca", sendo desconhecida a sua localidade e data de nascimento. Sendo nomeado Capitão de Feira de Sena e Rios de Cuama, não só derrotou como submeteu para a Coroa Portuguesa as tribos revoltosas da zona de Morrumbala. Em 1640 auxilia Peranha a reconquistar o poder no Reino do Quiteve* e, fruto disso, é recompensado com o prazo* de Cheringoma.

Em 1644, em missão de  auxílio ao Reino do Monomotapa* chefiou, com êxito, uma incursão que o levou das regiões de Tete ao Reino do Butua*. Neste Reino, rico em minas auríferas, auxiliou o Rei local a debelar uma guerra civil tendo instalado diversos postos militares, ficando conhecido como o "Conquistador da Mãe do Ouro".

No regresso a Sena terá sido assassinado, por envenenamento, na feira de Luanze e as suas conquistas militares não lhe sobreviveram, já que foram desmanteladas todas as guarnições criadas. No entanto, esta sua actividade bélica, permitiu o conhecimento geográfico daquele território e a implantação de outros prazeiros, abrindo caminho à penetração portuguesa.

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Rios de Cuama - Antigo nome do rio Zambeze e da sua bacia hidrográfica. A sua exploração intensiva ter-se-á iniciado a partir de 1530, tendo-se acabado por criar as suas principais feitorias em Sena e Tete, com o fim de melhor captarem as riquezas do Reino do Monomotapa, bem como a de Quelimane, em 1544, com o fito de quebrar a hegemonia comercial suaíli do Sultanato de Angoche**.

O arranque do sistema de prazos, no início do século XVII, veio a fixar, definitivamente, os portugueses nas suas margens. O nome de "Rios de Cuama" vem, mais tarde, a alterar-se para Rios de Sena, onde se cria uma Capitania que, por sua vez, será substituído pelo topónimo "Zambézia", em diploma datado de 1858.

Capitania dos Rios de Sena - Anteriormente referida por "Rios de Cuama" era uma área geográfica que, até meados do século XVIII, englobava o triângulo composto por Beira**, Quelimane e Tete, tendo esta última localidade como capital. Abarcava, deste modo, as margens do rio Zambeze.Em 1858 é extinta a Capitania dos Rios de Sena, passando a chamar-se o território,até aos dias de hoje, de Zambézia.

General dos Rios - Título que, por vezes, se atribuía a alguns fidalgos que exerciam o cargo de Capitão-Mor dos Rios de Sena, no decurso do século XVIII. Não se consegue listar os nomes dos Generais dos Rios de Sena que existiram, sabendo-se dos seguintes: em 1701 - José Fonseca Coutinho; em 1752 - Roberto Tomé de Magalhães; em 1759 - Caetano de Sá Botelho; em 1762 - Marco António de Azevedo Coutinho e, em 1783 - António de Melo e Castro.
  
Rio dos Bons Sinais - Nome com que Vasco da Gama baptizou o rio que desagua em Quelimane, durante a sua primeira viagem marítima, em Janeiro de 1498, por ter notado que a população ali residente era islamizada sendo, assim, bons sinais indiciadores de que estavam a chegar à Índia ou à sua zona de influência, conforme relata Álvaro Velho, na sua "Relação...": "E aqui... e ao rio demos o nome de Bons Sinais."

Quelimane - Os árabes já aqui se encontravam instalados há séculos, quando os portugueses chegaram e aportaram, em 1498, durante a primeira viagem de Vasco da Gama com destino à Índia. "E um deles trazia uma touca posta na cabeça, com uns vivos lavrados em seda e o outro trazia uma carapuça de cetim verde. Isso mesmo vinha em sua companhia um mancebo que, segundo eles acenavam, era de outra terra, daí longe e dizia que já vira navios grandes como aqueles que levávamos.", conforme relata Álvaro Velho, na "Relação da Viagem de Vasco da Gama". Por sentir bom prenúncio no caminho que estava a tomar, baptizou o rio que ali desaguava como de "Bons Sinais".
Tendo-se iniciado a exploração da bacia do rio Zambeze a partir de 1529/30, os portugueses trataram de ali criar uma feitoria, em 1544, com a dupla finalidade de servir de receptáculo às mercadorias vindas de feitorias interiores (Sena e Tete), bem como de quebrarem o circuito comercial da feitoria suaíli de Angoche**.

Com o evoluir da fixação portuguesa ao longo do rio Zambeze e do interior da Zambézia, fruto da política dos prazos*, Quelimane perdeu o seu estatuto de feitoria, evoluindo para uma das mais importantes localidades de Moçambique, como capital da Zambézia, tendo atingido o seu apogeu ao longo do século XIX, quer como entreposto negreiro quer como centro social dos prazeiros.

Em 09 de Maio de 1761 é elevada a vila e, com o findar da política dos prazos, Quelimane perdeu o seu estatuto hegemónico, que se veio a acentuar ainda mais com o posterior findar da escravatura. A 21 de Agosto de 1941 foi elevada ao estatuto de cidade.

Terra da Boa Gente - "E asssim a esta terra pusemos o nome Terra da Boa Gente e ao rio do Cobre..." É, deste modo, que Álvaro Velho se refere, na "Relação da Viagem de Vasco da Gama", à zona onde, pela primeira vez, a Armada de Vasco da Gama, aportou na actual costa moçambicana, entre 10 e 15 de Janeiro de 1498 e reportando-se à boa recepção que os marinheiro tiveram por parte dos nativos locais, que lhes facultaram água e alimentos, sempre com relacionamento pacífico. Também é referido que Vasco da Gama terá denominado aquela zona como "Aguada da Boa Paz". 

A zona e o rio em causa terá sido Inharrime, se bem que esta localização geográfica não seja pacífica entre alguns historiadores, apontando uns para o rio Limpopo, outros para o rio Santa Luzia, no Natal - África do Sul; e outros numa área frontal ao arquipélago do Bazaruto, não se esgotando aqui as várias hipóteses. Na tradição portuguesa assentou-se chamar Terra da Boa Gente à actual cidade de Inhambane, terminologia essa que se popularizou e ainda hoje se mantém. 

* - Já fichado.
** - A fichar.
  

Aconteceu

Guiné-Bissau: O Tenente-Coronel Daba Na Walna é o porta-voz dos militares guineenses que se revoltaram contra o poder democrático que estava instalado naquele País (?), no meio duma eleição presidencial que estava a decorrer. Tudo isto já sabemos, mais a palhaçada dos partidos da oposição a aplaudirem agora este golpe de estado militar, efectuado ao arrepio das mais elementares normas de bom senso democrático. 

Mas o que desejo referir é o facto de ter lido (Público, 20/04) que o referido Tenente-Coronel Daba Na Walna é licenciado pela Faculdade de Direito de Bissau e tirou o Mestrado na Faculdade de Direito de Lisboa.

Sobre a Faculdade de Direito de Bissau não me posso pronunciar, mas calculo o quilate de juristas que lá devem formar (ou deformar ou formatar). Deve ser ... deve. Sobre a Faculdade de Direito de Lisboa, para lhe ter atribuído o Mestrado... ah, isso não me admira nada. Conhecendo eu pessoas amigas que lá andaram a estudar (digamos isso) e o que lá aprenderam, mais diria que fiquei com a sensação que aquela universidade era mais um posto avançado das "Novas Oportunidades".

E, se calhar, foi assim que atribuíram ao nosso iluminado Tenente-Coronel o Mestrado de Direito. Tudo em nome da lusofonia, dos complexos de esquerda e para nos redimirmos de 500 anos de termos andado a escravizar estes pobres intelectualóides.

Será que o ter andado na Universidade (será que andou mesmo?), ainda por cima em Direito, não lhe ensinou nada? Que em democracia não se justificam golpes de estado? Que o tráfico de droga é um crime?  

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"Cientistas conseguem fazer crescer pêlos em ratinhos carecas" (Público, 20/04). O que eu gostava de ler era que cientistas conseguiam fazer crescer dinheiro nos meus bolsos.

Está a acontecer

Hoje comemora-se o Dia da Terra (não reconhecido pela ONU). Façam-me um favor: amem este planeta.  

Vai acontecer
Assinala-se o Dia Mundial do Livro, a 23 de Abril. Façam o favor a vocês mesmos: leiam um livro.

A Feira do Livro de Lisboa começa a 24 de Abril. No sítio do costume. Façam um favor a vocês mesmos: visitem-na mais que uma vez e comprem sempre um livro. 

A Festa da Liberdade (que deve ser todos os dias) está aí a chegar. É no glorioso 25 de Abril. Façam um favor a vocês mesmos: comemorem-na de alma e coração.


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A 55ª Edição da World Prees Photo vai estar patente no Museu da Electricidade, em Lisboa, de 27 de Abril a 20 de Maio próximo.


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Uma questão de Direitos Humanos

Em São Paulo (Brasil), vai ser inaugurado, no próximo dia 30/04, o primeiro hotel exclusivo para "homens gays e solteiros" (sic). Mulher que se queira hospedar lá paga uma tabela diária muitíssimo agravada, porque "não são benvindas" (sic) sendo, em valores aproximados no câmbio de reais para euros, de 47 euros para homens e 4.800 euros para mulher (DN, 22/04).




Hum... está bem. Mas, pergunto eu, que sou um bocadito (bocadito é favor) lerdo nestas merdicolies dos mariconeros: se eu inaugurasse um hotel só para heterossexuais, por exemplo, caía-me o Carmo e a Trindade em cima, por descriminar os ... gays e bichanada afins, não? E, já agora, que tal inaugurar um hotel só para clientes pretos, por exemplo? Ou para clientes ateus, porque não? Já não há pachorra para a paneleirada.



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Frases de anónimos

Se um dia sentires um grande vazio dentro de ti... come. É porque tens fome.

A verdadeira felicidade está nas pequenas coisas: uma pequena mansão, um pequeno iate; uma pequena fortuna...

Peixe que luta contra a corrente... morre electrocutado.

Aquele que ri por último... é porque pensa mais lentamente.

Se a montanha vier ao teu encontro... foge. É um deslizamento de terras, porra.

Ter a consciência limpa é sinal de má memória.


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Imagens retiradas do Google Imagens.


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