Aventureiros, exploradores e viajantes
Chaplin Court Treatt - (Londres, 03/09/1888 - Los Angeles, 15/07/1954) - Oficial da Royal Air Force. Tendo efectuado os seus estudos em Westminster, quando eclode a I Guerra Mundial é mobilizado para França, integrado num batalhão de Infantaria mas, em 1915, acaba colocado no Royal Flying Corps, como observador aéreo. Mantém essa actividade até ao ano seguinte, quando acaba ferido num acidente de avião onde o seu piloto morre. Após recuperação hospitalar é colocado no Egipto, onde fica até ao findar do conflito. Finda a guerra mantém-se na RAF (Royal Air Force) e integra uma equipa que estuda a viabilidade de ligações aéreas entre a África do Sul e a Grã-Bretanha. Em 1922, concluído estes estudos, fica na África do Sul onde conhece Stella Maud Hinds, com quem celebrará matrimónio no ano seguinte.
Será nessa época que começa a amadurecer a ideia de ligar a Cidade do Cabo ao Cairo, via automóvel, aventura essa que nunca tinha sido completada anteriormente, mas apenas tentada. Em 1903 Tom Prata saíra do Cabo e atingira o Sudão mas não passara daí. Dez anos mais tarde (1913) o Capitão Kelsey fizera nova tentativa, mas a aventura terminara abruptamente, quando morreu na Rodésia, vitimado pelo ataque dum leopardo.
Com o fito de atingir os seus objectivos e com o apoio incondicional da família da sua esposa, o casal Court Treatt desloca-se a Londres, levando uma carta de apresentação elaborada pelo General Smuts, ao tempo Primeiro-Ministro da África do Sul, a fim de conseguirem obter as necessárias autorizações e apoios logísticos e financeiros.
Depois de realizada a viagem, que lhes trouxe fama e glória, outras se seguiram pelo continente africano. Em 1934 o casal divorcia-se e Chaplin Court Treatt volta a casar em 1937. Preferindo a máquina de filmar à espingarda, várias vezes defendeu a necessidade de se preservar as espécies selvagens africanas do extremínio, principalmente os animais de grande porte, especialmente apetecíveis pelos caçadores de caça grossa.
Stella Maud Hinds Court Treatt - (Blaubank (África do Sul), 11/03/1895 - Joanesburgo, 20/12/1976) - Aventureira, escritora, documentarista. Casada com Chaplin Court Treatt, efectua com ele a primeira ligação automóvel da Cidade do Cabo ao Cairo. Desta viagem escreveu o registo memorial "Cape to Cairo: the record of a historic motor journey" (1927). Depois desta expedição realizou outras viagens ao interior do continente africano, nomeadamente ao Sudão.
Juntamente com o seu marido e com o seu irmão Errol Hinds (que também participou na viagem Cabo/Cairo) escreveram o guião, dirigiram e realizaram o filme "Stampede" (35mm, mudo, a preto e branco, 1929) que é uma história fictícia de aventuras, muito em moda na época e que relata a vida de Boru, um menino adoptado que se trava de amizades com o filho dum chefe tribal e, mais tarde, já adulto, trone-se ele próprio um líder salvando o povo da fome e da miséria. Retratando a mentalidade colonial da época, molda os africanos como seres primitivos, numa fase de evolução lenta e. em algumas partes, efectuando comparações com animais.
Posteriormente o seu filme documentário "Sudan Sand: filmimg the baggara arabes" (1930) é um relato de como foi efectuado o "Stampede", onde ela descreve como este foi realizado, com recurso a membros da tribo Habbannia, dos povos nómadas baggara, que interpretaram papeis no filme.
Um outro registo fílmico, em jeito de documentário é o "Stark Nature" (1930) onde retrata paisagens e gentes sudanesas.
Depois do divórcio, voltou a casar-se, agora com um médico, embarcando o casal para a Índia a viver. Retornou à sua África do Sul natal, onde veio a falecer.
A expedição - Desde sempre esteve nos objectivos hegemónicos do colonialismo britânico, em África, dominar o maior espaço de território possível onde qualquer súbdito de Sua Majestade pudesse caminhar sempre sem nunca o Sol se pôr. Impossível? Não... conseguiram-no. Da Cidade do Cabo ao Cairo (ou do Cairo ao Cabo, é indiferente) foi uma viagem que se tornou possível efectuar sempre em território administrado pelos britânicos.
Em 23 de Setembro de 1924 iniciou-se a primeira travessia motorizada sul-norte, do continente africano, expedição essa que foi realizada pelo Major Chaplin Court Treatt, secundado pela sua esposa Stella Maud Hinds. Com partida na Cidade do Cabo, a expedição era composta por meia dúzia de participantes que se transportavam em dois camiões militares Croosley. A 24 de Janeiro de 1926, depois de percorridos cerca de 20.000 quilómetros, a expedição atingiu o Cairo. Dessa viagem foi efectuado um documentário fílmico sobre a mesma, obtendo-se imagens inéditas, até então, do continente africano.
A viagem, que apenas foi efectuada em território britânico, teve o seguinte percurso: África do Sul (Cape Town, Bristown, Pretória, Pietersburg); Rodésia do Sul (Bulavaio); Rodésia do Norte (Livingstone, Broken Hill, Abercorn, Karonga); Tanganica (Mwaya, Dodoma); Quénia (Nairobi); Sudão (Mongalla, Wau, El Obeid, El Dueim) e Egipto (Wadi Halfa, Assuão e Cairo). Apenas se referiram algumas das localidades que os aventureiros atravessaram não sendo, por isso, esta uma lista exaustiva.
Na época, grande parte do continente africano não era atravessado por estradas, sendo o continente mais conhecido por travessias aéreas. As florestas, os rios caudalosos, a lama, as zonas montanhosas, os pântanos, bem como as planuras desérticas sudanesas, tudo contribuía para as dificuldades da marcha. A acrescer a tudo isto havia a somar os ataques dos animais, as doenças, a falta de postos de combustível, de oficinas para aquisição de peças ou reparação das viaturas. A humidade equatorial, as picadas dos mosquitos, as mordidas das cobras, os crocodilos nos rios, o calor seco do deserto, o calor húmido dos trópicos e o frio montanhês seriam companheiros constantes dos aventureiros que, para não levarem peso excessivo que só faziam consumir mais combustível e fatigar as viaturas, tinham prescindido de roupas e outros artigos de conforto pessoal. A alimentação seria suprida pela caça e a viagem em si seria filmada. Para tal, mais importantes que objectos de conforto pessoal, havia que dar lugar a espingardas e material cinematográfico, recaindo sobre estes últimos especial cuidado, por causa da humidade ou danos de solavancos da viagem. As doenças seriam combatidas artesanalmente por Stella Maud Hinds, que para tal tirou um curso básico de primeiros socorros,m onde aprendeu a dar injecções.
No dia 23 de Setembro de 1924 partiram da Cidade do Cabo e percorreram a África do Sul até terem entrado na Rodésia do Sul, a 02 de Novembro de 1924, quando atravessaram o rio Limpopo, que estava quase seco. A 25 de Novembro entravam em Bulavaio e, passado um mês (28 de Novembro) abandonaram as secções dos tectos das viaturas para estas ficarem mais leves. A 27 de Abril de 1925 atingem Victoria Falls (Cataratas Victória) onde repousam até 21 de Maio seguinte. Em Junho entram no Tanganica e em Setembro/Outubro já circulam pelo Quénia e Uganda, nestes territórios sem grandes problemas. Em Outubro estão no Sul do Sudão e a 20 de Dezembro atingem El Obeid e, oito dias mais tarde, entram em Cartum. Os primeiros dias de Janeiro de 1926 encontram a expedição já no Egipto, tendo abandonado Eadi Halfa a 08 desse mês. Treze dias mais tarde entram, triunfalmente, no Cairo, entre filas de multidões que os aclamam. Tinham findado uma viagem épica que cobrira uns 20.000 quilómetros.
As viaturas utilizadas - Foram usadas dois camiões da marca Crossley, modificando-se o modelo 25/30, modelo este que foi fabricado entre 1919 e 1925. Com um motor de quatro cilindros, movido a gasolina tinham uma cilindrada de 4.536 cc. Com suspensão levantada (para melhor galgarem terrenos acidentados) estavam equipados com telas mosquiteiras e os tectos dos mesmos foram adaptados para serem retirados e servirem de jangadas para atravessarem rios mas. a fim de pouparem combustível e ficarem menos pesados, acabaram por retirar os mesmos, substituindo-os por lonas, algum tempo depois da viagem se ter iniciado. Cada camião transportava cerca de uma tonelada de material. Após a expedição, as viaturas foram embarcadas, em Alexandria, para a Grã-Bretanha, onde ainda serviram como mote publicitário à marca.
Historiando Moçambique ColonialSerá nessa época que começa a amadurecer a ideia de ligar a Cidade do Cabo ao Cairo, via automóvel, aventura essa que nunca tinha sido completada anteriormente, mas apenas tentada. Em 1903 Tom Prata saíra do Cabo e atingira o Sudão mas não passara daí. Dez anos mais tarde (1913) o Capitão Kelsey fizera nova tentativa, mas a aventura terminara abruptamente, quando morreu na Rodésia, vitimado pelo ataque dum leopardo.
Com o fito de atingir os seus objectivos e com o apoio incondicional da família da sua esposa, o casal Court Treatt desloca-se a Londres, levando uma carta de apresentação elaborada pelo General Smuts, ao tempo Primeiro-Ministro da África do Sul, a fim de conseguirem obter as necessárias autorizações e apoios logísticos e financeiros.
Depois de realizada a viagem, que lhes trouxe fama e glória, outras se seguiram pelo continente africano. Em 1934 o casal divorcia-se e Chaplin Court Treatt volta a casar em 1937. Preferindo a máquina de filmar à espingarda, várias vezes defendeu a necessidade de se preservar as espécies selvagens africanas do extremínio, principalmente os animais de grande porte, especialmente apetecíveis pelos caçadores de caça grossa.
Stella Maud Hinds Court Treatt - (Blaubank (África do Sul), 11/03/1895 - Joanesburgo, 20/12/1976) - Aventureira, escritora, documentarista. Casada com Chaplin Court Treatt, efectua com ele a primeira ligação automóvel da Cidade do Cabo ao Cairo. Desta viagem escreveu o registo memorial "Cape to Cairo: the record of a historic motor journey" (1927). Depois desta expedição realizou outras viagens ao interior do continente africano, nomeadamente ao Sudão.
Juntamente com o seu marido e com o seu irmão Errol Hinds (que também participou na viagem Cabo/Cairo) escreveram o guião, dirigiram e realizaram o filme "Stampede" (35mm, mudo, a preto e branco, 1929) que é uma história fictícia de aventuras, muito em moda na época e que relata a vida de Boru, um menino adoptado que se trava de amizades com o filho dum chefe tribal e, mais tarde, já adulto, trone-se ele próprio um líder salvando o povo da fome e da miséria. Retratando a mentalidade colonial da época, molda os africanos como seres primitivos, numa fase de evolução lenta e. em algumas partes, efectuando comparações com animais.
Posteriormente o seu filme documentário "Sudan Sand: filmimg the baggara arabes" (1930) é um relato de como foi efectuado o "Stampede", onde ela descreve como este foi realizado, com recurso a membros da tribo Habbannia, dos povos nómadas baggara, que interpretaram papeis no filme.
Um outro registo fílmico, em jeito de documentário é o "Stark Nature" (1930) onde retrata paisagens e gentes sudanesas.
Depois do divórcio, voltou a casar-se, agora com um médico, embarcando o casal para a Índia a viver. Retornou à sua África do Sul natal, onde veio a falecer.
A expedição - Desde sempre esteve nos objectivos hegemónicos do colonialismo britânico, em África, dominar o maior espaço de território possível onde qualquer súbdito de Sua Majestade pudesse caminhar sempre sem nunca o Sol se pôr. Impossível? Não... conseguiram-no. Da Cidade do Cabo ao Cairo (ou do Cairo ao Cabo, é indiferente) foi uma viagem que se tornou possível efectuar sempre em território administrado pelos britânicos.
Em 23 de Setembro de 1924 iniciou-se a primeira travessia motorizada sul-norte, do continente africano, expedição essa que foi realizada pelo Major Chaplin Court Treatt, secundado pela sua esposa Stella Maud Hinds. Com partida na Cidade do Cabo, a expedição era composta por meia dúzia de participantes que se transportavam em dois camiões militares Croosley. A 24 de Janeiro de 1926, depois de percorridos cerca de 20.000 quilómetros, a expedição atingiu o Cairo. Dessa viagem foi efectuado um documentário fílmico sobre a mesma, obtendo-se imagens inéditas, até então, do continente africano.
A viagem, que apenas foi efectuada em território britânico, teve o seguinte percurso: África do Sul (Cape Town, Bristown, Pretória, Pietersburg); Rodésia do Sul (Bulavaio); Rodésia do Norte (Livingstone, Broken Hill, Abercorn, Karonga); Tanganica (Mwaya, Dodoma); Quénia (Nairobi); Sudão (Mongalla, Wau, El Obeid, El Dueim) e Egipto (Wadi Halfa, Assuão e Cairo). Apenas se referiram algumas das localidades que os aventureiros atravessaram não sendo, por isso, esta uma lista exaustiva.
Na época, grande parte do continente africano não era atravessado por estradas, sendo o continente mais conhecido por travessias aéreas. As florestas, os rios caudalosos, a lama, as zonas montanhosas, os pântanos, bem como as planuras desérticas sudanesas, tudo contribuía para as dificuldades da marcha. A acrescer a tudo isto havia a somar os ataques dos animais, as doenças, a falta de postos de combustível, de oficinas para aquisição de peças ou reparação das viaturas. A humidade equatorial, as picadas dos mosquitos, as mordidas das cobras, os crocodilos nos rios, o calor seco do deserto, o calor húmido dos trópicos e o frio montanhês seriam companheiros constantes dos aventureiros que, para não levarem peso excessivo que só faziam consumir mais combustível e fatigar as viaturas, tinham prescindido de roupas e outros artigos de conforto pessoal. A alimentação seria suprida pela caça e a viagem em si seria filmada. Para tal, mais importantes que objectos de conforto pessoal, havia que dar lugar a espingardas e material cinematográfico, recaindo sobre estes últimos especial cuidado, por causa da humidade ou danos de solavancos da viagem. As doenças seriam combatidas artesanalmente por Stella Maud Hinds, que para tal tirou um curso básico de primeiros socorros,m onde aprendeu a dar injecções.
No dia 23 de Setembro de 1924 partiram da Cidade do Cabo e percorreram a África do Sul até terem entrado na Rodésia do Sul, a 02 de Novembro de 1924, quando atravessaram o rio Limpopo, que estava quase seco. A 25 de Novembro entravam em Bulavaio e, passado um mês (28 de Novembro) abandonaram as secções dos tectos das viaturas para estas ficarem mais leves. A 27 de Abril de 1925 atingem Victoria Falls (Cataratas Victória) onde repousam até 21 de Maio seguinte. Em Junho entram no Tanganica e em Setembro/Outubro já circulam pelo Quénia e Uganda, nestes territórios sem grandes problemas. Em Outubro estão no Sul do Sudão e a 20 de Dezembro atingem El Obeid e, oito dias mais tarde, entram em Cartum. Os primeiros dias de Janeiro de 1926 encontram a expedição já no Egipto, tendo abandonado Eadi Halfa a 08 desse mês. Treze dias mais tarde entram, triunfalmente, no Cairo, entre filas de multidões que os aclamam. Tinham findado uma viagem épica que cobrira uns 20.000 quilómetros.
As viaturas utilizadas - Foram usadas dois camiões da marca Crossley, modificando-se o modelo 25/30, modelo este que foi fabricado entre 1919 e 1925. Com um motor de quatro cilindros, movido a gasolina tinham uma cilindrada de 4.536 cc. Com suspensão levantada (para melhor galgarem terrenos acidentados) estavam equipados com telas mosquiteiras e os tectos dos mesmos foram adaptados para serem retirados e servirem de jangadas para atravessarem rios mas. a fim de pouparem combustível e ficarem menos pesados, acabaram por retirar os mesmos, substituindo-os por lonas, algum tempo depois da viagem se ter iniciado. Cada camião transportava cerca de uma tonelada de material. Após a expedição, as viaturas foram embarcadas, em Alexandria, para a Grã-Bretanha, onde ainda serviram como mote publicitário à marca.
Sofala, Feitoria de - A localidade de Sofala aparece referida como tendo existência própria nos princípios do século X a qual, fruto da sua posição geográfica, terá sido uma das localidades escolhidas pelos mercadores para, criando aí uma feitoria, melhor efectuarem as trocas de ouro, marfim e escravos provenientes do interior.
No século XI Sofala era um dos mais importantes entrepostos comerciais do ouro, na costa oriental africana, avassalada a Quíloa e sendo bastante procurada não só por árabes, mas também por outros mercadores asiáticos, tais como chineses, indianos, indonésios e persas. Por sua vez estes mercadores traziam, por permuta, produtos tais como arroz, cana-de-açúcar, citrinos, têxteis e missangas, entre outros. Assim, quando os portugueses se instalaram em Sofala, encontraram uma sociedade não só estruturada como também miscigenada com os povos africanos, calculando-se que a população de Sofala ascenderia a 800 pessoas e os africanos dos subúrbios atingiriam as 10.000 pessoas. De notar, ainda, que a antiga povoação de Sofala, não era uma única mas sim composta por três povoados: Sagoa, sobranceira ao longo do rio; Iangoe e um terceiro povoado na foz do mesmo.
O primeiro europeu a ter visitado aquela zona, na busca de informações de ouro e rotas marítimas para a Índia, terá sido Pêro da Covilhã, em 1489. Em 1505 os portugueses criam uma feitoria nesta localidade com o fim de captar o ouro dos reinos do Monomotapa, Bútua e Mocaranga, substituindo-se aos árabes, tendo sido nomeado como seu primeiro Capitão-Mór Pêro de Anaia. A autorização para a construção da fortaleza, que ficaria conhecida como fortaleza de São Caetano, foi concedida aos portugueses por Youssuf, ao tempo Sultão de Sofala.
No entanto, não foi pacífica a instalação dos portugueses em Sofala, pois os árabes, longamente instalados naquela região e perfeitamente enquadrados com os povos locais fomentaram revoltas armadas e promoveram percursos alternativos do escoamento dos produtos do interior, via Tete e Sena, para outras feitorias que possuíam em Quelimane e Angoche. É, assim, que vemos o Xeque Youssuf, que dera autorização para a construção da fortaleza, alterar os seus pontos de vista, acabando por guerrear os portugueses, mas acabando derrotado e morto. Sucede-lhe, no Xecado, o seu filho Soleimão, mas por pouco tempo pois foi substituído pelo seu irmão Maulide, que trava novas guerras com os portugueses, acabando também vencido e morto, em 1511, sucedendo-lhe o seu sobrinho Quiumbe, com o beneplácito dos vencedores.
Mas, entretanto, já os portugueses tinham começado a internar-se pelo rio Zambeze, a fim de atingirem o Reino do Monomotapa. Com a instalação dos portugueses nas feitorias de Tete e Sena e a dominá-las, no correr da década de 30 do século XVI, Sofala perde o seu estatuto de feitoria importante para os interesses lusitanos, importância essa que decai em favor da ilha de Moçambique, ilha esta que começa a subir na hierarquia das povoações dominadas pelos portugueses. Fruto, não só da má gestão administrativa da mesma como também da oposição dos árabes mas, essencialmente porque o ouro que se julgava ali afluir em torrentes foi sempre em quantidades diminutas provocando, na contabilidade da feitoria um prejuízo financeiro enorme, Sofala começa a perder importância estratégica e económica a partir de meados do século XVI e acaba por morrer lentamente, nunca mais tendo voltado a recuperar os tempos de esplendor dos séculos anteriores.
No século XI Sofala era um dos mais importantes entrepostos comerciais do ouro, na costa oriental africana, avassalada a Quíloa e sendo bastante procurada não só por árabes, mas também por outros mercadores asiáticos, tais como chineses, indianos, indonésios e persas. Por sua vez estes mercadores traziam, por permuta, produtos tais como arroz, cana-de-açúcar, citrinos, têxteis e missangas, entre outros. Assim, quando os portugueses se instalaram em Sofala, encontraram uma sociedade não só estruturada como também miscigenada com os povos africanos, calculando-se que a população de Sofala ascenderia a 800 pessoas e os africanos dos subúrbios atingiriam as 10.000 pessoas. De notar, ainda, que a antiga povoação de Sofala, não era uma única mas sim composta por três povoados: Sagoa, sobranceira ao longo do rio; Iangoe e um terceiro povoado na foz do mesmo.
O primeiro europeu a ter visitado aquela zona, na busca de informações de ouro e rotas marítimas para a Índia, terá sido Pêro da Covilhã, em 1489. Em 1505 os portugueses criam uma feitoria nesta localidade com o fim de captar o ouro dos reinos do Monomotapa, Bútua e Mocaranga, substituindo-se aos árabes, tendo sido nomeado como seu primeiro Capitão-Mór Pêro de Anaia. A autorização para a construção da fortaleza, que ficaria conhecida como fortaleza de São Caetano, foi concedida aos portugueses por Youssuf, ao tempo Sultão de Sofala.
No entanto, não foi pacífica a instalação dos portugueses em Sofala, pois os árabes, longamente instalados naquela região e perfeitamente enquadrados com os povos locais fomentaram revoltas armadas e promoveram percursos alternativos do escoamento dos produtos do interior, via Tete e Sena, para outras feitorias que possuíam em Quelimane e Angoche. É, assim, que vemos o Xeque Youssuf, que dera autorização para a construção da fortaleza, alterar os seus pontos de vista, acabando por guerrear os portugueses, mas acabando derrotado e morto. Sucede-lhe, no Xecado, o seu filho Soleimão, mas por pouco tempo pois foi substituído pelo seu irmão Maulide, que trava novas guerras com os portugueses, acabando também vencido e morto, em 1511, sucedendo-lhe o seu sobrinho Quiumbe, com o beneplácito dos vencedores.
Mas, entretanto, já os portugueses tinham começado a internar-se pelo rio Zambeze, a fim de atingirem o Reino do Monomotapa. Com a instalação dos portugueses nas feitorias de Tete e Sena e a dominá-las, no correr da década de 30 do século XVI, Sofala perde o seu estatuto de feitoria importante para os interesses lusitanos, importância essa que decai em favor da ilha de Moçambique, ilha esta que começa a subir na hierarquia das povoações dominadas pelos portugueses. Fruto, não só da má gestão administrativa da mesma como também da oposição dos árabes mas, essencialmente porque o ouro que se julgava ali afluir em torrentes foi sempre em quantidades diminutas provocando, na contabilidade da feitoria um prejuízo financeiro enorme, Sofala começa a perder importância estratégica e económica a partir de meados do século XVI e acaba por morrer lentamente, nunca mais tendo voltado a recuperar os tempos de esplendor dos séculos anteriores.
São Caetano, Fortaleza de - Em 1505 o Rei de Portugal, Dom Manuel I, no regimento que outorga o comando duma armada a Dom Francisco de Almeida, que ia partir para a Índia, decreta no nº 17 do dito regimento: "Como bem sabeis nós nesta viagem, com a ajuda de Nosso Senhor, queremos que se faça a fortaleza de Sofala para o que vai ordenado por capitão Pero de Anaia". E, mais à frente, no ponto 20 do mesmo regimento, determina: "... fazer a fortaleza tendo respeito às cousas que neste caso mais se deve olhar a saber o sítio mais forte e que seja mais seguro do mar comer a terra, porque somos informados que gasta o mar ali muita dela e que há ali também grandes cheias de rio". Em Setembro de 1505, a mando de Pêro de Anaia, inicia-se a construção duma fortaleza, que ficou conhecida como de São Caetano, com madeira da região, já que as cantarias devidamente aparelhadas, vindas da metrópole especificamente para a sua construção, tinham-se perdido num naufrágio.
No ano seguinte e após a morte de Pêro de Anaia, que apenas erigiu uma tranqueira circundada por um fosso, inicia-se a construção da fortaleza, agora em alvenaria, sob a direcção do Capitão-Mór Manuel Fernandes, começando por erigir-se um torreão, com pedra e cal vinda da metrópole e da feitoria de Quíloa. Cerca de quatro anos mais tarde reconstruiu-se, de novo, a fortaleza, mantendo a traça original. A fortaleza era de formato quadrangular, com um muro com 25 palmos de altura e quatro baluartes redondos nos seus cantos, segundo testemunho de Frei João dos Santos. Possuía uma cisterna para recolha de água das chuvas e uma capela no seu interior, onde se albergava a imagem de São Caetano, santo padroeiro da fortaleza. Com o declínio comercial da feitoria a fortaleza entrou em degradação irreversível.
No entanto, em 1836, ainda serviu de baluarte inexpugnável a incursões de povos vindos do Sul, mas em finais desse mesmo século XIX já só restava uma torre de pé e, entre 1905/06 deu-se a derrocada total, deixando de existir qualquer vestígio da que foi a primeira fortaleza a ser construída no território de Moçambique.
No ano seguinte e após a morte de Pêro de Anaia, que apenas erigiu uma tranqueira circundada por um fosso, inicia-se a construção da fortaleza, agora em alvenaria, sob a direcção do Capitão-Mór Manuel Fernandes, começando por erigir-se um torreão, com pedra e cal vinda da metrópole e da feitoria de Quíloa. Cerca de quatro anos mais tarde reconstruiu-se, de novo, a fortaleza, mantendo a traça original. A fortaleza era de formato quadrangular, com um muro com 25 palmos de altura e quatro baluartes redondos nos seus cantos, segundo testemunho de Frei João dos Santos. Possuía uma cisterna para recolha de água das chuvas e uma capela no seu interior, onde se albergava a imagem de São Caetano, santo padroeiro da fortaleza. Com o declínio comercial da feitoria a fortaleza entrou em degradação irreversível.
No entanto, em 1836, ainda serviu de baluarte inexpugnável a incursões de povos vindos do Sul, mas em finais desse mesmo século XIX já só restava uma torre de pé e, entre 1905/06 deu-se a derrocada total, deixando de existir qualquer vestígio da que foi a primeira fortaleza a ser construída no território de Moçambique.
Anaia, Pêro de - (?- Sofala, 1506) - De ascendência castelhana, saiu de Lisboa integrado na armada de Dom Francisco de Almeida, em Maio de 1505, com a missão de construir uma fortaleza em Sofala, tendo em vista a proteção ao comércio que se pretendia implementar para o interior, com especial incidência no do ouro. Torna-se, assim, no primeiro Capitão-Mór de Sofala, onde desenvolveu uma intensa actividade bélica, com os árabes e diplomática, com os chefes nativos. Faleceu em Sofala, de doença.
Feira - Povoação ou local onde se realizavam concentrações comerciais, no interior.
Feitor - Administrador duma feitoria competindo-lhe, entre outras coisas, as funções de receber e vigiar as mercadorias a transaccionar ou transaccionadas, verificar as cargas e descargas das mesmas, lavrar os livros de receitas e despesas, atribuição de confiscos, multas, registos do ouro, marfim e escravos e arrolamento de estragos.
Feitoria - Posto comercial que se situava, por norma, no litoral, criado pelas companhias mercantis ou pelo Estado, com a finalidade de melhor se captarem os produtos da região ou para servirem de intermediários entre as terras do interior e outras.
Face às dificuldades de comunicação no início dos Descobrimentos, as feitorias tinham uma estrutura pesada e complexa mas, a partir do século XVII, com o evoluir da navegação marítima e dum maior aceleramento das mesmas, as feitorias começaram a cair de importância, caminhando para o seu desaparecimento e dando lugar a outras estruturas administrativas.
A dispersão das feitorias, em pontos estratégicos, levava a um pontilhado à escala intercontinental que dava a Portugal, na época dos Descobrimentos, um poderio económico mundial. Em Moçambique a primeira feitoria a ser criada foi a de Sofala, segundo-se a da ilha de Moçambique. As primeiras feitorias portuguesas do interior a serem abertas foram as de Sena e Tete, por efeitos de melhor captação de ouro do Reino do Monomotapa.
Um poema
Camarada inimigo
Esteve aqui um inimigo sem fome, muita
Deixou-me este inimigo uma ração de combate com formigas
E dois pedaços de jornal com excrementos
E vinte e duas latas de cerveja vazias
E capim pisado
Contou-me muita informação precisa este inimigo
Sei que há três meses fazia muito frio em Lisboa (Portugal)
Caetano está bom na legenda mas só tem meia cabeça na foto
E o seu sorriso acaba onde começa mais excremento
Caetano está bom mesmo e o Povo Português muito triste
Hoje há três meses pois Eusébio não alinha por ter menisco
E santo Francisco de Paula é senhoria em Lisboa e dos pobres
Sei ainda que este inimigo tema a doença da sede para esquecer
Tem pouca fome porque ainda não sabe aprender a esquecer
Tem diarreia, tem lombriga, tem solidão
E só sabe fumar metade do cigarro
Este inimigo deixa muita informação e rasto
Não pode ser um inimigo tão assim tanto
É um camarada trabalhando no campo inimigo
É pelo menos um agente duplo.
(Mutimati Barnabé João / Eu, o povo / 1975)
Quo vadis África?
Em Tete (Moçambique), uma menina de seis anos foi violada, envenenada e, depois, extraíram-lhe os orgãos genitais. As autoridades suspeitam de práticas de feitiçaria. (Correio da Manhã, 15/02/2012).
Como eu condeno a violência gratuita, e para me manter fiel a este princípio, eu até pagava do meu bolso para me deixarem tratar da saúde mental e física do ou dos autores deste nefando crime.
Em Pemba (Moçambique) uma mulher entrou num espaço reservado a ritos de iniciação de rapazes, pelo que acabou condenada no local, pelo líder espiritual da cerimónia ritual, a ser possuída pelos rapazes iniciáticos. Assim, a dita mulher acabou violada consecutivamente por dezassete rapazes. Posteriormente a polícia deteve alguns dos "campeões do sexo" mas foi avisada para soltar os mesmos, o que acabou por acontecer.
Como se isso não bastasse, o jornalista Pedro Nacuo veio defender os violadores, num artigo que escreveu no jornal "Notícias", defendo que a mulher tinha sido devidamente punida. Registe-se que o referido jornalista Pedro Nacuo tinha sido premiado anteriormente com o Prémio Saúde para Jornalistas, patrocinado pelo pelo Ministério da Saúde de Moçambique em parceria com o Sindicato de Jornalistas e ONU, em 2011, por um trabalho que efectuara sobre a saúde feminina.
Por outro lado, o jornal "Notícias", numa nota editorial referiu que se demarcou da posição do jornalista mas que, inspirado no princípio da liberdade de imprensa e de opinião, deixou passar o artigo.
Felizmente que diversas organizações de intervenção cívica em Moçambique actuaram e denunciaram estes três actos criminosos, (a violação da senhora, o estúpido artigo de Pedro Nacuo e a posição comodista do jornal "Notícias"), não se calando. São as ditas associações a WLSA Moçambique - Mulher e Lei na África Austral; LAMBDA - Associação de Defesa das Minorias Sexuais; Fórum Mulher; AMMCJ - Associação das Mulheres na Comunicação Social e FORCOM - Fórum das Rádios Comerciais.
(Fonte: http://www.wlsa.org.mz/?blogviewid=53& target)
Como eu condeno a violência gratuita, e para me manter fiel a este princípio, eu até pagava do meu bolso para me deixarem tratar da saúde mental e física do ou dos autores deste nefando crime.
Em Pemba (Moçambique) uma mulher entrou num espaço reservado a ritos de iniciação de rapazes, pelo que acabou condenada no local, pelo líder espiritual da cerimónia ritual, a ser possuída pelos rapazes iniciáticos. Assim, a dita mulher acabou violada consecutivamente por dezassete rapazes. Posteriormente a polícia deteve alguns dos "campeões do sexo" mas foi avisada para soltar os mesmos, o que acabou por acontecer.
Como se isso não bastasse, o jornalista Pedro Nacuo veio defender os violadores, num artigo que escreveu no jornal "Notícias", defendo que a mulher tinha sido devidamente punida. Registe-se que o referido jornalista Pedro Nacuo tinha sido premiado anteriormente com o Prémio Saúde para Jornalistas, patrocinado pelo pelo Ministério da Saúde de Moçambique em parceria com o Sindicato de Jornalistas e ONU, em 2011, por um trabalho que efectuara sobre a saúde feminina.
Por outro lado, o jornal "Notícias", numa nota editorial referiu que se demarcou da posição do jornalista mas que, inspirado no princípio da liberdade de imprensa e de opinião, deixou passar o artigo.
Felizmente que diversas organizações de intervenção cívica em Moçambique actuaram e denunciaram estes três actos criminosos, (a violação da senhora, o estúpido artigo de Pedro Nacuo e a posição comodista do jornal "Notícias"), não se calando. São as ditas associações a WLSA Moçambique - Mulher e Lei na África Austral; LAMBDA - Associação de Defesa das Minorias Sexuais; Fórum Mulher; AMMCJ - Associação das Mulheres na Comunicação Social e FORCOM - Fórum das Rádios Comerciais.
(Fonte: http://www.wlsa.org.mz/?blogviewid=53& target)
Aconteceu
Em Lisboa cinco marmanjos assaltaram, à mão armada, uma ourivesaria, quando esta se encontrava em plena laboração. O dono da mesma reagiu e ripostou, também a fogo de pistola, contra "as vítimas da sociedade" ferindo dois deles, que acabaram por ficar internados no hospital, um com um pulmão perfurado e o outro com uma bala junto à coluna. (Correio da Manhã, 15/02/2012).
Ora bem, se estes dois meninos precisarem de serem operados... sê-lo-ão. À custa de quem, pergunto eu? Dos nossos impostos claro está.
Pois é, este par de jarras deveria era de se levantarem, irem para os centros de saúde, de madrugada, tentarem marcar uma consulta que depois, caso houvesse, os remeteriam para um hospital que depois os operariam, quando houvesse vagas. Que é o calvário dos cidadãos honestos. Mas não, para os coitadinhos dos gatunos, não.
No dia 27 de Novembro de 2009 ocorreu um acidente de viação na zona dos Restauradores, em Lisboa, quando uma viatura em excesso de velocidade embateu numa outra. Na viatura causadora do acidente seguia o, na altura, Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes de seu nome, sendo a mesma conduzida por um motorista da GNR. Mário Mendes ia atrasado para assistir à tomada de posse de Governadores Civis e essa seria a razão porque a sua viatura seguia em velocidade excessiva numa das principais artérias da capital e em hora de grande movimento.
Levado o caso a Tribunal o motorista foi condenado. Só e apenas ele. A Mário Mendes, que seguia na viatura, nada recaiu. Para assistir a uma tomada de posse de Governadores Civis (que era um assunto de alta importância de Segurança Interna, não haja dúvidas, sim senhor) autoriza uma velocidade louca dentro da cidade. Quando a coisa correu mal, só o elo mais fraco (o motorista) é que pagou as favas. Puta de Justiça.
Ora bem, se estes dois meninos precisarem de serem operados... sê-lo-ão. À custa de quem, pergunto eu? Dos nossos impostos claro está.
Pois é, este par de jarras deveria era de se levantarem, irem para os centros de saúde, de madrugada, tentarem marcar uma consulta que depois, caso houvesse, os remeteriam para um hospital que depois os operariam, quando houvesse vagas. Que é o calvário dos cidadãos honestos. Mas não, para os coitadinhos dos gatunos, não.
No dia 27 de Novembro de 2009 ocorreu um acidente de viação na zona dos Restauradores, em Lisboa, quando uma viatura em excesso de velocidade embateu numa outra. Na viatura causadora do acidente seguia o, na altura, Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes de seu nome, sendo a mesma conduzida por um motorista da GNR. Mário Mendes ia atrasado para assistir à tomada de posse de Governadores Civis e essa seria a razão porque a sua viatura seguia em velocidade excessiva numa das principais artérias da capital e em hora de grande movimento.
Levado o caso a Tribunal o motorista foi condenado. Só e apenas ele. A Mário Mendes, que seguia na viatura, nada recaiu. Para assistir a uma tomada de posse de Governadores Civis (que era um assunto de alta importância de Segurança Interna, não haja dúvidas, sim senhor) autoriza uma velocidade louca dentro da cidade. Quando a coisa correu mal, só o elo mais fraco (o motorista) é que pagou as favas. Puta de Justiça.
Segundo Frederik Reinfeldt, Primeiro-Ministro sueco: "O sistema não é mágico. É impossível as pessoas reformarem-se hoje aos 64 anos. Se quiserem manter o nível de vida terão de trabalhar até aos 75 anos" (Sábado nº 407). Eu até digo mais: deviam-se obrigar as pessoas a trabalharem até ao dia da véspera da morte. No dia da morte, magnânimamente, concedia-se tolerância.
Leitor da Sábado (tal como doutros órgãos de imprensa) por vezes fico meio-burro a tentar perceber o teor dalgum trabalho que apresentam. Foi o que se passou com o artigo subordinado ao tema "O que é que estás a fazer?" da rúbrica "Sociedade" (págs. 72 a 77) que é duma imbecilidade a toda a prova. O assunto é tão pimba, tão pimba, mas tão pimba que até diria que as letras cantadas(?) pelo impagável Zé Cabra são cultura ao pé desta chachada.
À cautela reli o trabalho todo, não fosse cometer alguma injustiça contra os altos intelectos que idealizaram, gizaram, produziram, realizaram e colaboraram neste artigo, mas o que mais consegui foi uma tremenda dor de cabeça que só me passou com duas rodelas de batatas cruas atadas nos cornos (com licença de Vossas Mercês), e 3/4 de garrafa de whiskey de Sacavém que um lelo me vendeu, quando eu ia a passar no Marquês de Pombal. Numa revista como a Sábado... enfim, é de lamentar. É que isto de encher chouriços tem que se lhe diga.
Mário Crespo (jornalista da SIC) e Rúben de Carvalho (comentador da SIC e membro do PCP)protagonizaram uma lamentável gafe e fizeram figura de parvos ao criticarem a postura física do nosso Ministro das Finanças (Victor Gaspar) perante o seu homólogo alemão (Wolfgang Schuble), considerando-a como de subserviência. Não, não era. O alemão sofreu um atentado há uns anos atrás e, por isso, desloca-se em cadeira de rodas o que obriga os seus interlocutores, estando de pé, a curvarem-se para dialogarem com ele.
O par de distraídos lusitanos desconhecia este facto. Mais profissionalismo, meus senhores. Vejam lá se justificam o que ganham. É que há actos que não ficam apagados por pedidos de desculpas posteriores. Até porque ficamos sem saber se os pedidos de desculpas são sinceros ou apenas formais.
O par de distraídos lusitanos desconhecia este facto. Mais profissionalismo, meus senhores. Vejam lá se justificam o que ganham. É que há actos que não ficam apagados por pedidos de desculpas posteriores. Até porque ficamos sem saber se os pedidos de desculpas são sinceros ou apenas formais.
Vai acontecer
Sessão evocativa subordinada ao tema "Relembrar Zeca Afonso", apresentada por Viriato Teles. Na Biblioteca Museu da República e Resistência (Rua Alberto de Sousa - 10 - Lisboa), no próximo dia 23 de Fevereiro, pelas 18H00.
Foi dito
"Olho por olho e acabamos todos por ficar cegos" - Mahatma Ghandi.
Foi escrito
"... Aos 15 anos colocam-te um cigarros nos beiços e durante 20 anos arruínam-te dentes, pulmões e deixam-te viciado, e agora que estás acossado ao frio e à porta de um restaurante convencem-te de que pertences a um grupo de livres-pensadores que resiste à higienização global do politicamente correcto. ..." - Luís Pedro Nunes, na crónica "Em manutenção", Revista do Expresso de 04/02/2012.
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