"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Píteas




VIAJANTES, AVENTUREIROS E EXPLORADORES



Píteas - Navegador grego da Antiguidade, que terá vivido no século IV AC (ou III AC) e do qual quase nada se sabe, em concreto, sobre os seus elementos biográficos. Após a expedição do cartaginês Hanon à costa ocidental africana (já relatada na mensagem anterior) Cartago impôs um férreo bloqueio marítimo nas Colunas de Hércules(1), durante os dois séculos seguintes a esta espantosa odisseia.
 
 
No entanto, o seu envolvimento em lutas contra o Império Romano, que ficaram conhecidas como as Guerras Púnicas, desviaram a sua atenção, homens e barcos para outras zonas, acabando por desguarnecer a vigilância sobre o referido Estreito. Terá sido no século IV AC (2) que um mercador grego, de nome Píteas e residente na então poderosa colónia grega de Massalia (3) conseguiu ludibriar a vigilância cartaginesa e ultrapassou as Colunas de Hércules.
 
 
Fruto da sua posição geográfica no Mediterrâneo, Massalia era uma importante cidade charneira no comércio que mercadejava com povos do Ocidente e do Norte - as "terras do Sol poente". Para ela confluíam, entre outros, o cobre e a prata ibéricas, o ouro irlandês, o estanho bretão e o âmbar nórdico, trazidos por mercadores celtas que, descendo de desconhecidas terras nortenhas, vinham mercadejar a Massalia, falando vagamente duma grande ilha onde abundava o estanho que traziam e em cujas praias eram colhidas, atiradas pelo mar, o precioso âmbar.


A evolução económica de Massalia levou a um aumento da procura dos bens que os celtas traziam, mas que chegavam em poucas levas, trazidas pelas barcas fluviais que capilavam pelo interior europeu. Tornou-se convicção, no seio da burguesia local, que se fossem enviados barcos de maior envergadura por mar e ultrapassadas as Colunas de Hércules, os produtos afluiriam em maior quantidade.


A oportunidade da concretização de tal objectivo exploratório começou a tomar forma quando o bloqueio naval cartaginês diminuiu nas Colunas de Hércules, fruto das guerras púnicas que Cartago travou contra Roma, e da qual saiu derrotada.


Massalia, aliada indefectível de Roma, aproveita a oportunidade e, em 240 AC, arma um navio entregando o comando do mesmo a Píteas, com a finalidade deste explorar o Atlântico e se apurar dos locais onde adquirir maiores quantidades de âmbar e estanho, este essencial para o fabrico do bronze, produto que era um dos principais esteios económicas da Massalia de então, bem como o de buscar novos portos para onde se pudessem canalizar as exportações massalianas.


Píteas, almirantando um navio de cerca de cem toneladas e com uma tripulação duns vinte e cinco homens, deixa Massalia em finais da Primavera de 240 AC (data provável) e ruma para Ocidente, cuidando sempre de navegar à vista. Avistando os Pirinéus aporta a Emporion (4) e, daqui, segue até ao rochedo de Gibraltar. Passa de noite pelas famosas Colunas de Hércules, fintando a debilitada marinha cartaginesa até que, no alvor matinal, se encontra a navegar no Oceano Atlântico. Repousa em Cádis (5) e, volvida uma semana, dobra o cabo de S. Vicente (actual Portugal) no noroeste ibérico.





Estátua de Píteas, em Marselha



Contorna a placa ibérica apercebendo-se, pelas várias leituras que efectuava da latitude, que se trata duma península e navega calmamente pela costa gálica (actual França) até atingir a vila celta de Corbilo (6), cujo porto se localiza na foz do rio Loire, onde se reabastece e colhe informações sobre a rota marítima que lhe permitisse atingir as minas de estanho da Cornualha.



Fruto da orografia costeira franco-bretã, Pítias flecte para Oeste e dobra o promontório do Cabo Kabaion (7) e avista a desértica ilha de Uxibanne (8), no extremo Oeste francês. Abandonando a segurança da navegação com avistamento costeiro permanente, interna-se pelo mar adentro e acabam por avistar a ilha Britânia (9). Voltando a navegar à vista, Píteas e os seus homens voltam a descobrir vestígios da presença humana até que aporta numa aldeia e, em contacto com as populações locais, apercebe-se que falam celta, língua por si e pela sua tripulação mais que conhecida. 


Tinham aportado a Kantion (10), onde são informados que as minas de estanho se encontram mais a sudoeste. Voltando a embarcar atinge a Cornualha onde repousa, sendo bem recebido pelos bretões. Visita centenas de minas de estanho, confirmando a informação colhida em Kantion. fazendo-se de novo ao mar ruma para Norte, navega ao longo da costa da Irlanda, ilha que avista mas evita-a, eventualmente por lhe terem informado que a mesma era habitada por selvagens canibais.


Avista a Escócia e vê a vegetação costeira rarear à medida que avança para Norte. Das florestas sulistas passara para as árvores dispersas, destas para a urze, destas para as gramíneas e destas para as rochas desnudadas. Para além da rareação da vegetação também nota e sente a rarefação do clima. O frio agora era mais inclemente. Do calor sulista passava a gora para o frio nórdico. Mesmo assim continuou a rumar para Norte, vencendo sempre os medos, desde o mar chão sulista ao mar cavado nortenho. até que atinge as ilhas Orcales (11) e, depois, as Shetland (12), onde ancorou na mais setentrional delas, a ilha de Unst (13).


Píteas observa que o dia tem mais de dezasseis horas. Ultrapassara a latitude de 60º Norte o que, para a época era um facto notável. Junto dos pastores insulares, que os acolhe e lhes vende agasalhos e alimentos, colhe a informação da existência duma grande ilha mais a Norte, que apelidam de Thule, onde o Sol de põe e o mundo acaba.


Rumando a embarcação de novo para Norte, Píteas atinge, seis dias depois, um local que descreverá como "..onde não existe terra propriamente dita, nem mar nem céu, mas é uma espécie de amalgama das três, em que a terra e tudo o mais se encontram suspensos numa espécie de mistura gelatinosa de todos os elementos, sobre a qual era impossível andar ou navegar...".



Ainda hoje é polémica até onde terá chegado Píteas e a sua tripulação. Uns apontam o limite Norte da sua viagem as ilhas Faroé (14), outros a Islândia e que, ao tornar para Sul ainda teria tocado nas costas da actual Noruega.


A sua descrição acima referida rotulou-o, durante muitos séculos, como fantasista, mentiroso, inventor de lendas mas Fridtjot Nansen (15), explorador polar, desvendou o mistério afirmando que a descrição de Pítas era resultado de ter avistado massas de gelo flutuante cujo roçagar provocava uma neblina, ou seja a chamada "lama de gelo".


Os defensores que ele terá atingido a Islândia reportam-se à sua descrição de ter avistado "fogo que brilha sempre" e ao "imenso cume" da ilha, o que poderia indiciar a actividade vulcânica islandesa. Na sua torna-viagem ruma para o actual mar do Norte e explora ricas regiões ambaríferas na actual costa dinamarquesa. No  calmo regresso pátrio, culmina uma viagem que cobriu cerca de sete mil milhas marítimas, fez entrar Píteas no panteão planetário dos grandes exploradores da Antiguidade.



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(1) - Nome antigo do actual Estreito de Gibraltar.
(2) - Há, no entanto, quem calcule a realização desta viagem no século III AC.
(3) - Nome antigo da actual cidade de Marselha, em França. Massília era, na altura dos factos aqui relatados, aliada do Império Romano. Terá sido fundada em 600 AC, por comunidades gregas oriundas da Anatólia.
(4) - Fundada em 575 AC por colonização grega, oriundos da Anatólia. É a actual Ampurias, em Espanha.
(5) - Fundada pelos fenícios em 1100 AC foi ocupada por diversos povos mediterrânicos, ao longo da sua História: gregos, cartagineses e romanos, entre outros. Actual território espanhol.
(6) - Actual cidade portuária de Saint Nazaire, onde desagua o rio Loire, o rio francês de maior curso.
(7) - Pointe du Raz, em França.
(8) - Ilha de Ouessant, na França.
(9) - Grã-Bretanha.
(10) - Actual cidade de Kent, localizada no sudeste da Grã-Bretanha.
(11) - Arquipélago escocês, admitindo-se que tenham sido habitadas por humanos desde 3000 AC. Posteriormente povos noruegueses assenhorearam-se da mesma, entre os séculos VIII e IX. Em 1468 entraram no domínio escocês como prenda dum dote de casamento real entre a princesa dinamarquesa Margarida e o rei escocês Jacob III.
(12) - Arquipélago com o mesmo percurso humano e político do arquiélago da Orcales.
(13) - Tem importância actual por ser uma importante colónia de nidificação de aves.
(14) - Actual região autónoma dinamarquesa, o arquipélago começou a ser colonizado por irlandeses a partir de 600 DC. É composto por 18 ilhas maiores e outras menores e a tradução do seu nome significa "ilha das ovelhas".
(15) - Explorador excepcional do Ártico, cientista, político e humanista de primeira grandeza, tendo sido galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1922. A sua espantosa vida será abordada numa futura mensagem.  



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 Mapa itinerário da viagem marítima de Píteas
 
 


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Píteas terá escrito o memorial "O Oceano" mas a sua narrativa aí contida foi considerada, quer na época quer nas subsequentes, muito fantasiosa pelo que o manto do descrédito sobre a sua  veracidade pairou durante dois milénios. O seu original terá sido destruído num dos incêndios que afectaram a famosa Biblioteca de Alexandria (1). No entanto, fruto da sensação que o seu escrito causou na época levou a que o mesmo tivesse sido lido e estudado por muitos geógrafos de então que efectuaram, nos seus trabalhos, transcrições ou citações do dita obra o que permitiu a historiadores e pesquisadores actuais terem reconstruído o texto interligando as partes em falta com deduções e conjecturas subjectivas.



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(1) - Biblioteca construída no Egipto, a mando de Ptolomeu I, um fiel seguidor de Alexandre Magno, no século III AC. Este edifício foi um dos mais importantes pólos difusores do conhecimento global do mundo desde sempre. O próprio nome da cidade de Alexandria é uma homenagem de Ptolomeu ao seu General, a quem o acompanhou desde a primeira hora, nas suas famosas conquistas para Oriente.
 
 
O incêndio mais popular e lamentavelmente famoso deste edifício teria sido ordenado pelo Governador Amr ibn-Asal, a mando do Califa Rashid al-Kathab, em 642 DC, sob a alegação que todos os livros aí contidos ou diziam o mesmo que o Alcorão e portanto eram desnecessários ou contradiziam o livro sagrado e, assim, era mais que razão para se ordenar a sua total destruição. No entanto historiadores modernos põem em causa este relato, sendo duvidosa a sua veracidade.
 
 
Outro incêndio historicamente definido e mais pacificamente aceite que o anterior terá ocorrido no ocaso da dinastia ptolomaica, aquando da invasão das legiões romanas sob comando de Júlio César (47 AC) que, por motivos de captura de opositores egípcios, ordenou o incêndio de todos os barcos ancorados no porto alexandrino. O incêndio atingiu tal intensidade e grandiosidade que atingiu colateralmente a Biblioteca, destruindo-a parcialmente.
 
 
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Leituras sobre a viagem de Píiteas:

Título: A extraordinária viagem de Píteas, o Grego -
Autor: Barry Cunliffe -
Editora: Editorial Inquérito      Págs.: 164 págs.  Ano: 2003     Género: História







Um livro que já tive mas que, por ter sido "emprestadado" por mim, acabei por ficar sem o mesmo. No entanto é, do que eu conheço, a única edição em português que aborda esta viagem e que nos leva a conhecer a nossa Europa avoenga.



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Em www.patriaetradizione.it, na internet, colhi o texto que se segue que integra o livro "Finnis Terrae" da autoria de Giovanni Maria Rossi, em italiano. Nunca li esta obra, limitando-me a transcrevê-la bilingue (com recurso a tradução automática do PC e sem interferir na mesma), podendo ser consultada, no original, no sítio atrás referido.


"IBERIA
  
 
Ho attraversato le colonne d'Ercole che per me sono due promontori rocciosi sferzati dai venti, Abila e Calpe (Gebel Musa in Marocco e Gibilterra) .
Eu cruzei os Pilares de Hércules, que para mim são dois promontórios dos ventos, Abila e Calpe (Jebel Musa em Marrocos e Gibraltar).

Ai suoi piedi si trova l'antica città di Calpe (Carteia) che alcuni ritengono sia stata fondata da Eracle.
A seus pés está a cidade velha de Calpe (Carteia), que alguns acreditam ter sido fundada por Heracles.
  
Girammo a destra ed entrammo nel mare esterno, nel golfo Taressio.
Nós virámos à direita e entrámos no mar fora da Taressio Golfo.
 
Sopra un promontorio a picco sull'Oceano si innalza l'acropoli che fu di Gerione triforme: a lui il forte Eracle rapì (decima fatica) gli armenti dall'isola Eritia dai vasti campi e nella ricorrenza della festa del dio, in ricordo della sua impresa, i tori destinati al sacrificio vengono prima lasciati liberi per le strade della città, con grande strepito, suoni e agitare di panni per eccitarli, e
Em um penhasco com vista para o mar sobe a acrópole de Geryon foi tripla: para ele o Heracles forte sequestrado (trabalho décimo) do gado da ilha Eritia por campos abertos e sobre a Festa de Deus, em memória de seu empresa, touros destinados para o sacrifício são primeiro desocupado as ruas da cidade, com um grande barulho, som e agitar panos para excitar e
  
i più valenti dei giovani cercano di arrestarne l'impeto afferrandoli per le corna.
as pessoas mais talentosas jovens que procuram travar o ímpeto agarrá-los pelos chifres.

Infine, fiaccati dalla lunga corsa, vengono trascinati al tempio e immolati, non senza che a volte abbiano calpestato o incornato a sangue i meno abili dei tauromachi.
Finalmente, enfraquecida pelo longo prazo, são arrastados para o templo e sacrificado, não sem algumas vezes pisaram ou ferido no sangue menos capazes do que tauromachi.
   
Queste terre che il vasto oceano circonda sono agitate da forti maree (così infatti si chiamano i suoi movimenti).
Essas terras que o vasto oceano rodeia são agitados por fortes marés (assim chamado na verdade seus movimentos).

Con l'alta marea le depressioni del terreno lungo la costa si riempiono di acqua e questo consente alle navi di risalire fino alle città dell'interno come su un fiume.
Na maré alta, as depressões no solo ao longo da costa são preenchidos com água e isso permite que navios de voltar para as cidades do interior, como em um rio.

In questi estuari però il riflusso è molto pericoloso e accade spesso che la velocità di ritirata delle acque lasci in secco le imbarcazioni.
Nestes estuários, no entanto, o refluxo é muito perigoso e muitas vezes acontece que a velocidade de recuo das águas deixe secar em barcos.

Quando le acque defluiscono gli abitanti del luogo si spargono festosi nelle ampie distese di sabbia ancora umida per raccogliere i crostacei e le conchiglie che il mare ha lasciato, come in dono.
Quando os moradores de fluxo de águas espalhar festivo nas grandes extensões de areia ainda molhado para coletar caranguejos e conchas que o mar deixou como um presente.
 
Finora non è sufficientemente chiaro se sia il mondo a provocare tutto questo con il suo respiro (se è un essere vivente come pensano i filosofi) o se da qualche parte lontano, come sostiene Platone, non vi siano delle caverne dove le acque del mare, a ritmo alterno, sprofondano e da dove sollevatesi, tornano a rifluire, o se non sia piuttosto la luna la causa di tanti sommovimenti.
Até agora ele não é suficientemente claro se o mundo para causar tudo isso com a respiração (se é um ser vivo como os filósofos pensam) ou em algum lugar distante, como diz Platão, existem cavernas onde as águas do mar, em alternância pia ritmo, e onde sollevatesi, volte a fluir de volta, ou se é melhor a Lua por causa de tantos transtornos.

Io ho potuto osservare durante questa navigazione esterna che il respiro dell'oceano segue un ciclo come quello degli astri, con un periodo diurno, uno mensile e uno annuale in rapporto con le fasi lunari.
Eu vi durante esta viagem fora do sopro do oceano segue um ciclo como o das estrelas, com um dia, um mês e um relatório anual com as fases da lua.

Per il periodo annuale, ai due equinozi corrispondono le maree più alte, in quello d'autunno più che in quello di primavera; nel solstizio d'inverno sono molto più deboli e ancor più in quello d'estate.
Para o período anual, os dois equinócios são as marés mais altas do outono do que na primavera, o solstício de inverno são muito mais fracos e ainda mais no verão.
   
I Turdetani, che vivono fra il fiume Betis e l'Anas (attuale Rio Guadiana) sono ritenuti i più colti tra le popolazioni iberiche: conoscono la scrittura e possiedono ancora, a testimonianza del loro passato, delle cronache storiche, dei poemi e delle leggi in versi che dicono vecchie di 6.000 anni. O Turdetani, que vivem entre o rio Betis e Anas (hoje Rio Guadiana) são considerados os mais sábios entre os povos ibéricos: alfabetizados e ainda para testemunhar o seu passado, as crônicas históricas, poemas e leis nos versos mais de 6.000 anos.
  
A cinque giorni di navigazione da Gadeira, vi è il promontorio sacro (Cabo San Vicente, Portogallo del sud) che è la punta più occidentale dell'Europa e di tutta la terra abitata. A vela de cinco dias a partir de Gadeira, não é o promontório sagrado (Cabo San Vicente, sul de Portugal), que é o ponto mais ocidental da Europa e de toda a terra habitada.
  
Il paese dei Lusitani è attraversato da molti corsi d'acqua che scorrono da oriente a occidente, paralleli al Tago, ricco di pesci e di crostacei. O país do lusitano é atravessada por vários rios que fluem de leste a oeste, paralela ao Tejo, ricas em peixe e marisco.

Sul Duro vivono alla spartana: si ungono d'olio due volte al giorno in locali speciali e praticano il bagno a vapore in stufe di pietra riscaldate dal fuoco, si bagnano nell'acqua fredda e fanno un solo pasto al giorno, molto frugale.
Vida dura na ungir espartano-se com óleo duas vezes por dia em lugares especiais e praticar um banho de vapor em estufas de pedra aquecidas pelo fogo, tomar banho em água fria e fazer apenas uma refeição por dia, muito frugal.
   
L'ultima popolazione è quella degli Artabri che abitano il vicino al promontorio Nerio (Cabo Finisterre, in Galizia) , il limite estremo delle coste settentrionali e occidentali d'Iberia.
A última população é o de pessoas que vivem Artabria junto ao promontório Nerio (Cabo Finisterra, Galiza), o limite extremo das costas norte e oeste da Península Ibérica.

La sopravvivenza è molto difficile e alcuni popoli di montagna hanno cominciato a darsi al brigantaggio.
A sobrevivência é muito difícil e alguns povos da montanha começaram a dar ao banditismo.

Bevono solo acqua e dormono sulla nuda terra, si fanno crescere i capelli come le donne e se li legano sulla fronte con una fascia solo per il combattimento.
Só beber água e dormir no chão nu, crescer o cabelo como as mulheres e vinculá-los na testa com uma banda só para o combate.

Per due terzi dell'anno vivono di ghiande di quercia, per il resto mangiano soprattutto carne di montone.
Durante dois terços do ano ao vivo em bolotas, o resto principalmente comido carne de carneiro.
   
Le altre popolazioni devono generalmente birra, raramente del vino durante i banchetti familiari.
Outras populações têm, geralmente, cerveja, vinho raramente durante a família banquetes.

Usano il burro al posto dell'olio.
Eles usam manteiga em vez de óleo.

Mangiano seduti.
Eles comem sentados.

Gli uomini sono tutti vestiti di nero, spesso coperti di un mantello.
Os homens estão todos vestidos de preto, muitas vezes cobertos com um manto.

Le donne di solito si vestono di vivaci stoffe ricamate.
As mulheres geralmente se vestem de tecidos bordados brilhantes.

In alcune zone dell'Iberia le donne portano delle colane di ferro con un becco ricurvo sopra la testa che si protende davanti alla fronte e su questo beccuccio abbassano un velo che ripara loro il volto come un ombrello: lo ritengono un ornamento.
Em algumas áreas da Iberia mulheres usam colane de ferro com um bico curvo sobre a cabeça, que se estende em frente da frente do bico e baixou um véu que protege seu rosto como um guarda-chuva: o considerarem um ornamento.

Sono le donne a fare i lavori agricoli,
São as mulheres que fazem o trabalho agrícola, e

anche dopo aver partorito accudiscono gli uomini, che se ne stanno sdraiati sul letto di fronte a loro.
e mesmo depois de dar à luz a cuidar dos homens, que se está deitado na cama na frente deles.
CELTICA
  
 
Nella Celtica ci sono molti fiumi, ampi che scorrendo dai laghi o dalle montagne attraversano le pianure per gettarsi nell'oceano.
No Celtic, existem muitos rios, lagos ou rolagem que grande através das montanhas para as planícies no oceano.
   
Le terre degli Aquilani si trovano fra i Pirenei e la Garonna e sono per lo più sabbiose e magre.
As terras de Aquilani está entre os Pirinéus eo Garonne e são principalmente de areia e fino.

Di fronte alla foce del Liger (Loira) il fiume che divide il paese dei Pictoni da quello dei Namneti e dove sorge il grande emporio di Corbilo, c'è un'isoletta abitata dalle donne dei Namneti invasate da Dioniso e votate a soddisfare il dio con riti misterici ed ogni sorta di cerimonie sacre.
Em frente à foz do Liger (Loire), o rio que divide o país da do Namneti Pictoni e onde está o grande empório Corbilo, tem uma ilha habitada por mulheres de Namneti vaso por Dionísio e votou para atender o deus com todos os tipos de ritos de mistério e cerimônias sagradas.

Nessun uomo osa mettere piede su quest'isola; sono le donne che attraversano il braccio di mare quando hanno voglia di congiungersi con i loro mariti e poi ritornano nell'isola.
Nenhum homem ousar pôr os pés na ilha, são as mulheres que cruzam o estreito quando eles querem se juntar aos seus maridos e depois de volta na ilha.

Usanza vuole che una volta all'anno scoperchino il tetto del tempio eo ricostruiscano lo stesso giorno, prima del tramonto, ognuna portando il suo fardello.
A tradição conta que uma vez por ano scoperchino o telhado do templo e quer reconstruir no mesmo dia, antes do pôr do sol, cada um carregando seu fardo.

Colei che per ventura lo fa cadere, viene fatta a pezzi dalle altre.
Ela, que por acaso ele não cair, é dilacerada dos outros.
  
 I Veneti che abitano queste estreme contrade marittime (popolazione celtica che abitava l'odierna regione del Morbihan in Bretagna e che oppose accanita resistenza a Cesare) .
Os venezianos que vivem nestes bairros marítimas extremas (povos celtas que viviam na região moderna de Morbihan, na Bretanha e oposição feroz resistência a César).
  
Tra i promontori di questa costa il più importante è Kabaion (Point du Raz, in Bretagna) , dove abitano gli Ostimmi.
Entre as cabeceiras desta costa é a mais importante Kabaion (Point du Raz na Bretanha), onde habitam os Ostimmi.
   
Nell'isola di Sena (Sein, al largo del Point du Raz) di fronte al territorio degli Ostimmi, vi è un famoso oracolo dei Celti.
A ilha de Sena (Sein, fora da costa de Point du Raz) na frente do território do Ostimmi, há um célebre oráculo dos Celtas.

Le sacerdotesse, sante votate alla verginità perpetua, sono in numero di nove: curano anche le più insanabili malattie, conoscono e predicono il futuro.
As sacerdotisas, santo devotado a virgindade perpétua, são nove em número: tratar até mesmo as doenças mais incuráveis, conhecer e prever o futuro.

Per le condizioni climatiche la terra non produce né vino né olio, di conseguenza i Celti, privi di questi prodotti, ricavano una bevanda dall'orzo, che chiamano zythos, e inoltre devono l'acqua con cui hanno lavato i loro alveari.
As condições climáticas da terra não produz vinho ou óleo, assim os celtas, sem esses produtos, uma bebida derivada da cevada, que eles chamam de Zythos, e também precisa da água com que eles lavaram suas colméias.

In cambio di un'anfora di vino danno uno schiavo.
Em troca de um jarro de vinho danos escravo.

I Celti sono alti di statura, muscolosi, bianchi di carnagione e con i capelli biondi, non solo per natura, ma anche perché si ingegnano di aumentare artificialmente quel colore distintivo che la natura ha dato loro, lavandosi continuamente i capelli in acqua di calce.
Os celtas são alto, musculoso, de pele branca e cabelos loiros, não só pela natureza, mas também porque ingegnano para aumentar artificialmente a cor distinta de que a natureza lhes deu, constantemente lavar o cabelo em água de cal.

I nobili si radono le guance, ma si fanno crescere i baffi fino a ricoprire la bocca.
Os nobres raspam suas bochechas, mas eles o bigode crescer para cobrir a boca.

Quando pranzano non siedono su sgabelli, ma in terra, servendosi di pelli di lupo o di cane per cuscino.
Quando o almoço não se sentar em bancos, mas no chão, usando peles de lobo ou travesseiro cão.

Ai loro banchetti invitano anche gli stranieri e fino alla fine del pasto non chiedono chi siano né cosa desiderino.
Seus banquetes convidar os estrangeiros até o final da refeição não perguntar quem são ou o que querem.

Anche durante il pranzo colgono ogni minimo pretesto per iniziare accanite discussioni che finiscono in una sfida a duello, senza alcuna preoccupazione per la vita.
Mesmo durante o almoço tomar cada menor pretexto para começar a feroz debate que terminou em um duelo, sem nenhuma preocupação com a vida.

Fra loro infatti prevale la concezione di Pitagora secondo cui l'anima dell'uomo è immortale e dopo un certo numero di anni inizia una nuova vita prendendo forma in un altro corpo.
Entre eles, na verdade, a concepção de Pitágoras que a alma do homem é imortal e, após um certo número de anos começa uma nova vida a tomar forma em outro corpo.

 Così durante le cerimonie funebri per i loro morti alcuni lanciano sulla pira delle lettere scritte ai parenti defunti, come se i morti le potessero leggere. Assim, durante as cerimônias fúnebres para os seus mortos sobre a pira lançar algumas das cartas escritas a parentes falecidos, como se os mortos podiam ler.

Vivono in grandi case circolari fatte di tavole e graticci, ricoperte da uno spesso tetto di paglia.
Eles vivem em grandes casas circulares feitas de tábuas e telas, coberto por um telhado de palha grossa.

E' inoltre loro costume quando sono schierati a battaglia avanzare davanti alla prima linea per sfidare a duello i più valenti degli avversari.
É também seu traje quando eles são implantados com antecedência antes da linha de primeira batalha para duelos os adversários mais talentosos.

Ai nemici caduti tagliano la testa che poi appendono al collo dei loro cavalli.
Inimigos caído para cortar a cabeça e depois pendurar no pescoço dos seus cavalos.

Le teste dei nemici più illustri le imbalsamano con olio di cedro.
Os chefes da embalsamar inimigos mais distinto com óleo de cedro.

Vestono con tuniche colorate e ricamate in varie tinte e calzoni che nella loro lingua chiamano “bracae”.
Vestido em túnicas coloridas e calças bordadas em várias cores e em sua própria língua chamada "bracae".
  
 
BRITANNIA
  
 
Dall'isola chiamata Ouxisame (Ouessant, Bretagna) avvolta da una fitta nebbia, ci dirigemmo verso settentrione.
Ilha chamada Ouxisame (Ouessant, Bretanha) envolta em uma névoa espessa, que para o norte.

Di fronte alla Celtica che guarda l'Oceano, infatti, ci sono molte isole e la più grande di queste si chiama Britannia.
Em frente ao Celtic olhando o mar, na verdade, há muitas ilhas ea maior delas é chamada Britannia.

La Britannia, di cui ho visitato tutti i recessi accessibili, ha forma di un triangolo.
Grã-Bretanha, de que visitei todos os recessos acessíveis, tem a forma de um triângulo.

Le coste più vicine al continente hanno un promontorio che chiamano Cantion (North Foreland, Kent).
As costas mais próximas do continente têm um promontório chamado Cantion (Norte Foreland, Kent).

La seconda punta, chiamata Belerion (Land's end, Cornovaglia) è a quattro giorni di navigazione dalla terraferma e l'ultimo capo, che chiamano Orca (Duncansby Head, Scozia, vicino alle isole Orcadi) si protende in mare aperto.
A segunda dica, chamado Belerion (extremidade da terra, Cornwall) é uma vela de quatro dias a partir do continente e do último chefe, que chamou Orca (Duncansby Head, Escócia, perto das Ilhas Orkney) estende offshore.

La maggior parte dell'isola consiste in una distesa di pianure e di foreste, con molte zone collinari e molti fiumi dal flusso alterno.
A maior parte da ilha é constituída por uma extensão de planícies e florestas, com muitas montanhas e rios muitos de o suplente.

Piove spesso e quando è chiaro la nebbia dura così a lungo che il sole si vede tre o quattro ore al giorno.
Chove com freqüência e quando é evidente a neblina dura tanto tempo que o sol pode ser visto três ou quatro horas por dia.

I Britanni sono più grandi e più proporzionati dei Celti, con i capelli meno biondi e si tingono il corpo.
Os britânicos são maiores e mais proporcional para os celtas, com menos cabelo loiro e tingir o corpo.

Le loro abitazioni sono modeste, fatte per la maggior parte di canne o tronchi d'albero.
Suas casas são modestas, em sua maior parte feito de junco ou troncos de árvores.

L'isola, nonostante il freddo, è densamente abitata ed è governata da molti re e nobili che per lo più vivono in pace tra loro.
A ilha, apesar do frio, é densamente povoada e é governado por muitos reis e nobres, que em sua maioria vivem em paz um com o outro.

Qui i mercanti comprano lo stagno e lo trasbordano nella Celtica
Aqui, os comerciantes compram o estanho e transbordados no Celtic

L'isola di Ierne (Irlanda) si stende parallela alla Britannia, meno allungata, ma poco larga.
A ilha de Ierne (Irlanda) estende-se paralelamente à Britannia, menos alongada, mas não muito grande.

Il clima non consente le semine, ma l'erba vi è così lussureggiante e gustosa che le pecore si ingozzano in breve tempo.
O clima não permite a semeadura, mas a erva é tão exuberante e saboroso do que o desfiladeiro de ovelhas se em um curto espaço de tempo.

I suoi abitanti sono più selvaggi dei Britanni.
Seus habitantes são mais selvagem do que os britânicos.

Sono antropofagi ed erbivori ei figli si fanno un punto d'onore di divorare i genitori dopo la loro morte.
Eles são canibais e herbívoros e as crianças vão torná-lo um ponto de honra para comer seus pais após a sua morte.

Gli uomini si accoppiano davanti a tutti con qualsiasi donna, comprese madri e sorelle.
Os homens vão acasalar com qualquer mulher na frente de todos, incluindo mães e irmãs.
  
 In seguito, costeggiando la Britannia, si trovano le isole Hebudes (Ebridi), in numero di cinque.
Então, ao longo da Britannia, ficam as ilhas Hebudes (Hébridas), em número de cinco.

Gli abitanti ignorano l'agricoltura e vivono soltanto di pesce e di latte.
Os habitantes ignoram a agricultura e só peixes vivos e leite.

C'è un solo re per tutte queste isole, perché sono separate l'una dall'altra solo da uno stretto canale.
Existe apenas um rei de todas estas ilhas, porque eles são separados um do outro apenas por um canal estreito.

Il re non possiede niente di proprio, tutto è comune, e viene mantenuto a spese pubbliche.
O rei não tem nada de seu, tudo é comum, e é mantida com recursos públicos.

Non ha una donna propria, ma a turno, secondo il proprio capriccio, può prendersi chi vuole.
Não foi uma mulher, mas por sua vez, de acordo com seu próprio capricho, pode levar quem quiser.
  
 A sette giorni e sette notte di navigazione dalle Hebudes, si trovano le Orcadi.
Sete dias e sete noites navegando de Hebudes, são as Orcadas.

Sono trenta, molto vicine fra loro, disabitate, non hanno vegetazione, soltanto un magro tappeto di erbe simili a giunchi; tutto il resto è ricoperto di sabbia e nude rocce.
Eu sou 30, muito perto um do outro, desabitada, não tem vegetação, apenas um tapete fina de grama-como juncos, tudo o resto está coberto de areia e rochas nuas.
  
 
L'ULTIMA THULE
A ULTIMA THULE
  
 
A sei giorni di navigazione dalla Britannia verso il nord si trova Thule ( Shetland, oppure Faer Oer, o Islanda), la più settentrionale delle isole britanniche, il limite estremo della terra.
Seis dias vela da Grã-Bretanha para o norte está Thule (Shetland ou Faroe, e Islândia), a mais setentrional das ilhas britânicas, o limite extremo da terra.

Durante il solstizio d'estate, quando il sole entra nel segno del Cancro, non vi sono notti, mentre nel solstizio d'inverno non c'è la luce diurna: e questo accade, dicono, per sei mesi consecutivi.
Durante o solstício de verão, quando o sol entra no signo de Câncer, há noites, enquanto o solstício de inverno, há luz do dia, e isso acontece, eles dizem que, durante seis meses consecutivos.
  
 I popoli vicini alla zona glaciale sono completamente sprovvisti di piante alimentari e gli animali domestici sono rari, si nutrono di miglio e di altri erbaggi, di frutti selvatici e di radici.
As pessoas próximas ao glacial são completamente desprovidos de alimentos e animais domésticos são raros, eles se alimentam de verduras painço e outros, frutos silvestres e raízes.

Battono il grano in vasti capannoni dopo aver raccolto le spighe, perché non hanno mai giornate limpide; la mancanza di sole e le piogge rendono impossibile l'uso di aie all'aperto.
Bata o grão em galpões depois de coletar os ouvidos, porque eles nunca dias claros, a falta de sol ea chuva torna impossível usar pátios ao ar livre.
  
 A un giorno di navigazione da Thule inizia il mare di ghiaccio che alcuni chiamano Cronio.
Na vela um dia de Thule começa gelo do mar que Cronio alguns chamam.

Qui non si trova più né terra propriamente detta, né mare, né aria, ma una materia composita di questi elementi diversi, che sembra una medusa.

Aqui não é mais a terra, nem adequado, nem o mar, nem ar, mas um material compósito destes elementos diferentes, que se parece com uma água-viva.

Presi da un improvviso timore di offendere gli dei, i marinai si rifiutarono di procedere oltre quello che consideravano il limite estremo del mondo. Tomado por um súbito medo de ofender os deuses, os marinheiros recusaram-se a ir mais longe que eles viam como o limite extremo do mundo.
  
 
LE TERRE DELL'AMBRA
TERRAS DO ÂMBAR
  
 
Il Codano (Danimarca) è un golfo immenso pieno di isole di tutte le dimensioni.
O Codano (Dinamarca) é um abismo enorme cheio de ilhas de todos os tamanhos.

Qui vivono i Cimbri ei Teutoni.
Aqui vivem o Cimbri e os Teutões.
  
Oltre, in un estuario (Golfo di Danzica) , abitano i Gotoni di stirpe germanica.
Além disso, em um estuário (Golfo de Gdansk), vivem Gotoni da raça germânica.

Qui i flutti del mare depositano l'ambra; essi raccolgono l'ambra allo stato grezzo nei fondali e sulla spiaggia per servirsene come combustibile oppure la vendono ai loro vicini.
Aqui as ondas do mar depositados âmbar, âmbar eles coletam estado bruto nas profundezas e na praia para usá-lo como combustível ou vendê-lo para os seus vizinhos.

Attraverso il continente l'ambra arriva così fino alle regioni a noi note.
Em todo o continente âmbar nos traz para as regiões conhecidas por nós.
  
 Il fiume Vistola divide queste regioni dalla Sarmazia
O rio Vístula separa estas regiões de Sarmatia (Europa centro orientale da Don a Danubio),

molto più estesa all'interno, fino all'Istro (Danubio) . (Europa Central e Oriental por Don do Danúbio),
dentro de muito maior, até all'Istro (Danúbio).

Le terre che si estendono di fronte ai Sarmati per il flusso e riflusso del mare talvolta sembrano isole, talvolta un continente.
As terras que se estendem em frente ao sármatas para o fluxo e refluxo das ilhas do mar às vezes aparecem, às vezes, um continente.
   
Ai confini dell'Asia si estende una regione dove l'inverno è perpetuo e il freddo intollerabile.
As fronteiras da Ásia encontra-se uma região onde o inverno é perpétua e intolerável frio.

Vi abitano popoli sciti, quasi tutti riuniti sotto il nome di Bergae.
Povos citas vivendo lá, quase todos unidos sob o nome de Bergae.

Sul litorale asiatico risiedono i primi Iperborei, al di là della regione dove si forma Borea e al di là dei monti Rifei (Urali).
Na costa asiática estão os hiperbóreos primeira, além da região onde se formam Boreas e além do Rifei montanhas (Urais).

Là il sole non sorge tutti i giorni come da noi, ma una volta apparso nell'equinozio di primavera non tramonta che nell'equinozio di autunno.
Lá, o sol não nasce todos os dias como nós, mas uma vez apareceu no equinócio da primavera do equinócio do outono que nunca vai se apagar.
   
Nessuno dei barbari ci sapeva indicare le bocche del Tanais (Don) . Nenhum de nós sabia bárbaros indicam as bocas do Tanais (Don)."




 

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HISTORIANDO MOÇAMBIQUE COLONIAL









Companhia dos Mujaos e Macuas Tendo sido proibido à Companhia de Mazane de Diu* comerciar no interior do território havia que disciplinar o negócio entre a ilha de Moçambique e os povos do litoral (macuas) e do interior continental (mujaos). Nasceu, assim, em Março de 1766, a Companhia dos Mujaos e Macuas, fundada por diversos habitantes da ilha de Moçambique, com a finalidade de estabelecerem comércio com os macuas e os mujaos. Autorizada a estabelecer cinco feitorias tinha, ainda, que manter na ilha uma loja e um armazém e a sua actividade comercial limitava-se ao território fronteiro à capital, tendo-se criado quatro feitorias no Mossuril e uma na Cabaceira**. As permutas entre a companhia e o interior eram, na sua essência, a troca de tecidos de algodão e missangas, vindos da Índia, por marfim, abada, escravos e bens alimentares, estes últimos tão necessários à ilha e sendo os três primeiros monopólio da companhia. A mesma teve curta duração já que, face aos inúmeros protestos dos comerciantes da Índia e apoiados pelo governo de Goa, o Rei de Portugal ordenou a extinção da mesma em 1769, invocando que os seus monopólios feriam a liberdade de comércio no território.


* - Já aberta ficha anteriormente.
** - Longo baixio, situado a Norte da ilha de Moçambique e que a liga ao continente, existindo na Grande e a Pequena.


Companhia Colonial - O mesmo que companhia majestática.


Companhia Majestática - Em finais do século XIX, o Estado Português alienou grande parte do território moçambicano ao capital privado, autorizando a criação de companhias majestática, a quem concedia não só a exploração económica de vastas  regiões, como também lhes autorizava a prática dos vários actos  de soberania como, por exemplo, o lançamento e cobrança de impostos, vassalagem de povos e  policiamento, entre outros. Foi a evolução do sistema feudal dos prazos para o sistema capitalista das grandes companhias. Com esta medida o governo português decapitava os prazos, cuja africanização dos prazeiros e as suas permanentes rebeliões, com a consequente estagnação económica juntamente com a desertificação humana causada pelas guerras e tráficos de escravos, só traziam dores da cabeça para os governantes e, ao mesmo tempo, realizava dinheiro, pois leiloavam-se extensas áreas a indivíduos ou grupos financeiros com capital garantido. Em 1892 o governo português leiloa, em hasta pública, todo o território do vale do Zambeze. Esta medida atraiu os capitalistas estrangeiros, já que os nacionais não tinham recursos financeiros, o que também serviu os interesses do governo português, pois foi uma maneira de saciar os apetites estrangeiros pelas terras de Moçambique, evitando possíveis conflitos armados. Nasceram, assim, três grandes companhias: a Companhia da Zambézia, a Companhia de Moçambique e a Companhia do Niassa. Apareceram, em segundo plano, outras companhias majestática secundárias, mais pequenas, tais como a de Inhambane, da Gorongosa, do Luabo, do Boror, a Sena Sugar Estates, Ltd., a Societé du Madal e Empresa Agrícola do Lugela, Lda., entre muitas outras, as quais centravam a sua actividade na exploração de prazos que arrendavam. Em 1929 o Estado Português iniciou o processo de cessação das actividades das companhias majestáticas e assumiu a soberania directa dos territórios, integrado numa nova visão política de nacionalismo vincado. No entanto, as companhias secundárias sobreviveram a esta nacionalização e transformaram-se em empresas de cariz capitalista, mantendo as suas actividades adaptadas às novas determinações políticas da administração portuguesa.

 

Companhia da Zambézia – Companhia majestática cuja área de jurisdição abrangia múltiplos prazos, tais como o de Andone e Anguase, perto de Quelimane, o de Timbué, na foz do Zambeze e o de Massingir, na margem esquerda do rio Chire, bem como também possuía larga jurisdição no Distrito de Tete. Dedicava-se, principalmente, ao cultivo e exploração de palmares, de sisal, algodão e tabaco e à criação de gado bovino de alimento e de trabalho. Explorava, ainda, um serviço fluvial de barcos a vapor e a gasolina, estabelecendo ligações entre o Chinde e Tete, com diversas escalas pelos portos fluviais do rio Zambeze. Com capital maioritariamente de particulares portugueses tinha, no Governo, o seu accionista principal, tendo sido constituída em 1891 com sede em Quelimane.


Companhia de Moçambique – Companhia majestática que administrava um quarto do território moçambicano, cerca de 13.500.000 hectares. A Companhia administrava uma área referida por Território de Manica e Sofala, completamente independente da administração directa do Estado Português. O Território tinha, por limites, o rio Zambeze, a Norte, e pelo paralelo 22 a Sul, a Rodésia, a Oeste e o oceano Índico, a Este, com cerca de 434 quilómetros de costa marítima. À Companhia de Moçambique foram concedidos privilégios por Carta Régia de 1891, por um período de cinquenta anos, renováveis mas, em 1929, o Estado Português assumiu a soberania plena do território, cessando a actividade da Companhia, cerca de uma década mais tarde e que tinha a sua sede principal em Lisboa e a Beira como capital do Território. Dedicava-se, principalmente, à exploração dos minérios (ouro, prata, estanho, cobre e algum carvão); da agricultura (sisal, algodão, milho, amendoim e arroz); pecuária; indústria do açúcar e exploração de madeiras. O Governo de Lisboa era representado, na Companhia de Moçambique, por um Comissário, cujas competências para fiscalizar a Companhia foram estabelecidas pelo Ministério das Colónias, no âmbito do Decreto nº 28.006 de 02 de Setembro, cujo teor rezava o seguinte: Nos termos do art.º 28 do Acto Colonial e usando da faculdade conferida pelo parágrafo 1 do art.º 10 com referência ao parágrafo 2, do mesmo artigo e ao art.º 91, parágrafo 49, da Carta Orgânica do Império Colonial Português, o governo decreta e eu promulgo o seguinte: Artigo 1º: - É autorizado o Ministro das Colónias a ordenar ao Comissário do Governo junto da Companhia de Moçambique a realização em África de inspecções e inquéritos à actividade exercida pela mesma Companhia nos territórios confinados à sua administração. Artigo 2º: - O Ministro das Colónias fixará o tempo da sua duração e bem assim das normas a que devem obedecer e os objectivos em vista. Artigo 3º: - Dentro dos territórios administrados pela Companhia de Moçambique terá o Comissário do Governo precedência sobre todas as entidades, com excepção do Chefe de Estado, Presidente do Conselho, Ministros, Sub-Secretários de Estado e Governador-Geral da Colónia de Moçambique. Artigo 4º: - A Companhia de Moçambique abonará ao Comissário do Governo durante todo o seu tempo de impedimento nos serviços que trata o artigo primeiro, os vencimentos que legalmente está percebendo, os quais serão pagos na metrópole a pessoa que o mesmo Comissário designar. Artigo 5º: - O Comissário do Governo, quando em serviço em África, terá um secretário, nomeado pelo Ministro das Colónias sob proposta daquele. Artigo 6º: - Tanto o Comissário do Governo como o seu secretário vencerão diariamente ajudas de custo, a fixar em portaria pelo Ministro das Colónias. Parágrafo Único: Pode o Ministro autorizar, por meio de despacho, que um e outro recebam antes do embarque a ajuda de custo correspondente a quarenta dias. A restante ajuda de custo será paga na Beira, semanalmente, observadas as formalidades estabelecidas na lei para o seu processamento. Artigo 7º: - Constituem encargo da Colónia de Moçambique as ajudas de custo a que se refere o artigo precedente e os transportes do Comissário do Governo e do seu secretário os quais poderão fazer-se pelas vias que o Ministro determinar. Parágrafo Único: Para efeitos do preceituado neste artigo é autorizado o Governo da Colónia de Moçambique a abrir desde já um crédito especial da importância de 250.000$00. Publique-se e cumpra-se como nele se contém.”

 
Companhia do Boror – Companhia majestática de pequena dimensão, situada na área de Quelimane e que era arrendatária de um conglomerado de prazos que abrangiam os do Boror, que se estendia desde o rio Namacurra até à parte mais ocidental do Distrito de Quelimane, aos do Licungo e Macuse, que ficavam nas margens dos rios com o mesmo nome ainda os prazos de Namedurro e Tirre. Dedicava-se, principalmente, à agricultura e era detentora do maior palmar do mundo, que ultrapassava um milhão de palmeiras, dedicando-se ainda ao cultivo da borracha, do sisal e da cana sacarina, com a consequente indústria do açúcar e álcool.

 
Companhia do Niassa – Companhia majestática fundada em 1891, que administrava os territórios nortenhos de Moçambique, e que abrangiam toda área de Cabo Delgado e Niassa referidos, genericamente, como Territórios de Cabo Delgado, em finais do século XIX e princípios do século XX. Os Territórios, eram limitados, a sul, pelo Distrito de Moçambique, no prolongamento do rio Lúrio, a norte pelo rio Rovuma, a oeste pelo Lago Niassa e a este pelo Oceano Índico, possuindo cerca de 170 milhas de costa marítima. Estabelecida desde 1894 na zona, a Companhia do Niassa detinha poderes absolutos nos Territórios, excepto nas áreas militares e judiciais. A sede do Governo dos Territórios de Cabo Delgado era em Porto Amélia, onde residia o Governador da Companhia, como máxima autoridade e mantinha em funcionamento vários serviços públicos tais como Secretaria-Geral, Fazenda, Correios e Telégrafos, Trabalho Indígena e Polícia e subdividia a região em catorze concelhos bem como publicava um Boletim Oficial. A entidade que se encontrava por detrás da Companhia do Niassa era a britânica Niassa Consolidated Company, a qual detinha 219.000 acções das 436.539 emitidas, no valor fiduciário de uma libra cada. As receitas da Companhia do Niassa provinham, principalmente, do imposto de palhota e das alfândegas, sendo certo que a sua intervenção ao longo dos anos, no território, foi parasitária e em nada beneficiou o desenvolvimento da mesma, quer agrícola, quer pecuária, quer piscatória ou mesmo industrial, que ficaram, praticamente, na estaca zero. Os interesses da Companhia não passavam pelo desenvolvimento mas sim, apenas, pelo arrecadar dinheiro pelas vias mais fáceis. Em 28 de Outubro de 1929 os referidos Territórios de Cabo Delgado deixaram de ser administrados pela Companhia e passaram para a soberania directa do Estado Português.


Empresa Agrícola do Lugela, Lda. – Companhia de capital português e arrendatária dos prazos Lomué, Lugela e Milange, no Distrito de Quelimane. Dedicava-se à agricultura e à exploração do sisal, tabaco e algodão e chá. 

 
Sena Sugar Estates, Ltd. – Companhia arrendatária do prazo Maganja, junto ao rio Chire. Dedicava-se principalmente à fabricação do açúcar, em Marromeu e Mopeia, onde possuía fábricas que produziam, cada uma, cerca de cinquenta mil toneladas anuais. A primeira exploração açucareira pertenceu, em 1893, à Companhia do Açúcar de Moçambique. Por volta de 1900, nasceu a Sociedade Açucareira da África Oriental Portuguesa, de capital francês, que começou a laborar em 1902, uma fábrica em Marromeu, fábrica esta que acabou por ser adquirida, em 1910, pela The Sena Sugar Factory, Ltd., uma empresa de capital britânico, criada em 1904. Todas estas fusões acabaram por se fundir, em 1920, na Sena Sugar Estates Limited, empresa que sobreviveu à extinção das companhias majestáticas. Para além da actividade açucareira, também explorava uma concessão algodoeira, em Mopeia, uma via-férrea ligando Marromeu a Caia e uma flotilha de embarcações no rio Zambeze.

 

Société du Madal – Companhia arrendatária dos prazos Cheringone, Inhanssugue, Madal, Mahindo e Tangalane, no Distrito de Quelimane. A sua actividade económica centrava-se na exploração de palmares e oficinas de reparações de embarcações e material agrícola. Com sede no Principado do Mónaco, tinha sucursais em Angoche, Ibo, ilha de Moçambique, Quelimane e Porto Amélia.



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LIVROS



Título: Fórmula para o caos
Sub-título: A CIA e o outro 11 de Setembro: a queda de Salvador Allende (1970-1973)
Autor: Luiz Alberto Moniz Bandeira
Editora: Tribuna                      Ano: 2009                   Págs.: 551       Género: História política







A propósito de se ter passado mais um aniversário do fatídico 11 de Setembro de 2001, que tanto abalou a sociedade norte-americana bem como de parte do resto do mundo, para que a memória não morra, importa lembrar o outro 11 de Setembro (1973), data onde ocorreu um golpe de estado no Chile, que pôs fim a um regime democrático, presidido por Salvador Allende e instaurou uma sangrenta ditadura militar liderada pelo General Augusto Pinochet.
 
 
Este golpe de estado militar chileno foi financiado, liderado e parcialmente executado pelos Estados Unidos da América,  através da toda-poderosa CIA. Aliás, o próprio título do livro - "Fórmula para o caos" - é inspirado na frase de Henry Heckenser, chefe da CIA na capital chilena na altura, para designar o conjunto de operações subterrâneas que aquele departamento ajudou a levar a cabo para desestabilizar o regime (atentados, assassinatos,sabotagens, etc.).


Tendo ganho as eleições em 1970, Salvador Allende governou o País com base na Unidade Popular e de tendência socialista, no que se tornou um crime de lesa-pátria para os interesses norte-americanos. Incrementou-se uma melhoria de qualidade de vida no seio das populações mais carenciadas, nacionalizaram-se empresas estrangeiras, intensificou-se a reforma agrária, entre outras medidas. Os alarmes dispararam e o Embaixador norte-americano no Chile, E. Korry, numa carta enviada a Eduardo Frei em Outubro de 1970, afirma: "..Deve saber que não permitiremos que chegue ao Chile uma porca, um parafuso... Enquanto Allende estiver no poder, faremos tudo ao nosso alcance para condenar o Chile e os chilenos às maiores privações e misérias...". A estação da CIA em Santiago do Chile, também em 14 de Outubro de 1970, determinava através do telegrama 762 para: "...informar os oficiais golpistas que o governo dos EUA lhes dará o seu apoio total no golpe...".

 
O golpe saiu vitorioso para as forças revoltosas, culminando com o suicídio presidencial, instalando-se uma ditadura com a consequente perseguição, prisão ou morte de milhares de oposicionistas (outros nem tanto, mas serviu para ajustes de contas particulares), tudo com a benção da Administração norte-americana que voltou a  ter, naquele País, uma liderança favorável aos seus interesses económicos.
 
 
Foi mais um dos muitos golpes de estado contra os interesses das populações que a política norte-americana nos habituou há décadas e décadas. Mas deste 11 de Setembro praticamente ninguém fala. Todos choram as vítimas norte-americanas, poucos ou quase ninguém acende uma vela pela vítimas chilenas. 

 
O livro acima referido é do melhor que já li sobre a história deste golpe. O Autor, Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, é um conceituado catedrático brasileiro que não hipoteca o seu nome e o seu prestígio intelectual a interesses privados, preocupando-se apenas com o domínio da verdade. O seu livro não se limita só a relatar o golpe, mas aponta as causas para a génese do mesmo cujo objectivo foi sempre o de desestabilizar o governo democraticamente eleito mas contrário aos interesses capitalistas, forma simplificada de legitimar, ao olhos do Mundo, uma tomada de poder militar.
 
 
Baseando a sua pesquisa em abundante documentação consultada, principalmente, quer nos EUA quer no Brasil, após ter sido desclassificada, o livro em si, nucleando-se no golpe chileno dá-nos, também, uma panorâmica mais compreensiva sobre outros golpes regionais que aconteceram, quer na Bolívia, no Uruguai e no Peru.
 


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Título: Caça ao homem 
Sub-título: Os dez anos de caça a Bin Laden desde o 11 de Setembro até Abbottabad
Autor: Peter L. Bergen
Editora:  D.Quixote              Ano: 2012                    Págs.: 371          Género: História/Reportagem






Osama Bin Laden era o homem mais procurado em todo o mundo pelas forças especiais norte-americanas e a caça ao mesmo durou cerca de uma década, até que culminou com a sua morte, numa bem sucedida operação norte-americana em território paquistanês. Apontado como o financiador e mentor do tristemente famoso 11/09 em território norte-americano, nunca duvidei que a sua vida estava com prazo encurtado. Mesmo assim ainda levou uma década a escapar-se às investigações norte-americanas.
 
 
O 11/09 foi, em termos militares, uma operação bem  pensada e executada. Escusemo-nos de nos armarmos em virgens ofendidas; os alvos eram puramente estratégicos e simbólicos: as torres gémeas eram o símbolo do coração do capitalismo, o Pentágono o  símbolo do poderio militar e o braço armado do imperialismo americano e a Casa Branca o símbolo do poder político, enquanto cérebro. Falhou o objectivo político, mas foram alcançados os outros dois. Por momentos os EUA sentiram na pele o terror e o pânico que já tinham lançado noutras partes do planeta. Provaram o seu próprio remédio.
 
 
O 11/09 foi, em termos políticos, uma operação desastrosa. Pode ser fácil atacar de surpresa um inimigo. O difícil é o dia seguinte. E os EUA, compreensivelmente, não ficaram quietos. Como reflexo directo desta operação, um dos piores políticos norte-americanos de todo o século XX - George Bush filho - foi reeleito como Presidente, com uma esmagadora maioria, baseando a sua campanha, entre outras coisas, a instilação do medo da insegurança, na destruição da Al-Qaeda e na morte do seu líder. 


O 11/09 foi, em termos humanos, uma operação desastrosa. A mortandade que causou, quer os imediatos quer os que vieram a falecer posteriormente, não justificava os objectivos políticos-militares a que a operação se propunha. Mas para os radicais muçulmanos, talibãs com cérebro de noz, nada disso foi levado em conta. 


Ora é precisamente a história que medeia o 11/09 até à operação das forças especiais em Abbottabad que o Autor, Peter L. Bergen nos relata denotando profundo conhecimento do que se terá passado. Tendo conhecido pessoalmente Bin Laden, que entrevistou para a CNN em 1997, e  denotando  mover-se bem no seio das teias políticas de Washington e do Pentágono, deixa-nos um livro empolgante, que se lê da primeira à última página com o rigor de quem sabe do que escreve e como se escreve. 
 
 
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Título: O livro negro da condição das mulheres
Autor: Diversos (mais de 40), com organização de Christine Ockrente, Coordenação de Sandrine Treiner.
Editora: Temas e Debates      Ano: 2007      Págs. :734          Género: Sociologia
 
 







Para aqueles a quem os Direitos Humanos, no caso específico o das mulheres, são um combate em prol do qual o mesmo deve ser permanente, este é um livro a ser lido.
 
 
Os livros negros têm como objectivo denunciar as injustiças de determinadas situações, áreas políticas, sociais, etc. São o contraponto dos livros brancos. Encontramos no mercado alguns livros negros que denunciam os excessos, as arbitariedades, as prepotências deste ou daquele sistema político, desta ou daquela condição social, etc. 

 
No caso vertente o tema aborda e denuncia a condição subserviente e humilhante a que as mulheres são sujeitas em grande parte do Planeta, alertando-nos para o ainda longo caminho que o sexo feminino tem que trilhar.
 
 
 
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FILMES



Sobre os dois 11/09 (1973 e 2001) abordo dois filmes que dão uma visão parcial do que se passou nesses dois dias.

 
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Título: Chove em Santiago
Realização: Helvio Soto
Actores: Jean-Louis Trintignant; Annie Girardot; Bibi Anderson (entre outros)                 
Banda Sonora: Astor Piazzolla
Tempo:    110 minutos               Ano: 1976              Género: Drama / Documento histórico







"Chove em Santiago" era a frase código dos militares chilenos revoltosos que desencadearam a tomada do poder. O filme aborda o golpe de estado, mas não com o rigor histórico do que realmente se passou. A título exemplificativo temos a morte do Presidente Salvador Allende que, no filme, aparece de arma na mão a morrer em combate contra os militares quando, na realidade, o mesmo suicidou-se.  Mas, no global, é um bom filme a ver-se.


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Título: Voo 93
Realização: Paul Greengrass
Actores: Christian Clemenson, Amanda Mackey (entre outros)
Tempo: 106 minutos              Ano: 2006                     Género: Drama / Documento histórico


 
No dia 11/09/2001 foram desviados quatro aviões. Dois atiraram-se para as torres gémeas, um terceiro despenhou-se sobre o Pentágono e o quarto avião (o voo 93) teria, como destino final, depois de sequestrado a Casa Branca.
 
Um filme que relata a coragem dos 40 passageiros e da tripulação do voo 93 quando se aperceberam do sequestro do avião. Reagindo contra os assaltantes pagaram todos com a vida quando a aeronave se despenhou, impedindo que a mesma atingisse o seu objectivo.
 
 
Mesmo aqueles que, cinicamente, dizem que os passageiros estavam condenados de qualquer maneira, desvalorizando estupidamente o seu acto, não deixa de ser um acto heróico colectivo. Pelo menos as suas mortes evitaram que os sequestradores da Al-Qaeda tivessem atingido o seu objectivo.




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DOCUMENTÁRIO



Salvador Allende foi um homem que, na década de 60 e 70 do século passado, marcou indelevelmente a política chilena, no particular e a sul-americana, no geral. Podem-se contestar as suas opções políticas e as suas decisões enquanto governante. Mas o que ninguém pode negar é que era um homem de causas pelas quais travou os combates da sua vida. A sua morte voluntária fez-me lembrar a frase de Ciprião de Figueiredo e que se tornou, séculos depois, no lema da Região Autónoma dos Açores: "Antes morrer livres que em paz sujeitos". Relembrando esta personagem carismática, que marcou a esquerda sul-americana, reproduzo um documentário sobre a sua pessoa, enquanto homem e político.
 








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MÚSICA



Vitor Jara - (Nuble, 28/09/1932 - Santiago, 16/09/1093) - Poeta, professor, dramaturgo, músico e cantor. Filho de camponeses pobres, com um pai analfabeto e alcoólico mas tendo uma mãe lutadora que nunca baixou os braços, efectua os seus estudos secundários na capital chilena, em Santiago.
 
 
Depois duma curta passagem por um seminário católico ingressa na Universidade do Chile, onde integra o elenco de "Carmina Burana", que lhe faz reavivar o gosto pela música. Em 1957 trava conhecimento com Violeta Parra, a mais importante divulgadora do flolclore chileno, que o incentiva na busca das raízes musicais chilenas. Dirige e encena peças de teatro, que o levam a percorrer a América latina, inicialmente e depois vários países europeus, principalmente os da "Cortina de Ferro". (1)
 
 
 
 
 
 
 
 
No início da década de 60 começa a compor e a cantar, actividade que acumula com a do teatro e do ensino universitário. A sua opção política, filiado no Partido Comunista Chileno, torna-o num esteio de defesa das ideias de Salvador Allende, tal como Pablo Neruda (1904/1973), poeta conterrâneo e laureado com o Prémio Nobel da Literatura (1971) que integra a sua lista de amigos pessoais. Aliás, será Vitor Jara quem presidirá à comissão criada para homenagear este poeta, quando o Prémio Nobel lhe foi outorgado.
 
 
Com o aumento da instabilidade político-social que se instala no Chile no início da década de 70, fruto da minagem económica que a direita chilena apoiada por sectores militares desencadeia, Vitor Jara assume-se como indefectível apoiante de Salvador Allende, até ao fim.
 
 
Pagará caro essa opção política. Com o eclodir do golpe de estado de 11 de Setembro é dos primeiros a ser preso pelos militares revoltosos e levado para o estádio de futebol da capital, que se tornou tristemente célebre por se ter tornado numa enorme prisão para onde foram levados centenas de presos políticos nas semanas seguintes ao golpe.
 
 
 
 
 
 
Militares chilenos guardando presos
políticos, após o golpe de 11/09/1973
(foto retirada do blogue "avisoemdois.com.br")
 
 
 
Depois de torturado é assassinado a tiro e o seu corpo acaba lançado à rua, num bairro suburbano de Santiago.
 
 
Faz hoje (16/09/012), precisamente, trinta e nove anos.
 
 
Após o advento da democracia naquele País, numa homenagem à sua pessoa, o estádio de futebol chileno onde ele e muitas outras centenas de opositores ficaram presos, foi rebaptizado com o seu nome (2003).
 
 
 
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(1) - "Cortina de ferro" foi uma expressão utilizada por Winston Churchil, para definir a fronteira política que, na Europa do pós-guerra (IIGG), separava os países sob domínio do regime ditatorial comunista de Moscovo da restante Europa.


 
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"Plegaria  a un labrador" é uma música da autoria de Vitor Jara que se reproduz de seguida.







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POESIA


Pablo Neruda - (Parral, 12/07/1904 - Santiago, 23/09/1973). Poeta e diplomata chileno. Tendo efectuado os estudos secundários em Temuco, aqui descobre a sua veia de vate na adolescência. Ingressa na Universidade, em Santiago, para onde se muda aos 19 anos de idade. No ano seguinte publica a sua primeira obra poética. que titula de "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada".
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir de 1927 inicia a sua carreira diplomática, que durará cerca de dez anos, com uma primeira colocação em Rangum, na Birmânia (actual Myanmar), até findar a mesma em Espanha, quando eclodiu a guerra civil neste País (1936/1939). Ao longo desta década Pablo Neruda travou-se de amizades com intelectuais de várias partes do mundo. Em 1945 é eleito Senador e em 1971 é-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura.
 
 
De formação política marxista era um indefectível  amigo e apoiante de  Salvador Allende. Em 1970, desiste da sua candidatura à Presidência chilena para não prejudicar a candidatura do seu amigo. Doente e já em fase terminal de doença cancerígena, toma conhecimento do golpe militar que liquida o regime democrático chileno. Morre doze dias depois da eclosão do mesmo.
 
 
Ao longo da sua vida Pablo Neruda escreveu e publicou mais de uma trintena de livros de poesia e de ensaios. Um ano volvido após a sua morte publicaram-se as suas memórias, com o título "Confesso que vivi".


 
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"Tus manos" de Pablo Neruda
 
 
 
 



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PORQUE SÓ HÁ UM PLANETA







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ACONTECEU



O complexo relvino: Quando se tornou público a forma como Miguel Relvas se tinha licenciado pela Universidade Lusófona, praticamente na base de muitos créditos e poucos estudos, choveu um anedotário nacional de todos os quadrantes, mais abertos e ousados dos sectores da oposição, mais encapotados do sector simpatizante ao Governo.
 
 
Mas a verdade é ter um título de "Dr." faz parte do nosso imaginário, País este que, até ao 25/04, sofria duma taxa de analfabetismo altíssima para os padrões europeus. Ter um "Dr." dava estatuto e até chegava-se ao ponto de se exigir esse título  académico nos livros de cheques e nas listas telefónicas. Pura parvoeira, só para alimentar as fogueiras das vaidades.
 
 
Não me querendo alongar mais nestas locubrações, veio a isto a propósito de, há uns tempos atrás ter entrado na Piscina Municipal do Vale do Fundão (Lisboa) onde me ia encontrar com pessoa amiga. Enquanto aguardava a sua vinda dei uma vista de olhos pelos anúncios ali colocados tendo apurado, pela leitura de duas placas metálicas postadas lado a lado, que a dita piscina fora inaugurada em 2005, após "obra  realizada na Presidência de Pedro Santana Lopes" e, ao lado desta, uma outra de idênticas dimensões informava que a gestão da mesma passara para o Clube Oriental de Lisboa em 2012, por decisão do "Dr. António Luís Santos Costa, Presidente da CML e do Dr. Manuel Silva Brito, Vereador da Cultura da CML".
 
 
Pedro Santana Lopes (PSL) é licenciado em Direito, tendo prosseguido estudos académicos superiores complementares no estrangeiro. Politicamente não partilho das suas ideias nem da sua actuação enquanto Primeiro-Ministro que foi. Mas ali, na placa era apenas e tão-somente Pedro Santana Lopes. Contrariamente ao seu edil sucessor e ao vereador que lá tinham que ter o grau de "Drs." na placa. Não fossem ficar ofendidos.  
 
 
Tal como o ex-Presidente CML Carmona Rodrigues que em tudo o que inaugurou mandou pôr o título de "Professor Doutor". Para catedrático viu-se o esterco político que fez no seu consulado ministerial e municipal. Para catar votos até andou a dançar com idosas nos bailaricos populares do Mercado da Ribeira. A propósito, nunca mais o vi lá a dançar. Francamente Senhor Professor Doutor. As velhinhas ainda hoje estão lá a suspirar por si e pelas suas promessas.
 
 
Mas não são os únicos. São raríssimos os casos em que políticos apenas querem o seu nome a surgir nos escaparates. Contam-se pelos dedos duma mão e ainda sobram. Que me lembre só três casos: o de PSL; o do Zé (José Sá Fernandes, Vereador alfacinha) e o do Álvaro (Álvaro Pereira, Ministro da Economia).


Se a vaidade e a estupidez pagassem impostos, estes políticos andavam todos carimbados. Por isso, a fogueira das vaidades nunca se extinguirá. PSL subiu um degrau na minha escala. Se bem que isso não lhe faça falta nenhuma. E eu também nunca esperei que algum dia viesse a escrever isto. Estou mesmo a ficar velho.
 
 
 
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Dr. Jekil versus Mr. Hide: Pedro Passos Coelho (PPC) efectuou, na sexta-feira de 07/09, uma breve locução ao País no qual anunciou violentas medidas que atingem toda a classe trabalhadora e pensionista portuguesas no próximo ano, agravando ainda mais as condições de vida da maioria dos portugueses. Com todas as ganas de cão raivoso atirou-se ao Trabalho mas, qual cordeiro cobarde, deixou em paz o Capital. Logo de seguida, não contente com o sadismo, foi a um concerto musical comemorativo dos 50 anos de carreira de Paulo de Carvalho, onde se mostrou bem disposto e até cantarolou.
 
 
No dia seguinte o simplesmente Pedro, cidadão e pai, veio todo piegas choramingar no ombro dos portugueses, via facebook.
 
 
Só lamento uma coisa: é que este povo é fatalista e tem memória curta. Nas próximas eleições legislativas voltam a votar nele. Por isso só lamento o destino daqueles que, não votando nos partidos do "centrão", vão ter que aguentar as burrices eleitorais dos seus conterrâneos.
 
 

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Ahhhhhhhhhhhhhhhh.............. bendito repouso.

 

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