"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

sábado, 24 de março de 2012

Mary Mitchel Slessor

Mary Mitchel Slessor



Mary Mitchel Slessor - (Aberdeen (Escócia), 02/12/1848 - Calabar (Nigéria), 13/01/1915) - Missionária da Igreja Presbiteriana Unida da Escócia.

Cresceu no seio duma família pobre, filha de pai alcoólico e tendo seis irmãos. Desde muito nova que começou a frequentar a Igreja local, tornando-se profundamente religiosa. Será, aliás, a sua profunda reliogisidade que a acompanhará até ao fim dos seus dias e que lhe dará forças para as provações que sempre suportou. Em 1859 a família muda-se para Dundee, mas a vida continu a não lhes sorrir fruto do vício do chefe de família. Com onze anos de idade é obrigada, tal como a sua mãe, a ir trabalhar na indústria têxtil, para reforçar o provento familiar, trabalhando durante doze horas na fábrica, onde só tinha duas horas para refeições. Os estudos ressentem-se e a fome é uma constante na casa familiar, onde o alcoolismo do pai roubava os magros proventos para sustentar o seu vício. Só com a sua morte é que, lentamente, a vida começou a suavizar-se na família. Durante 14 anos trabalha na fábrica, sempre doze horas por dia, para além de ao fim de  semana refugiar-se na Igreja.

O seu sentir missionário começa a avolumar-se, desde que, em criança, lera histórias de missionários que a sua Igreja tinha, em diversas partes do Mundo, desde a China ao Calabar. A morte de David livingstone, outro missionári escocês, oxorrida em 1874 veio a despoletar de vez essa sua intenção de partir. Inspirando-se na obra de David Livingstone, a 05 de Agosto de 1876, Mary Slessor parte de Liverpool, a bordo do "Etiópia" com destino a uma Missão da Igreja Presbiteriana Unida no Calabar (ao sudeste da actual Nigéria), como professora-missionária, onde chega a 11 do mês seguinte, ficando colocada em Duke Town, durante quatro anos. 


Em 1879 retorna à Europa a tratar-se,por doença, regressando ao Calabar no ano seguinte, onde lhe encarregam de tratar dos assuntos femininos na Cidade Velha. Aqui ficará dois anos, sendo a única europeia ali a viver. Em 1883 vem de novo à Escócia, para novos tratamentos da sua saúde debilitada, onde fica durante dois anos. No regresso ao Calabar o seu destino é ir viver no meio da tribo Ibaca, a pedido do seu rei, Ocon. Depois segue a fixar-se em Town Creek, onde fica seis meses.

Colocada, inicialmente, em missões litorais conseguiu, após várias insistências, ser colocada no interior  do território, onde só iam homens, pois eram terras de caçadores de cabeças e de canibais. Assim, a 03 de Agosto de 1888, parte para a aldeia de Okoyongo onde chega, depois duma violenta jornada, por rios e trilhos, onde a fome, as roupas encharcadas e, sendo a única pessoa europeia na viagem, a ter que confiar nos acompanhantes de circunstância, tornaram a viagem num pesadelo.

Durante cerca de 40 anos exerceu o seu apostolado no Calabar, superintendo várias missões no interior do território. De tudo um pouco esta valorosa mulher viu, assistiu e interveio, sempre que pôde na defesa dos fracos, dos oprimidos, dos humilhados. Desde mercados de escravos onde resgatou crianças; passando por crocodilos a procurarem pessoas junto dos rios; a um hipopótamo ter virado uma canoa onde seguia, só se tendo salvo por lhe ter atirado com uma panela para a bocarra; a suspeitos serem obrigados a mergulharem um braço em óleo a ferver para demonstrarem a sua inocência; a viúvas serem mortas para acompanharem os defuntos na outra vida; a gémeos serem amaldiçoados e mortos por serem obra de demónios, tendo salvo alguns; a salvar uma aldeia inteira de ser chacinada por alguns habitantes terem sido culpados pelos feiticeirtos pela morte do filho dum chefe tribal; a evitar conflitos bélicos entre tribos locais por questões de posse de gado ou de mulheres; de tudo o que se possa imaginar nessa antiga África do obscurantismo, do paganismo e da surpestição, Mary Slessor viveu. Viveu e combateu. 

A sua coragem de dizer "não" à barbárie, na cara dos que ordenavam tais barbáries; o exemplo abenegado que deu por várias vezes na defesa da vida de pessoas que a buscavam em fuga; a recusa no aproveitamento de bens materiais para seu próprio benefício; a altivez com que se apresentava perante potentados locais e olhava-os de frente sem medo; o ter demonstrado por várias vezes não recear a morte em exemplos nobres de resgate de pessoas; tudo isso grangeou-lhe respeito e admiração entre os nativos, que carinhosamente a apelidavam de "Ma" (Mãe). 

Ainda veio por mais duas vezes à sua Escócia (1898 e 1907), sempre em tratamentos das doenças tropicais mas, em 1908, regressa a África, de vez, onde virá a falecer.

Por tudo o que viveu, por tudo o que deu, por tudo o que fez, esta lendária mulher coragem entrou na História como a "Rainha Branca do Calabar".



Historiando Moçambique Colonial


Banto - Palavra criada pelo filologista Black (século XIX), estudioso das línguas dos povos da África Austral, que reparou que a raiz "tu" ou "ntu" (pessoa) era comum a tdos os idiomas. O plural desta raiz "ba-ntu" (povo, gente) generalizou-se e adoptou-se para designar todos os povos, a Sul do Equador, com uma remonta origem linguística comum.


Cambuemba - (?/?) - Lugar-Tenente de Manuel António de Sousa*. Quando este foi preso, juntamente com Paiva de Andrada e João de Resende, pelas forças da BSAC de Cecil Rhodes, em 1890, Cambuemba, juntamente com Luís da Gorongosa e Ghizi, também eles lugares-tenentes de Manuel António de Sousa, entraram em rota de colisão com os interesses portugueses. Batalhando sempre a Companhia de Moçambique, Cambuemba, operando a partir da sua aringa de Chemba, entre 1893 e 1896, expulsa dos prazos de Chiramba e Tambara os portugueses e chega a isolar Sena. Em 1896 estabelece acordos com o Bonga de Massangano e com o Reino do Barué.
Em Maio de 1897, sendo um dos líderes da revolta tonga, expulsa os europeus de diversos prazos, bloqueando a navegação fluvial do baixo Zambeze e voltando a provocar o isolamento de Sena. No entanto acaba derrotado, em Setembro desse mesmo ano, face ao poder de fogo das forças portuguesas, tendo estas conseguido uma vitória plena, destruindo quase todas as aringas inimigas,prendendo a maioria dos amambos senas e tongas e liquidando centenas de rebeldes.
Cambuemba refugia-se no Reino do Barué, na corte do Makombe Hanga*, que congrega à sua volta todos os opositores aos portugueses, juntamente com Luis da Gorongosa e Guizi. Em 1900 Hanga nomeia-o comandante das forças baruístas, apesar de ser do povo tonga e, dois anos mais tarde assume, directamente, a defesa de Missongue, a capital baruísta, contra o ataque português liderado por João de Azevedo Coutinho*.
Tendo sido derrotado nessa batalha acaba preso, na sequência da mesma, tendo sido deportado a ferros para a ilha de São Tomé, onde virá a falecer. 


* - A ser biografado.


Chibalo - Trabalho forçado. Era uma medida arbitrária e violenta, que a autoridade administrativa colonial impunha, justificando-se quase sempre com o argumento da indolência típica dos nativos. Ainda vigente no decurso do século XX, génese de muitas revoltas nativas contra os portugueses como, por exemplo, no Barué, aquando da ligação duma estrada de Tete para Macequece.
Pelo seu estilo de escravatura que esta medida impunha, as autoridades coloniais quase nunca pagavam o trabalho ou, quando o faziam, era de forma insuficiente. O conluio de régulos com a administração colonial, que os presenteava quando lhes arranjavam braços, contribuiu para queda do prestígio desta instituição no seio das populações.


Hanga - (?-Rodésia do Sul, 1910) - Makombe baruísta. Sucede a seu pai, Chipatata, depois de ter vencido outros pretendentes. Insubmisso aos portugueses consegue congregar, à sua volta, outros opositores dos mesmos, ultrapassando o conceito tribal. É assim que o vemos nomear, para o comando das suas forças, Cambuemba, que era tonga, o mesmo se passando para a nomeação do mukomowsha, bem como o ter-se aliado aos angunes e celebrado casamentos com  mulheres senas. Derrotou Manuel António de Sousa, que acabou morto pelas suas hostes. Em 1902, depois da queda de Missongue, capital do seu Reino, refugia-se na Rodésia do Sul e continua a fomentar revoltas contra os portugueses.  


Reino do Barué - A nação barué, desde sempre independente, situava-se a Norte do Reino do Quiteve, tendo como outros limites geográficos a Gorongosa a Este, a Zambézia a Norte e, a Sul, o rio Pungoé, sendo a sua população formada, principalmente, por chonas e carangas e que se fundiram, mais tarde, com tongas.
Os seus reis tinham o título de "makombes". Avassalado ao Reino do Monomotapa, em 1608 revolta-se contra o  Monomotapa Rutsi Ruserere, adquirindo a sua independência, mantendo-a até finais da década de 20 do século XVII, altura em que a perde momentâneamentenpara o prazeiro António Lobo da Silva.
Na primeira metade do século XVIII o Reino estende os seus domínios para Sul, até às margens do rio Luenha. Em 1788 o cientista Manuel Galvão da Silva percorre o Reino, que apresenta uma boa estabilidade política, marcando mesmo a sua independência pelo afrontamento que impõe aos portugueses, que têm que lhe pagar tributos, para poderem percorrer os seus territórios.
Entre 1828 e 1830, devido a uma crise dinástica, o Barué esteve sem Makombe, tendo o novo Makombe aceite um tratado de livre trânsito com as autoridades portuguesas. O Reino sofre incursões angunes entre 1834 e 1838 e surge nova crise dinástica, em 1846, quando surgem dois pretendentes: Chibudo e Chipatata, sendo o primeiro protegido por Muzila* que, no entanto não o consegue entronizar, acabando o segundo por ascender a Makombe.
Este Reino era desejado por Manuel António de Sousa* que, desenvolvendo a sua política de anexação deste território, guerreou e submeteu os senas e tongas, povos súbditos do Barué, o que obrigou Chipatata a aliar-se a Bonga*, de Massangano, inimigo jurado de Manuel António de Sousa. No entanto tal aliança não colheu frutos, o que acabou por obrigar Chipatata a reconhecer a superioridade militar de Manuel António de Sousa pelo que, em 1869, é este senhor da guerra quem salva o Reino do Barué de nova ameça angune.
No entanto Chipatata acabará por pagar caro tal aliança pois, ao permitir o casamento duma sua filha com Manuel António de Sousa, acabará por entregar o Reino nas mãos deste predador. Hanga, filho de Chipatata, consegue reunir à sua volta chefes baruístas que estavam descontentes com Manuel António de Sousa e conspiram contra o mesmo, mas acaba derrotado e foge para junto do Bonga de Massangano, onde se exila durante alguns anos, até 1890, quando as forças da BSAC de Cecil Rhodes** prendem Manuel António de Sousa, que escoltava Paiva de Andrada** e João de Resende, levando-os a todos para a África do Sul. Aproveitando este revés do seu inimigo, Hanga consegue sublevar o Barué e ainda capta a confiança militar de importantes lugares-tenentes de Manuel António de Sousa para as suas hostes:Cambuemba, Capovo, Luis da Gorongosa e Guizi (1).
Após se ter libertado da prisão sul-africana, por pressão do Governo Português junto das autoridades londrinas, Manuel António de Sousa parte à reconquista do Barué, com  o apoio de forças militares portuguesas, comandadas por João de Azevedo Coutinho*, mas acabará ferido e morto pelas forças de Hanga, que exibirá o seu crâneo como troféu valioso. Assim se reconquista a independência do Barué, em 1892, mas o Reino será atravessado por uma crise dinástica, pois ao trono perfilam-se Hanga e também Samaconde, ambos filhos de Chipatata. Samaconde acaba por ascender ao poder, em 1894, desenvolvendo uma política favorável aos portugueses mas acabará derrubado anos mais tarde, refugiando-se na Rodésia do Sul, onde morrerá exilado. Assim, Hanga ascende ao trono baruísta tornando-se, em difinitivo, Makombe, se bem que ainda tenha que derrubar outro rival, de nome Chipitura, acabando este por morrer em 1899.
A fim de fazer face à ameaça portuguesa Hanga tentou estabelecer acordos com o Bonga de Massangano e com os angunes, mas não logrou ter êxito nestas tentativas. Aliando-se aos tongas, Hanga trava a sua última batalha, em 1902, quando as forças portuguesas, de novo comandadas por João de Azevedo Coutinho,invadem o Reino em finais de Julho desse ano. Com a queda de Missongue, a capital do Reino do Barué, Hanga refugia-se na Rodésia do Sul, onde morrerá, em 1910.
O seu filho, Chikwore, sucede-lhe e subleva várias regiões de Tete e da Zambézia, em finais de Março de 1917, acabando derrotado por forças portuguesas no findar desse mesmo ano, pelo que, à semelhança do seu pai, refugia-se na Rodésia do Sul. As razões desta revolta prenderam-se com o recrutamento obrigatório de carregadores para a guerra que se travava contra os alemães (I Guerra Mundial, que será dissecada mais à frente) no Norte de Moçambique; com a imposição do imposto de palhota e com as brutalidades praticadas pelos sipaios nas populações indefesas, obrigadas a trabalhar em regime de escravatura (chibalo) na construção duma estrada que ligava Tete a Macequece.
Mas o Reino do Barué ainda iria provocar algumas dores de cabeça aos seus novos senhores pois, no ano seguinte, Makosa, primo de Chikwore, que ascendera a Makombe após a derrota e exílio do seu familiar, promove nova revolta contra os portugueses, provocando surtidas de guerrilha até Outubro de 1918, altura em que é definitivamente derrotado, refugiando-se em Mekoto, na Rodésia do Sul e desaparecendo, de vez, o Reino do Barué enquanto nação independente.


* - A ser biografado.

** - Já biografado.

(1) - Todos eles tinham o elo comum de terem servido sob as ordens de Manuel António de Sousa, de quem aprenderam as tácticas de combate. Existem poucas ou nenhumas referências biográficas destes, salvo o de Cambuemba, que foi o que mais se destacou dentre eles.
De Guizi sabe-se que casou com Nhana Imanga, uma das viúvas de Manuel António de Sousa, mas não soube aproveitar as vantagens políticas que este casamento lhe poderia ter dado em relação aos seus outros companheiros dissidentes. Combateu os portugueses entre Sena e Barué ao lado de Cambuemba, até que, em 1897, derrotado, refugia-se no Barué.
Todos estiveram presentes na derrocada de Missongue, em 1902, tendo Cambuemba sido preso e deportado, Luis da Gorongosa sabe-se que foi preso e desconhecendo-se o seu destino, nada tendo conseguido apurar dos outros.


Sipaio - Polícia indígena subalterno, sucessor do achikunda*. Diferenciava-se deste por não defender o prazeiro (que era um indivíduo defenido) mas sim a administração colonial (que era uma entidade abstracta), para além do facto de não só estar mais disciplinado, como também ter uma farda própria, que era igual em todo o território.
Elos importantes na ligação entre as populações e a administração colonial, aos sipaios que actuavam nas zonas rurais eram-lhes concedidos, no início, reminiscências do tempo dos achikundas, tais como o direito de saque, por exemplo. Com o evoluir dos tempos tais direitos foram sendo retirados e substituídos por formas mais modernas de subsistência, tais como vencimento fixo e subsídios.
O sipaio e o régulo, na grande generalidade dos casos, foram as duas entidades nativas que melhor facilitaram a vida à administração colonial portuguesa para se implementar no seio das populações.

* - Já fichado.



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Livro



"1421 - o ano em que a China descobriu o Mundo", de Gavin Menzies (Publicações Dom  Quixote, 2008, 527 págs.) é um livro polémico que defende a teoria de que, antes da costa americana ter sido atingida por Cristóvão Colombo (1492) e, também, que antes da viagem de circum-navegação planetária iniciada por Fernão de Magalhães e continuada por Sebastião del Cano ter sido completada (1521), já os chineses tinham navegado à volta do mundo, um século antes.
Segundo o autor, em 1421 um frota de cem navios chineses, comandada pelo Almirante Zheng He, saiu da China (governada na altura pelo Imperador Zhu Di), em direcção à Índia, desceu ao Cabo da Boa Esperança, cortou o Atlântico Sul, mapeou as costas sul-americanas, entrou o Pacífico e atingiu a Austrália, tendo retornado ao País em 1423, com apenas sete naus sobreviventes.
Ao regressar ao País Zheng He vem encontrar a Pátria num caos tremendo, já com outro Imperador no trono que, face aos custos da viagem e às dificuldades que se atravessava, ordenou a destruição da frota e dos documentos relativos à mesma, perdendo-se um espólio valioso.
Caberia, assim, à China a glória de ter sido a primeira Nação a circum-navegar o planeta, a descobrir a Antártica, a Austrália e a resolver o problema da longitude, segundo a tese apresentada por Gavin Menzies, Oficial da Marinha Britânica que, para consubstanciar a sua tese, viajou pelas sete partidas do mundo, percorreu a maioria dos países existentes onde vasculhou centenas de museus e bibliotecas.
No entanto a maioria dos historiadores contemporâneos, especializados nestas matérias de viagens náuticas, não aceita as teorias de Gavin Menzies, o que não obsta à leitura do livro.
Até porque o mesmo dá-nos pistas interessantes e põe-nos a pensar. Em suma, tira-nos as palas dos olhos.



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Filme


Ao deambular por uma livraria deparei com o livro "O nome da rosa", de Umberto Eco, agora segundo uma versão mais actualizada, com uns acréscimos. Não me convenceu, ficando sempre com a sensação de que é "mais do mesmo".
Mas veio-me à memória o filme inspirado nesta obra, realizado por Jean-Jacques Annaud, em 1986. Se, por norma, diz-se que um filme não consegue, por si só, transmitir toda a mensagem do autor do livro (o que não é de admirar face à limitação de tempo que um realizador dispõe) a verdade é que este filme é, na minha opinião, soberbo.
Aliás, é o único filme interessante na filmografia de Sean Connery.
Esta trama "policial", desenrolada na Idade Média, tem um naipe de actores com interpretações sem mácula, um  cuidado no guarda-roupa, nos diálogos e na cadência do desenrolar das situações, à medida que as mortes vão ocorrendo que fazem dele um filme que, para quem não goste de ler livros maciços, é mais do que suficiente para perceber a mensagem do escritor.
Sem dúvida, um filme a ver... ou a rever.
  

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Nasceram sete crias de lince ibérico, no Centro de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves. Atendendo a que o lince é uma espécie em risco de extinção, aqui está uma boa notícia. É pena que estas boas notícias sejam cada vez mais raras. Mas enfim...
O que é mesmo pena é que a nossa classe política não esteja em vias de extinção.
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Em Toulouse (França), após 32 horas de cerco, a polícia invadiu o apartamento de Mohamed Mehra, suspeito de múltiplos homicídios naquela região, acabando o mesmo morto no decurso dessa acção (22/03).
Pergunto eu: 32 horas? Mas a Polícia não tem mais nada para fazer do que andar nesta palhaçada? Para gáudio da imprensa que adora este tipo de notícias: dá pano para mangas. 
Nunca ninguém me explicou a razão do arrastamento da resolução destas situações. Isto não tem muito que saber: é chegar ao local, interpelar o suspeito, dar-lhe um prazo e, caso este não se renda, é entrar e resolver a situação rapidamente. Muito mais quando nem sequer há reféns.

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Um gato foi atropelado numa rua, em Lisboa. Nada de especial. Infelizmente situações destas acontecem. Mas o que vem para o caso é que há mais de uma semana que o gato continua esparramado na rua. Cada vez mais espalmado contra o alcatrão, sempre que um carro passa por cima. À vista de todos nós.
Dos serviços de higiene camarários nada. Os homens da recolha do lixo dizem que só recolhem o lixo dos contentores. Num alerta dado por mim num departamento camarário, que sim senhor, que iam tratar do assunto. Então não? Está-se mesmo a ver. O gato, ou melhor, o que resta, lá continua, cada vez mais fundido com o alcatrão.
Quando chegar o Natal e vierem, todos pressurosos, baterem-me à porta a desejarem-me Boas Festas, de mão estendida, vou colocar-lhes, em vez duma nota, uma foto do gato esparramado.



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Enoja-me a posição de Eduardo Catroga, antes e depois de ser "chairman" da EDP. Dar o dito por não dito e tentar vender-nos gato por lebre. Aliás, este "pintelho eléctrico"  é o reflexo de grande parte da classe política portuguesa: vendedores da banha da cobra. Não passam dum bando de aldrabões que, pela terceira vez após o "25/04", atiraram este País para, de mão estendida, hipotecar a sua soberania aos interesses estrangeiros. Eduardo Catroga faz-me lembrar aquela casta de políticos que, em nome do Estado negociaram determinado contrato ou concessão e, depois do mesmo assinado e com a tinta acabada de secar, passaram-se para o outro lado. Sãos os Ferreiras do Amaral, os Pinas de Moura deste País, entre outros. O sentido Pátrio desapareceu. Tudo em nome da voragem de altos vencimentos. Alguém lhes diga que, quando morrerem, não poderão levar a fortuna consigo.   


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A Presidente da Libéria, que foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz, pela sua luta em prol dos direitos das mulheres, defendeu a criminalização do homossexualismo. Não sei porquê deu-me uma vontade de lhe oferecer o "De profundis" de Oscar Wilde. Mas não, devo ser eu que estou a delirar e li mal a notícia.


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Nalgumas escolas próximas de Dodoma, capital da Tanzânia, as crianças portadoras do virus HIV têm que usar, obrigatoriamente, um laço vermelho na lapela do uniforme. Não sei porquê lembrei-me de estrelas amarelas, nazis, etc. e tal. Mas não, devo ser eu que estou a delirar e li mal a notícia.


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Está a acontecer



Exposição subordinada ao tema  "Guerra colonial /Tarrafal / 50 anos depois". A nossa memória colectiva revisitada em textos, fotos e mapas afixados em paineis, numa exposição coordenada pelo jornalista, escritoe e historiador António Valdemar e concepção gráfica do cenógrafo e artista plástico Fernando Filipe. A decorrer até 30 de Abril próximo, na Sociedade Portuguesa de Autores (Rua Gonçalves Crespo - 62 - Lisboa).


Festival de Gastronomia Serrana, no concelho de Tavira. A comida confeccionada aos poucos e saboreada do mesmo modo. O conceito do "slow food". Até 15 de Abril próximo.


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Vai acontecer


Na Biblioteca Museu da República e Resistência (Lisboa) exibição do filme "Os miseráveis". No próximo dia 28 de Março, pelas 18H00. Entrada livre.



Na Biblioteca Municipal da Penha de França (Lisboa) leitura e discussão da obra "Memória de elefante", de António Lobo Antunes. No próximo dia 28 de Março, pelas 11H00. Entrada livre, mediante inscrição prévia.



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Defenda a sua língua materna. Recuse-se a escrever com as normas do actual Acordo Ortográfico.


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Todas as marcas ou produtos referidos no presente texto são incompatíveis com intuitos publicitários. As referências aos mesmos reflectem, apenas, a opinião do Autor e nada mais do que isso.


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