Aventureiros, viajantes e exploradores
Wilfred Thesiger - (Adis-Abeba, 03/06/1910 - Londres, 24/08/2003) - Aventureiro, explorador, fotógrafo e escritor. Tendo nascido em Adis-Abeba, onde o seu o pai era o representante diplomático da Coroa Britânica, fez os seus estudos em Inglaterra, em Sussex (1919/1923) finalizando-os em Oxford (1929/1933) onde, paralelamente, se dedicava ao boxe escolar como desporto. Aproveita as férias escolares universitárias para viajar e, assim, no primeiro ano embarca para Istambul, regressando de comboio. No regresso tem um convite para voltar à Etiópia em 1930, numa breve viagem de cortesia para assistir à coroação do Négus Hailé Selassié.
Apaixona-se pela Adis-Abeba e por tudo o que ela representa nesta viagem. Na sua autobiografia escreverá, mais tarde, que se divertia com o tom e a "entoação de vozes falando aramaico, o cheiro de animais queimados que pontilhavam a cidade, as matilhas de cães selvagens que vagueavam pelas ruas, um ocasional cadáver que fora enforcado numa árvore, mendigos que haviam perdido o pé ou a mão por crimes de roubo"**. É recebido em audiência privada pelo Negus Hailé Selassié, que recebera bastante apoio do seu pai quando este ali exercera o mandato diplomático e o incentiva a vir para a Etiópia. "É o seu País. Nasceu aqui ... Espero que venha passar muitos mais anos connosco." Ter-lhe-á dito o Imperador nessa audiência**.
Nas férias do ano seguinte embarca como pescador numa traineira para a Islândia onde aprende, no meios dos frios e dos nevoeiros, a combater o sono. É uma aprendizagem dura a que se impõe de livre vontade.
Três anos mais tarde encontra-se de novo em terras etíopes para explorar todo o curso fluvial do rio Awash, exploração esta financiada pela Real Sociedade Geográfica de Londres. No decurso desta expedição entra no Sultanato Affar (ou Haussa), na fronteira entre a Etiópia e a Eritreia, tendo sido dos primeiros europeus a consegui-lo bem como também explora o lago Abhe Bad, que é um depósito lacustre de sal que se localiza na zona fronteiriça etíope-djibutiana.
Em meados da década de 30 encontra-se no Sudão, como Comissário Distrital e colocado em Kutum, uma remota localidade do Darfur. Percorre toda a zona do Darfur e os campos pantanosos do Sudd e navega pelo Nilo Superior. É no Darfur que Wilfred Thesiger faz a sua apaixonada aprendizagem de nómada do deserto, aprendendo a cavalgar camelos, a comer do que apenas encontrava ou caçava e a suportar a sede e a fadiga, aprendizagem esta que tão útil lhe seria para a vida aventurosa que já estava a desenvolver. Recusa qualquer tipo de tecnologia que lhe facilitasse a vida, salvo uma espingarda, uma lanterna, uma bússola e uma máquina fotográfica. Durante uma licença, aquando de serviço no Darfur, interna-se do deserto do Sahara e vai até às montanhas do Tibesti, um desafio que lhe causa uma tal sensação de euforia, como confessou mais tarde, que jamais o fará abandonar a paixão pelos desertos.
No eclodir da II Guerra Mundial combate as forças italianas nas campanhas etíopes e celebriza-se ao liderar uma força que captura uns 3.000 soldados italianos em Mekane Selam (1941), depois duma marcha forçada de 80 quilómetros em menos de 24 horas. Combate, ainda, integrado na Coluna Gideão, uma força de comandos que era liderada pelo Major Charles Wingate. Vai para a Síria combater as forças francesas fiéis a Vichy, o que lhe permite visitar a lendária cidade de Petra, localizada na actual Jordânia. Em 1943, com a derrota do germânico Afrika Korps, no Norte de África, Wilfred Thesinger retorna a Adis-Abeba, onde exerce funções de conselheiro junto de Hailé Selassié.
Após o findar do conflito vai trabalhar para a recém-criada FAO, o departamento de alimentação e agricultura da ONU, e é colocado nas unidades de observação e combate a pragas, tal como a do gafanhoto, sendo-lhe determinado percorrer os desertos arábicos. Percorre, por duas vezes, o Rub´al Khali, considerado o deserto dos desertos e que se situa na parte Sul da Arábia Saudita e abrangendo áreas de Omã, Iémen e Emiratos Árabes Unidos. Foram duas violentas viagens exploratórias que só a sua excepcional robustez física e mental lhe permitiram levar a bom termo. Não tendo o primeiro europeu a atravessar este lendário deserto (já Richard Burton* o fizera) foi, no entanto, a fazê-lo na totalidade, tendo ainda mapeado o oásis de Liwa e as areias movediças de Umm-As-Sammim. Sofreu perseguições de assaltantes, esteve envolvido em conflitos inter-tribais e também foi detido pelas autoridades sauditas. Viajou sozinho ou acompanhados por beduínos, povo que ele passou a admirar e a querer viver como eles. Respeitava o estilo de vida frugal dos mesmos, recusando ser dependente da tecnologia.
Peregrina pelo Iraque, pelo Deserto da Areia Grande na Pérsia (actual Irão), Curdistão, nordeste do Paquistão, Afeganistão, as cordilheiras centro-asiáticas do Hindukush e do Caracórum. Percorre a África nortenha até Marrocos e, depois, abandonando a vida de nómada do deserto, desce pela África Oriental e vai até ao Tanganica (actual Tanzânia), com longas estadias no Quénia e no Uganda. Combate no decurso da guerra civil do Iémen (1966/67) pelo lado monárquico. A pé, em transporte animal ou de canoa, contabilizam-se por dezenas de milhares os quilómetros que Wilfred Thesiger palmilhou à sua conta.
Estabeleceu-se finalmente no Norte do Quénia, onde planeava findar o seus dias, fruto das fortes ligações afectivas que estabelecera com as tribos samburu, mas a morte de amigos seus destas tribos, a instabilidade política que o País começou a sofrer e a cegueira que começou a sofrer lenta e gradualmente, levaram-no a regressar em 1994, de vez, para a Grã-Bretanha, acabando os seus dias num lar de idosos.
Apesar de não renegar as suas origens e o legado cultural que herdara, a verdade é que este homem rejeitava grande parte do bem estar que a tecnologia lhe proporcionava. Preferia andar a pé ou a cavalo do que de carro. Acusava a civilização de cilindrar as ancestrais culturas humanas, destruindo povos e costumes bem como de coarctar a liberdade individual de cada um poder dispor de si para onde quisesse ir. Era o preço do avanço da civilização que ele não estava disposto a pagar. Preferiu ser um cavaleiro andante do deserto e andar a combater guerreiros de tribos ferozes ou a fugir de tempestades do deserto nadas de causas naturais e não criadas por interesses de um qualquer político de gabinete; preferiu dormir no frio nocturno enrolado numa manta e a ouvir o estalar das montanhas quais gritos do deserto; preferiu a honradez do aperto de mão e da palavra dada dum gentio ao acordo notarial da civilização. Como a historiadora Sara Weelher o definiu: "Thesiger vive numa idade homérica de exploração e escrita de viagens, uma idade antes do patrocínio da televisão. Ele destaca-se como um monólito contra o lixo consumista e a cultura da celebridade trash." Mas para o fim da sua vida tinha a consciência de que as suas opções estavam ultrapassadas e esse mundo nostálgico com que sempre sonhava era apenas uma reminiscência do passado, uma simples página dum pequeno de livro de História. Mas, a verdade, é que ele viveu esse mundo. E viveu para contá-lo.
Fotógrafo inveterado, legou ao Museu Pitt Rivers, da Universidade de Oxford, um espólio memorialista de mais de 20.000 negativos e aos apaixonados pelos cálidos ventos meharistas dos planaltos desérticos e pelas frias fragas das cordilheiras centro-asiáticas vários livros, entre os quais "Pelos desertos das Arábias"; "Os árabes Marsh"; "O diário Danaki - jornada através da Abissínia"; "Entre as montanhas - viagens pela Ásia", a sua autobiografia "A vida que escolhi" (1987) não estando esgotada, nesta pequena súmula, toda a sua bibliografia.
Nem toda a sua vida.
* - Já biografado anteriormente.
** - Fonte recolhida junto dum testemunho de Jonathan Glancey, jornalista do "The Guardian", que conviveu com Wilfred Thesiger nos seus últimos tempos.
Historiando Moçambique Colonial
Parte IV - A paz lusitana
Com o findar da segunda década do século XX os portugueses encontram-se, finalmente, instalados em Moçambique e, coisa rara, em paz. São, verdadeiramente, os donos e senhores daquele imenso território.
Resolvidos os conflitos internos com a derrota do Reino do Barué e a retirada das tropas alemãs, no rescaldo da I Guerra Mundial e encerrado o contencioso com a Grã-Bretanha no tocante à delimitação das fronteiras terrestres, os portugueses voltam ao seu habitual estado de sonolência tropical.
A envolver totalmente Moçambique encontrava-se a Grã-Bretanha com as suas colónias, desde a África do Sul à Rodésia do Sul (actual Zimbabwé); Rodésia do Norte (actual Zâmbia); Niassalândia (actual Malawi) e Tanganica (actual placa continental da Tanzânia) e, fruto disso, o desenvolvimento de Moçambique era em função dos interesses económicos britânicos e não dos interesses moçambicanos.
Assim, Lourenço Marques e o seu porto serviam para escoar e deixar entrar os produtos produzidos e necessários ao interior transvaliano e, para facilitar o tráfego comercial, construiu-se a linha de caminho-de-ferro que ligava, à capital moçambicana, as províncias interiores sul-africanas. No centro, o porto da Beira servia de porta de entrada e de saída para os produtos da Rodésia do Sul. No Norte, como não havia interesses britânicos na periferia, estava ao semi-abandono.
Com a queda da monarquia portuguesa, em 1910, e a consequente implantação do regime republicano, a situação na colónia de Moçambique pouco ou nada melhorou para os naturais. O poder colonial branco instalara-se, lenta e paulatinamente. Na Metrópole os republicanos não se entendiam e os governos em Lisboa sucediam-se, vertiginosamente, uns atrás dos outros com reflexos negativos na condução da política colonial.
A 28 de Maio de 1926 os militares promovem um golpe de estado e instalam a ditadura, apelidada de Ditadura Nacional. Pouco anos depois, António de Oliveira Salazar, que já soçobrara a pasta das Finanças é nomeado Presidente do Conselho de Ministros e instaura um novo ciclo político, também ditatorial e que se chamou de Estado Novo. O novo governante, receoso do aparecimento de novos "Brasis" nas colónias, que originariam um desenvolvimento económico e social nas populações e consequentes aumentos de autonomias políticas, irá encetar uma política de estrangulamento total do desenvolvimento das colónias.
Elevando ao mais alto grau o cunho nacionalista da grandeza da História de Portugal e da sua missão divina de salvador dos povos da barbárie, endeusando Afonsos de Albuquerques, Vascos da Gama e Infantes D. Henrique e outros tantos e passando um apagador na história dos povos africanos, Oliveira Salazar fará tábua rasa de todas as aspirações emancipalistas das populações africanas, provocando um retrocesso na lenta evolução das colónias.
Após o findar da II Guerra Mundial (1939/1945) começa a despertar em África, de novo, a consciência autonomista dos povos, liderados por toda uma geração de políticos africanos que, independentemente do seu radicalismo ou contradições, podem-se considerar, com toda a justeza, os pais da África independentista: Kwame N´Krumah; Eduardo Mondlane; Patrice Lumumba; Amílcar Cabral; Mobido Keita; Jomo Kenyatta; Agostinho Neto; Houphoet Boigny; Omar Bongo; Sekou Touré; Hastings Banda; Seretse Khama; Julius Nyerere e Kenneth Kaunda; não sendo esta uma lista exaustiva.
Os portugueses, aferrados a princípios políticos ancilosados, não acompanham o evoluir dos tempos e, contrariando teimosamente os ventos da História, marcam passo no marasmo colonial, jamais se preocupando em criarem os caboucos do futuro edifício moçambicano. Na década de 50 e princípios de 60 sopram, vindos do Norte, os ventos independentistas africanos e as grandes potências coloniais europeias, com mais ou menos percalços, outorgam e reconhecem a emancipação, autonomia e independência das suas colónias. Assiste-se então, na ONU, ao aparecimento de nóveis países africanos que iam engrossar a voz dos que clamavam contra o colonialismo caduco de Portugal. Mas Oliveira Salazar e o seu regime ditatorial estavam politicamente surdos e historicamente cegos.
Na África Austral, enquanto os britânicos preparavam a sua retirada, negociando ou sendo obrigados a ceder a independência de vários territórios, os portugueses mantinham a sua cadência ritmada pelo andar do caracol, crentes na imobilidade da História e na fidelidade dos povos africanos à bandeira das quinas bem como da sua docilidade.
E nem a queda do diminuto Estado da Índia, invadido pelas forças armadas da República Indiana; nem a perca do forte de S.João Bapista de Ajudá, tomado pelo Exército do Benim após abandono do mesmo pelo representante português ou o eclodir da guerra nacionalista, em Angola - todos estes factos ocorridos em 1961 - levaram Oliveira Salazar e os seus seguidores a abandonarem a política do "orgulhosamente sós".
Os portugueses tinham criado a sua paz, crentes na eterna durabilidade da mesma e assente no paternalismo europeu e na docilidade africana. Mas a foice da História ceifou rente os sonhos do imutável Império Colonial Português. A sua paz só duraria quarenta anos.
No início dos anos 60 Moçambique encontrava-se englobado no contexto político duma "África Branca", na qual a África do Sul, com o seu regime de apartheid pontificava como potência regional incontestável.
Em meados desta década Ian Smith declara, unilateralmente, a independência da Rodésia, sem a concordância da potência colonizadora, a Grã-Bretanha e este facto veio reforçar mais o conceito da "África Branca", ou seja, uma área onde os brancos dominassem política, económica e militarmente. No entanto, a vaga de fundo independentista assolava o continente africano pelo que, como já anteriormente foi referido, vemos nas décadas de 50 e 60 múltiplas colónias africanas ascenderem ao concerto das nações libertando-se, teoricamente, do jugo colonial.
Os territórios africanos que ascenderam à independência eram todos da área inglesa, francesa e belga. Os territórios que estavam sob a tutela portuguesa mantiveram-se sob administração deste País, já que Governo ditatorial de Oliveira Salazar jamais pretendeu discutir o que quer que fosse sobre o futuro das chamadas Províncias Ultramarinas, como ele frisou por diversas vezes.
Mas a França, a Grã-Bretanha e a Bélgica ao cederem aos ventos independentistas das suas colónias estavam longe de revelarem preocupações com a identidade e emancipação dos povos africanos. Inteligentemente o colonialismo transformou-se em neo-colonialismo, ou seja, entregou a independência política mantendo o domínio económico dos novos países.
Herdando, os independentistas, uma população analfabeta, numa mistura de múltiplos povos e línguas e costumes diferentes, sem formação de quadros superiores e médios, fazendo ascender uma burguesia nacional corruptora e uma classe política corrupta e decrépita, o neo-colonialismo triunfa nos novos países, suas ex-colónias.
Kwame N´Krumah, um dos Pais da África moderna, independentista e revolucionário político ganês, cuja actuação ultrapassou as fronteiras do seu País e se situa à escala continental definiu, em 1965, no seu livro "Neocolonialism - the last stage of imperialism" o neo-colonalismo do seguinte modo: "Em lugar do colonialismo, como principal instrumento do capitalismo, temos hoje o Estado neo-colonial. A essência do neo-colonialismo é a de que Estado a que ele está sujeito é teoricamente independente e tem todos os adornos exteriores de soberania internacional. Mas, na realidade, o seu sistema económico e, portanto, o seu sistema político são dirigidos do exterior".
Assim, vamos encontrar formas de neo-colonialismo em África como, a título exemplificativo, na exportação de capitais, nos programas de auxílio e desenvolvimento, na instalação de bases militares, na provocação de guerras tribais e na ascenção ao poder de políticos corruptos. Será a razão da existência dos Idi Amin; Bokassa; Odjkwkw, Macias, Mobutu, Tchombé e tantos outros. Será toda uma legião de ditadores corruptos e cruéis, autênticas marionetas nas mãos dos agentes económicos dos países desenvolvidos que, a fim de manterem os seus interesses intactos, chegam a inspirar guerras civis e secessões em vários pontos de África (Katanga, no Congo e Biafra, na Nigéria, por exemplo).
Mas, enquanto todas estas convulsões se processavam nalgumas partes de África, a sua zona meridional parecia um oásis de paz, sob domínio branco. Assim, no decorrer da década de 60 vamos encontrar: uma África do Sul com um regime de apartheid; uma Rodésia a declarar, unilateralmente, a sua independência em 1965 e a instalar também o apartheid; Angola e Moçambique sob domínio português e com o estatuto de Províncias Ultramarinas. O Botswana e o Lesoto atingem as suas independências em 1966 e a Suazilândia dois anos depois mas estes países, fruto da sua localização geográfica ou pequena extensão territorial e rodeados pelos restantes territórios em mãos de poder branco, são economicamente dependentes dos restantes territórios que os circundam. A Namíbia era um território sob administração sul-africana, tendo sido o último território da África Austral a declarar a sua independência (1990).
Ou seja, a África Austral era composta por territórios governados, directa ou indirectamente, pelos interesses económicos europeus, no início dos anos 60 e o navio chamado Moçambique navegava, aparentemente calmo, integrado na armada colonial portuguesa, nos mares meridionais. O que distinguia Angola e Moçambique dos restantes territórios da África meridional é que nem eram independentes nem sequer o Governo de Portugal admitia essa hipótese.
Portugal era regido por uma ditadura que, em relação à política africana, levou o seu Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar, a emergir de duas correntes aparentemente opostas e que se digladiavam no seio da União Nacional (a única associação política autorizada): os integralistas e os federalistas.
A corrente federalista teve um dos seus mentores iniciais em Marcelo Caetano - que vem a suceder a Oliveira Salazar - que advogava reformas nas "Províncias Ultramarinas" (nome eufemístico que ele atribuiu às colónias para tornear um obstáculo jurídico na ONU) e os integralistas contrariavam tais reformas, por temerem que as mesmas acabassem por levar à emancipação dos povos africanos e, assim, surgissem os tais "novos Brasis".
Oliveira Salazar, simpatizante da fórmula integralista, optou por atrofiar a lenta evolução colonial e, ironia da História, Marcelo Caetano, que lhe sucede na cadeira do poder, acabará por ceder à pressão dos conservadores e virá a abandonar as ideias reformistas, optando por um posicionamento híbrido. As poucas reformas que fez já vieram tarde, não passando de simples maquilhagem política.
De qualquer modo, ao atrofiar a lenta evolução das gentes africanas e recusando a visão pragmática doutros países sobre a evolução do colonialismo para o neo-colonialismo, Oliveira Salazar fechou as portas a uma via independentista sem derramamento de sangue. Tolhido pelas malhas que o império teceu, Marcelo Caetano, seguidor da política salazarista, não teve coragem para inverter a situação deixando levar a guerra nacionalista até ao fim, o que acabou por se saldar num cansaço militar, uma das principais sementes do 25 de Abril de 1974.
A semente nacionalista já tinha, no entanto, chegado a Moçambique, trazida pelos ventos revolucionários do Norte. Apesar do regime assentar num sistema monopartidário, com a censura a amordaçar uma imprensa castrada, uma polícia política mais ou menos eficiente e um aparelho militar obediente, os governantes esqueceram-se que a tradição oral em África é premente e permanente e, assim, as notícias das independências noutros países e o eclodir da guerra em Angola chegam a Moçambique.
Pode-se considerar que o rastilho que acelerou o eclodir da guerra, em Moçambique, terá sido o massacre de Mueda, ocorrido a 16 de Junho de 1960 quando, numa manifestação de populares descontentes, forças policiais e militares portuguesas abriram fogo contra uma multidão desarmada. A 25 de Junho de 1962 é fundada a FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, resultante da unificação de três pequenos partidos que eram a UDENAMO - União Democrática Nacional de Moçambique; a UNAMI - União Nacional para Moçambique Independente e a MANU - Mozambique Africa National Union e, dois anos depois, a 25 de Setembro de 1964, desencadeia-se a guerra em Moçambique, com o objectivo primordial de se atingir a independência do território.
Sediada em Dar-es-Salam, capital da Tanzânia, a FRELIMO liderada por Eduardo Chivambo Mondlane, esgotadas as tentativas de diálogo com o Governo Português, opta pelo desencadear da luta armada, não contra o povo português mas sim contra o regime que também o oprimia, conforme ficou frisado no seu Primeiro Congresso, que se realizou entre 25 e 28 de Setembro de 1962.
Assim, em 25 de Setembro de 1964, na cidade de Dar-es-Salam e num discurso aos moçambicanos via rádio, Eduardo Mondlane dirá: "Em vosso nome a FRELIMO proclama hoje, solenemente, a insurreição geral armada do povo moçambicano, contra o colonialismo português, para a conquista da independência total de Moçambique. O nosso combate não cessará senão com a liquidação total e completa do colonialismo português".
Por volta das 19H00 desse mesmo dia, uma secção de guerrilheiros da FRELIMO, comandada opor Alberto Chipande, ataca o posto do Chai, em Cabo Delgado. Começava o canto do cisne da soberania portuguesa nas terras moçambicanas, canto esse que dolorosamente se iria prolongar por uma década.
(Continua)
Uma personalidade para a eternidade
Albert Schweitzer - (Kaysersberg, 14/01/1874 - Lambarané, 04/09/1965) - Médico, teólogo evangélico, filósofo e músico. Nascido na Alsácia, sendo este território na altura pertença da Alemanha, formou-se em Teologia e Filosofia pela Universidade de Estrasburgo, acabando por integrar o corpo docente deste pólo de ensino superior em 1901. Quatro anos mais tarde inicia-se no curso de Medicina, doutorando-se em 17 de Dezembro de 1911. Sente o chamamento por causas humanitárias e, já casado, abandona o conforto e a segurança europeia e, acompanhado pela sua esposa, Helena Bresselau e que era enfermeira, parte para o Gabão (Fevereiro de 1913), então colónia integrada na África Equatorial Francesa, onde vai missionar e exercer medicina numa missão localizada na Estação de Lambarané, junto ao rio Ogoué, em resposta a um desafio feito por Alfred Boegner, então Presidente da Sociedade Missionária de Paris. Começa por dar consultas num galinheiro abandonado, sem intérprete e com o material clínico ainda por chegar da Europa, via marítima. Mas não desanima e, lentamente, começa a construir um pequeno hospital, junto ao rio, o que facilitava a chegada de doentes em canoas. Para além das consultas também opera e, para os gentios, faz milagres pois mata o doente, opera e depois ressuscita-o. A morte assim referida era a anestesia. Ganha respeito e admiração pois, aos próprios feiticeiros das tribos tratava-os como colegas e nunca os humilhava. Sabendo que os feiticeiros tinham bastante influência no seio das populações era um meio de os cativar e, assim, trazerem-lhe doentes que, doutro modo, nunca lhe levariam ao hospital. Acaba, fruto deste trabalho paciente, por ser cognominado de "Oganga" ("o mago dos feitiços").
Com o eclodir da I Guerra Mundial, onde França e Alemanha conflituaram, o casal alemão acaba preso pelas autoridades coloniais francesas (1917) e remetido para França, ficando confinados num campo de prisioneiros até ao findar da guerra, aproveitando este tempo morto para escrever um ensaio filosófico sobre o conflito das civilizações. Terminada a guerra, efectua um périplo europeu, durante os sete anos seguintes, onde realiza concertos musicais e conferências filosóficas e religiosas, com o fito de recolher fundos para a missão gabonesa de Lambarané, a sua grande paixão, para onde retorna em 1924. Conseguindo levar consigo pessoal médico e de enfermagem, lentamente vai erguendo um hospital maior onde atende, gratuitamente, toda a população que ali se desloca. Continua a escrever e a publicar livros, cujos direitos autorais lhe permitem sustentar e continuar a ampliar um novo hospital, que inaugura em 27 de Janeiro de 1927.
Vem à Europa em 1929, 1933 e 1935 a fim de se recuperar das doenças que o afectam, face à dureza do clima tropical e também para colectar dinheiro, quer em conferências quer em recitais de música, sendo reputado como um organista exímio e virtuoso intérprete das obras de Bach. Em 1949 vai aos Estados Unidos e três anos mais tarde atinge o seu zénite mundial ao ser laureado com o Prémio Nobel da Paz. Com o dinheiro deste prémio inicia a construção dum hospital específico para leprosos, também em Lambarané. Já com uma idade longeva, aos 90 anos parte, da sua amada Lambarané para a "Grande Grande Viagem", deixando um abundante legado, quer de actividade humanitária quer de actividade literária e musical.
Albert Schweitzer foi daqueles homens que nos fazem acreditar no Homem. A sua vida foi um constante batalhar em prol dos mais necessitados, dos mais esquecidos, dos mais violados. E também foi um exemplo do anti-ódio. Tendo a sua mãe, Adele, falecido debaixo duma carga da cavalaria francesa e, tendo ele próprio, sido prisioneiro de guerra dos franceses, apesar de ser um homem de paz, nunca nos seus escritos ou discursos levantou-se contra os seus carcereiros. À África, que adoptou como sua segunda Pátria, a ela tudo deu e nada lhe pediu em troca. Tudo o que ganhou, quer como conferencista, organista, escritor ou nobelizado, investiu em Lambarané, nada amealhando para si. Naqueles negros idos tempos de escravidão em que brilhava a escuridão do obscurantismo ele foi um gigante da preserverança e do humanismo. Foi um Homem que, podendo ter tido a Europa a seus pés, preferiu pôr-se aos pés de África.
Na realidade, repito, Albert Schweitzer foi daqueles homens que ainda nos fazem acreditar no Homem.
Leituras
I - Relativamente ao explorador Wilfred Thesiger (acima referido) logrei encontrar um dos seus livros traduzidos para português, titulado "Pelos desertos da Arábia" (Publicações Europa-América; Mem Martins; 2001; 354 págs.). Trata-se do relato das suas aventuras ocorridas no quinquénio 1945/1950, quando deambulou pelos desertos arábicos, ainda a febre do petróleo não tinha poluído a lenta e calma vida comunitária bedu (beduína). Considerado, por muitos críticos, um dos melhores livros de todos os tempos que já foram escritos sobre viagens em desertos; trata-se dum livro memorialista dum tempo que passou à História e, como o Autor refere, uma homenagem a um povo que era herdeiro "directo de uma civilização verdadeiramente antiga que, na sua organização social, encontraram a liberdade pessoal e a autodisciplina pelas quais ansiavam".
II - Aproveitando o debate que se irá promover na Academia Portuguesa de História (referido em Vai Acontecer) sobre Cristóvão Colombo e a polémica sobre a sua nacionalidade e a quem é que ele realmente serviu (se aos portugueses ou aos espanhóis) vou reler "O Codex 632" de José Rodrigues dos Santos (Gradiva, Lisboa, 2005; 550 págs.), romance este que gostei imenso quando o li. Aliás, diga-se de passagem que gosto de ler José Rodrigues dos Santos, do qual tenho adquirido a obra literária do mesmo.
Apesar de Cristóvão Colombo e a sua história não serem assuntos que me prendam de sobremaneira o meu interesse, a leitura do "Codex 632" aguçou a minha curiosidade, face à documentação e factos históricos que o Autor apresenta no romance e que se assentam na verdade, pelo que aproveito para o reler agora e, depois, assistir a este debate na Academia Portuguesa de História.
II - Aproveitando o debate que se irá promover na Academia Portuguesa de História (referido em Vai Acontecer) sobre Cristóvão Colombo e a polémica sobre a sua nacionalidade e a quem é que ele realmente serviu (se aos portugueses ou aos espanhóis) vou reler "O Codex 632" de José Rodrigues dos Santos (Gradiva, Lisboa, 2005; 550 págs.), romance este que gostei imenso quando o li. Aliás, diga-se de passagem que gosto de ler José Rodrigues dos Santos, do qual tenho adquirido a obra literária do mesmo.
Apesar de Cristóvão Colombo e a sua história não serem assuntos que me prendam de sobremaneira o meu interesse, a leitura do "Codex 632" aguçou a minha curiosidade, face à documentação e factos históricos que o Autor apresenta no romance e que se assentam na verdade, pelo que aproveito para o reler agora e, depois, assistir a este debate na Academia Portuguesa de História.
As vozes da minha vida
Lembro-me de, adolescente e já com uns pelitos de barba a quererem despontar (há que séculos, meu Deus) estar, armado em adulto, a tomar uma bebida num bar frequentado por jovens e, no dito bar, haver uma aparelhagem que tocava discos. A certa altura começou a sair pelos altifalantes uma voz pura e cristalina que, logo nos primeiros acordes que ouvi, parei o que estava a fazer e centrei toda a minha atenção auricular naquela música. Pela primeira vez da minha vida estava a ouvir Joan Baez. E, pela primeira vez da minha vida, apaixonei-me por uma voz. Apenas por ouvir uma voz, apaixonei-me. Lembro-me de ter perguntado a quem estava comigo qual era o nome da cantora. Nesse dia, depois do jantar, fui à baixa laurentina e tomar um café no "Música-Bar" (já não existe) com auscultadores nos ouvidos e, depois de ter pago, se não me falha a memória, 2$50 (1,25 cêntimos), ouvir integralmente um "long-play" (LP) desta cantora. Era, salvo erro, o "Farewell Angelina". E daí até comprar um LP dela foi um contar tostões a poupar no tabaco; a ir a pé para o liceu, ficando com o dinheiro do bilhete do machimbombo e a prescindir de comprar "nogat´s" aos mufanas vendedores ambulantes que, com o tabuleiro das doçarias pendurado no ventre, circundavam a escola.
Joan Baez nasceu a 09/01/1941 em Nova York e, felizmente, ainda é viva. Ainda jovem participa no Festival de Newport (1959). Cruza-se com o grande amor da sua vida, Bob Dylan, a quem lhe dará também a mão para o lançar no estrelato mundial. Entre 1963 e 1965 esta dupla fará concertos memoráveis. Politicamente activa, Joan Baez envolve-se em lutas contra a participação dos EUA na guerra do Vietnam e contra o racismo, entre outras causas nobres. Actua no lendário festival de Woodstock (1968). A sua voz pura e cristalina e a sua guitarra acústica marcaram o compasso da música folk. Compositora de melodias simples; uma fiel e generosa militante de todas as causas humanitárias, que a transformaram numa sacerdotisa que se pautou sempre pela coerência; percorrendo toda a sua vida com discrição e sem escândalos, Joan Baez é titular duma extensa discografia (32 álbuns e 15 compilações), do qual tenho alguns cd´s.
E, decorridos uns 40 anos em que ouvi pela primeira voz o trinar da sua voz, ainda me mantenho apaixonado por ela. Faz parte do meu harém musical.
Navegar, navegar
A) - http://www.flickr.com/photos/victor107/sets. Um notável conjunto de centenas de fotos de Portugal, por concelhos. Felizmente ainda há quem ame o nosso País.
B) - http://www.europeana.eu/portal. Portal que nos dá acesso à biblioteca multimédia online europeia. Livros, mapas, fotografias, documentos de arquivo, pinturas, filmes, tudo ao alcance dum clique. Aos milhares. Vale a pena navegar por aqui.
Imbecilidades
Parte I - A escritora Romana Petri encontra-se de passagem por Lisboa, cidade onde decorre o seu último romance "Esteja eu onde estiver". Num comentário efectuado à Visão refere que lamenta que o Facebook esteja aberto a todo o tipo de comentários, exemplificando o de um professor que, em Itália, escreveu que se deviam matar os judeus, incendiar a sinagoga de Roma e que os negros eram todos traficantes de droga. Opina a dita escritora Romana Petri que, para evitar estes atentados, devia de existir um mecanismo no Facebook que impedisse a divulgação de tais obscenidades. Tudo isto li na Visão nº 984, na secção "Radar Flashback, pág. 16, onde a dita senhora comenta três boas e outras três más notícias, segundo a sua opinião.
Mas pergunto eu: censurar o Facebook? Uma escritora defender a censura, mesmo que esteja carregada de boas intenções? E já agora vamos censurar os blogues? E o Twitter? E tudo o mais que contenha a palavra escrita? Podia-se começar a censurar os livros dela, por exemplo. De certeza que algures no mundo, há-de haver alguém que não concorde com algo que ela tenha escrito.
Nas estradas da liberdade podemos, quando muito (e não sei como), limitar a velocidade de circulação nas mesmas, mas jamais impedir que, seja quem for, circule nelas. Até porque isso seria espantar os inimigos que queremos conhecer para melhor os combater. Tudo o mais que tentemos fazer, mesmo em nome de boas intenções (das quais está o Inferno cheio), é pura imbecilidade. Aliás, relembro o filósofo Karl Popper (1902/1994) que disse: "A tentativa de construir o céu na terra produziu sempre o inferno" .
Parte II - O número de petições a correrem na "rede" a convidar os consumidores a boicotarem os produtos vendido da cadeia "Pingo Doce" é duma imbecilidade gritante. Não só na "rede" como também em vozes de quadrantes políticos. E vamos comprar onde? Nas cadeias de hipermercados da concorrência, certo? E onde é que estas outras cadeias de hipermercados têm as suas sedes de comando e centros de decisões? Em Portugal é que não. Vamos lá a deixarmo-nos de patriotismos bacocos. Já temos imbecis que cheguem neste País, não são necessários mais candidatos.
Parte II - O número de petições a correrem na "rede" a convidar os consumidores a boicotarem os produtos vendido da cadeia "Pingo Doce" é duma imbecilidade gritante. Não só na "rede" como também em vozes de quadrantes políticos. E vamos comprar onde? Nas cadeias de hipermercados da concorrência, certo? E onde é que estas outras cadeias de hipermercados têm as suas sedes de comando e centros de decisões? Em Portugal é que não. Vamos lá a deixarmo-nos de patriotismos bacocos. Já temos imbecis que cheguem neste País, não são necessários mais candidatos.
Vai acontecer
Lançamento do livro "Enquanto se esperam as naus do Reino" de João Aranha Meneses, com apresentação de Ana Vieira Castro. Na Livraria-Galeria Municipal Verney (Rua Cândido dos Reis, 90) em Oeiras (centro histórico). No próximo dia 17 de Janeiro, pelas 15H00.
Lançamento do livro "Lourenço Marques - acerto de contas com o passado 1951/1965" de Nuno Roque Silveira. Editado pela Colibri, será apresentado por Abdool Karim Vakil e Maria Graça Patrício. Com intervenção do grupo de jograis "U....Tópico" haverá lugar, também, a um Porto de Honra. No Café Império (Avª Almirante Reis, 205) em Lisboa. No próximo dia 17 de Janeiro, pelas 18H00.
Debate promovido pela Associação Cristóvão Colon, subordinado ao tema "Colombo ou Colon? Factos, circunstâncias e conjunturas". A sessão será presididida por Manuela Mendonça, Presidente da Academia Portuguesa de História e terá, como oradores, Carlos Calado; João Brandão Ferreira e Carlos Neves. Baseado na temática sobre a eventual "falsidade do Colombo genovês e a mais que provável portugalidade do Grande Almirante" (conforme se lê no convite). Na Academia Portuguesa de História (Palácio dos Lilases, Alameda das Linhas de Torres - 198/200) em Lisboa. No próximo dia 18 de Janeiro, pelas 15H00.
Partiram
José Cândido - Artista plástico.
Pedro Osório - Pianista e compositor musical.
Malam Bacai Sanhá - Presidente da Guiné-Bissau.
Eve Arnold - Fotógrafa norte-americana.
Memória da semana
12/01/1923 - Sai a público o primeiro número da revista norte-americana "Time".
12/01/1946 - É criado o Conselho de Segurança da ONU.
12/01/1960 - Falecimento, em Londres, de Ágata Christie, a mais famosa escritora de romances policiais do mundo.
12/01/1998 - Assinado, por 19 países, o protocolo do Conselho da Europa, que proíbe a clonagem de seres humanos.
13/01/1759 - A culminar o "processo dos Távoras", toda a família Távora é condenada e alguns deles mortos em Belém (Lisboa), bem como o Duque de Aveiro, por ordem judicial mas com influência directa do Marquês de Pombal. As múltiplas execuções sucederam-se durante todo o dia. No local onde os factos ocorreram existe um pequeno monumento de pedra a lembrar tal facto, no Páteo do Chão Salgado. O nome deste páteo ficou a dever-se ao facto do Marquês de Pombal ter mandado salgar o chão onde ocorreram os suplícios, para que do sangue ali derramado não nascesse mais nenhum membro daquelas famílias. Os Távoras e o Duque de Aveiro tinham sido acusados de atentarem contra a vida do Rei D.José I.
14/01/1875 - Nasce, em Kaysersberg, Albert Schweitzer.
Foi dito
"O mundo tornou-se perigoso porque os homens aprenderam a dominar a Natureza, antes de se dominarem a si mesmos". - Albert Schweitzer (Fonte: pensamentos.com.sapo.pt)
Foi escrito
"... Até o homicida em massa Anders Breivik era maçon, o que estragou a digestão a muitas famílias. Como é que este alucinado pôde conspirar em segredo, anos a fio, acolhido na respeitável Loja Joanina de St. Olau, tendo beneficiado de padrinhos tão importantes e sido admitido com base no seu bom carácter e posição social? ..." - excerto dum artigo de Nuno Rogeiro, titulado "Maçons em massa", na sua habitual coluna semanal "Relatório Minoritário". (Sábado nº 402, págs. 44/45).
Foi humorizado
"O meu sonho era ser um cavaleiro da Távora Redonda" - Marquês de Pombal (Fonte:Morrer a rir - epitáfios apócrifos/ Hilário Antas / Ulmeiro)
"O biquini é como o arame farpado. Protege a propriedade sem restringir a vista" - Anónimo.
"Não bebas enquanto conduzes... porque podes entornar a cerveja" - Anónimo.
Nota: Todas as referências a instituições, marcas, firmas, livros, discos, filmes, ou quaisquer outras são incompatíveis com intuitos publicitários. A sua menção reflecte, tão-somente, a minha opinião.
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