Nova Guiné - Leio, na imprensa, que na Papua Nova Guiné, uma mulher de 20 anos, identificada como Kepari Leniata, foi acusada por populares da prática de feitiçaria, prática essa que teria levado à morte uma criança. Como forma punitiva, esses mesmos populares acabaram por torturar a mulher em causa após o que, estando a mesma ainda viva, a regaram com gasolina à qual atearam fogo, acabando a mesma por sucumbir. Esta situação foi desenrolada perante uma multidão onde se encontravam crianças a assistirem. (DN/Globo, 07/02)
Há uns tempos atrás, ao assistir a um dos programas do "Eixo do Mal", quando os comentadores debatiam o caso do "Zico" (o cão que matou a criança em Beja) Daniel Oliveira, um dos referidos comentadores ,afirmava: "A vida do ser humano mais asqueroso vale mais do que a vida do animal doméstico que mais gostamos. Sempre."
Não sei porquê, quando li a notícia do modo como Kepari Leniata morreu, com os seus assassinos a assistirem satisfeitos por terem feito "justiça popular" e com a presença de crianças, lembrei-me como seria a reação de Daniel Oliveira se ele lá tivesse estado presente. Não que ele aprovasse tal tipo de justiça, mas uma coisa é falarmos de barriga burguesmente cheia e outra é estarmos perante determinadas situações fracturantes.
É que, sem sombra de dúvidas, há animais irracionais que valem mais que certos bípedes.
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União Indiana - Numa outra notícia sou informado que na Índia, no Estado de Bengala Ocidental, cerca de uma centena de mulheres pobres, que tinham sido sujeitas à operação de esterilização, após as cirurgias foram abandonadas num terrenos ao ar livre, para recuperarem, pois o hospital não tinha camas nem espaço para mantê-las até à sua recuperação. (DN/Globo, 07/02)
Bem, estamos a falar dum País que tem, no seu arsenal militar, a bomba atómica. Com todos os custos astronómicos que isso acarreta. Se eu fosse o Daniel Oliveira diria: "A dignidade do ser humano mais pobre vale mais que a bomba atómica que eu armazeno num silo." Mas eu não sou o Daniel Oliveira.
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