VIAJANTES, AVENTUREIROS E
EXPLORADORES
Martha Gelhorn – (Saint Louis – Missouri (EUA), 08/11/1908 – Londres,
15/02/1998). Uma Mulher excepcional que atravessou o século XX no
pleno e em pleno. Romancista, escritora de viagens e jornalista, profissão esta
que a levou a cobrir, praticamente, todos os grandes conflitos mundiais do
século passado, no que a tornou numa das maiores correspondentes de guerra do
século passado.
Aos 19 anos abandona, em Filadélfia, o
curso universitário e começa a escrever artigos para o “The New Repubic”. Três
anos mais tarde (1930) aterra em Paris com 75 dólares no bolso e uma vontade
férrea de vencer como correspondente estrangeira. Acaba a trabalhar na agência
noticiosa UPI e sobrevive dos magros recursos que lhe pagam pelos seus textos.
Descendente de judeus vê, com estupefacção, a ascensão do nazismo e do seu
mentor – Adolfo Hitler – na Alemanha e a passividade dos líderes europeus em
lidarem com tal perigo.
Após quatro anos parisienses regressa
aos EUA, para trabalhar na Federal Emergency Relief Administration, como
investigadora, efectuando trabalhos sobre os impactos da Grande Depressão
Americana no seio das populações. Os seus relatórios transpõem-na para a
notoriedade, advindo daí a sua amizade com a todo poderosa Eleanor Roosevelt, a
mulher do Presidente. Destes trabalhos acabará por publicar “The trouble I´ve seen”, onde aborda a Grande Depressão Americana.
Em finais de 1936, na Florida,
cruzar-se-á com Ernest Hemingway, com quem virá a relacionar-se mais
intimamente e a casar-se (1940). O casal separar-se-á em 1945 e, para Martha
Gellhorn, o escritor nobelizado terá sido, dos diversos que teve, o grande amor
da sua vida.
Martha Gellhorn e Ernest
Hemingway, na China, em 1941
Em 1937 está de regresso à Europa e, daí
em diante, só findará a sua actividade profissional em 1990, quando a saúde já
não lhe permite laborar mais. Da guerra civil de Espanha à invasão do Panamá,
serão sessenta anos intensos pelo Mundo inteiro a cobrir conflitos, onde as
trincheiras ensanguentadas, os cadáveres empilhados, o troar dos canhões, o caminhar
até à exaustão, farão parte do seu dia a dia.
Será o conflito espanhol, para onde se
desloca ao serviço da revista “Collier´s Weekly”, a catapultar Martha Gellhorn
para o estrelato mundial, quer como repórter de guerra ao publicar “O terceiro Inverno”
(1938). A queda da República Espanhola e a vitória do franquismo leva-la-á a
que escreva: “… sigo a guerra onde quer que a consiga atingir.”
Desiludida sobre o facto da escrita ajudar
a mudar o Mundo para melhor, dirá: “… se
tivermos em conta todo o bem que os nossos artigos provocaram, eles terão sido
escritos com tinta invisível, impressos em folhas de árvores e perdidos no
vento…”
Cobrirá a invasão soviética à Finlândia,
percorrerá a Segunda Guerra Mundial onde assistirá, na Checoslováquia, à invasão
alemã, integra o desembarque aliado do famoso Dia D e acompanhará o avanço das
forças americanas, só parando em Dachau perante os horrores daquele campo de
concentração.
Percorre as Sete Partidas do Mundo e a
luta pela independência indonésia, a guerra civil na China, a dos Seis Dias no
Médio Oriente e o Vietnam foram dos diversos conflitos que palmilhou no
terreno. Por motivos de saúde terminou a sua actividade aquando da invasão do
Panamá por forças norte-americanas (1990).
“Cidadã do Mundo”, esta
inolvidável mulher, após sessenta anos de combate com a caneta, deixou-nos um
espólio escrito da sua autoria de cerca duma vintena de livros, onde se
englobam, as crónicas bélicas, romances, novelas e uma peça de teatro.
Aos noventa anos, com o cancro avançando
no seu corpo e praticamente cega, não permitiu que este o vencesse. Com uma
overdose de medicamentos voluntariou-se para o Além e com ela o Mundo perdia,
de vez, a que é considerada um dos ícones mundiais do jornalismo de combate.
Não posso deixar de transcrever uma
citação sua: “Escrevi ficção porque
adoro. E jornalismo por causa da curiosidade que só termina com a morte. Embora
eu há muito tenha perdido a fé inocente de que o jornalismo é uma luz
orientadora, ainda acredito que ela é melhor que a escuridão total”.
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HISTORIANDO MOÇAMBIQUE COLONIAL
Neutel
de Abreu – (Figueiró dos Vinhos, 03/12/1871 – Figueiró dos Vinhos,
08/12/1945 - Neutel Martins Simões Abreu) - Oficial de Infantaria do Exército
Português (Major).
Referenciado pelos nativos do norte de Moçambique como “Mahon”, aos dezassete anos entrou
como, voluntário no Exército. Em 1890 segue para Macau sendo posteriormente
colocado em Angola (Moçâmedes), onde se envolve em campanhas militares, após o
que regressa à metrópole. Aos vinte e cinco anos de idade e com a patente de
Sargento é colocado em São Tomé e Príncipe e, de seguida volta a Angola onde,
por motivo de doença (biliosa*) é obrigado a regressar, de novo, à metrópole.
Em 1898 é colocado em Moçambique mas, vitimado de novo por uma biliosa retorna,
mais uma vez, à metrópole e, no ano seguinte, já restabelecido, volta àquele
território, onde acabou por residir os trinta anos seguintes. Em 20 de Julho de
1900 encontra-se como Comandante do Posto Militar do Mogincual e com um raio de
acção limitado à área do forte, pois aí acabava a soberania portuguesa já que,
mal se transpusesse os portões do mesmo, choviam as flechas e os tiros dos
nativos rebeldes. Disposto a acabar com este estado de coisas e imbuído no
espírito de Mouzinho de Albuquerque*, que sempre admirou, lança-se a fustigar
os rebeldes, acabando por dominar toda a região e desimpedindo as parcas vias
de circulação, nos três anos seguintes. Em 1901, atinge o patamar do
oficialato, como Alferes. Envolveu-se nas operações de restabelecimento da
soberania portuguesa na zona de Angoche, em 1903, combatendo as forças de
Farelay**. No ano seguinte é promovido a Tenente e, já nesta altura, Neutel de
Abreu tinha sido diversas vezes louvado e condecorado, sendo-lhe reconhecido
sempre actos de bravura. Continua a sua actividade militar integrando as
colunas que derrotam o Xeque Mamude Amade (Régulo* de Matibane e Quitangonha)
e, posteriormente, o Régulo Napipi, na zona de Quinga, em 1904. Conhecedor dos
costumes africanos, apesar da sua postura de militar e colonial fez, em Janeiro
de 1907, um pacto de sangue com Mucapera, Régulo de Corrane, facto inédito nos anais
da história militar portuguesa, em solo moçambicano, o que lhe permitiu
arregimentar, sempre que precisava, centenas de homens do regulado, para as
várias funções secundárias que as suas campanhas militares careciam, tais como
carregadores*, combatentes de segunda linha e pisteiros. Sobre este pacto
escreveu Neutel de Abreu: “ Este acto
parecerá à primeira vista fantochada, sobretudo para aqueles que não conhecem
os usos e costumes dos indígenas. O que é certo é que este acto deu
maravilhosos resultados no decorrer da ocupação do Distrito, quer poupando
muitos contos de réis ao Estado, quer poupando vidas de soldados porque,
considerando-me o régulo seu irmão mais velho depois da nossa aliança, nunca
mais se recusou a fornecer os homens armados que eu lhe pedia, não só centos
deles mas até milhares. Estes homens fornecidos pelo régulo Mucapera prestaram
sempre relevantes serviços em todas as campanhas em que tomaram parte, quase
todas as do Distrito e até contra os alemães do Niassa.” É nomeado Capitão-Mor* da Macuana
(1909), sedeado no Itoculo, depois de ter soberanizado Nampula (1907) e
penetrado, em viagem de reconhecimento, até ao Alto Ligonha, no Distrito de
Quelimane para além de ter subjugado os regulados de Ribaué (30 de Abril de
1908) e Murrupula (1909), o que permitiu uma melhor interligação e conhecimento
de vastas regiões ignoradas do sul e oeste do Distrito de Moçambique.
Em 1910,
integrado nas operações militares de pacificação do Sultanato de Angoche*,
trava vários combates contra as forças aliadas a Farelay** e Cobula**. Após a
campanha de Angoche, volta as suas atenções para oeste e, a partir de Ribaué,
estende a sua acção militar a Malema (1912) e Mutuáli (1913), entre outros
povoados, travando combates contra régulos insubmissos, para além de proceder à
abertura de estradas e montagens de postos telegráficos. Em 1916 serviu, como
Capitão, no decurso da Primeira Guerra Mundial** as forças do Coronel Sousa
Rosa** e, em 1917, trava vários combates contra forças rebeldes macondes,
nomeadamente em
Nacature. Com o findar desta guerra ganha as divisas de Major
(1918) e, dois anos depois, a Junta Geral de Saúde declara-o incapaz de
continuar serviço, passando à reforma nesse mesmo ano. Dedica-se à agricultura
e no exercício da sua actividade, como colono, promoveu a exploração de
palmares, no Mogincual. No entanto a sua actividade empresarial não foi tão
brilhante quanto a de militar. Falido e doente, é através de ajudas financeiras
de amigos que vem à metrópole, em 1930, acabando por não mais voltar a
Moçambique, apesar de ter sido convidado a acompanhar o Presidente da República
Óscar Carmona na viagem que este efectuou ao território, em 1939 e que teve de
recusar por motivos de saúde. Apresentando, ao longo da sua vida de militar e
colonial, um invejável palmarés de 13 louvores e 11 medalhas, entre as quais a
de Comendador da Ordem da Torre e Espada, recebe uma das últimas consagrações
públicas em 28 de Maio de 1943 na Praça do Império, em Lisboa, quando recebe a
sua última condecoração. Dois anos mais tarde, na sua terra natal entra, em
definitivo na História, o mítico “Mahon”,
por muitos considerado o grande conquistador do norte de Moçambique.
Macondes
– Povo profundamente estudado pela equipa de Jorge Dias**, presume-se
que a sua origem tenha sido do sul do lago Niassa. Apresentam traços culturais
com os povos do sul do Zaire e com os Chewas, que habitam as margens do lago
Niassa e a sua tradição oral relata que a sua origem vem desse lago, pelo que
se podem entroncar nos povos maraves*. Em data incerta emigraram pelo rio
Lugenda até à confluência com o rio Rovuma, tendo-se fixado na área de Negomano
encontrando, segundo as suas tradições, o planalto desabitado. Em princípios do
século XVIII estendiam a sua acção até ao litoral norte e, aguerridos, atacavam
navios portugueses. Caçavam elefantes, organizando-se colectivamente, até que a
actividade negreira os fez alterar os seus hábitos vagabundos de caça grossa.
Tornando-se etnocêntricos, como forma de defesa de incursões externas, os
macondes isolaram-se no seu planalto, uma magnífica defesa natural que muito
ajudou à sua preservação. Para além da densa vegetação que cercava as suas aldeias,
ainda erguiam paliçadas defensivas, sendo também conhecidos as covas que
rodeavam as mesmas com estacas pontiagudas no seu interior, onde caíam os seus
eventuais inimigos. Os angunes* e os macuas* nunca conseguiram invadi-los,
tendo-se criado a fama de serem um povo invencível. Até ao dealbar do século XX
os macondes mantiveram-se fechados às influências externas, criando uma homogeneidade
cultural muito característica.
Metrópole – Nome do
espaço continental europeu de Portugal.
Mucapera
– (? - Corrane, 30/04/1932) – Régulo* macua* da região de Corrane.
Entrou na história da colonização de Moçambique ao ter efectuado uma cerimónia
pública de cruzamento de sangue com Neutel de Abreu, em Janeiro de 1907, no seu
regulado, caso raro, senão único mesmo, nos anais da historiografia militar e
colonial moçambicana.
Aliado fiel e incondicional dos portugueses, colocou as
suas terras e os seus homens ao serviço “do meu irmão” como ele
próprio frisava referindo-se a Neutel de Abreu, tendo combatido com denodo quem
se opusesse a este, a quem fornecia guerreiros, carregadores*, pisteiros, e
informações de movimentos de tribos inimigas. A administração portuguesa
retribuiu-lhe esta fidelidade à Bandeira, até ao fim dos seus dias, ocorrida a
30 de Abril de 1932, cumulando-o de benesses e honras, contando-se, entre elas,
a construção de uma casa de alvenaria e atribuição de uma pensão vitalícia de
nove escudos, à época.
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* - Já aberta ficha
** - A abrir ficha posteriormente
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LEITURAS EM PROSA
Título: A face da guerra
Autora: Martha Gellhorn
Editora: Dom Quixote
Ano: 2007 Págs.:
461 Género: Reportagem de guerra
Martha Gelhorn tem para cima duma
vintena de livros publicados. No entanto, em língua portuguesa, apenas
localizei a obra acima referida, que reputo de preciosa e que foi lançada, na
versão original, em 1959 com o título “The face of war” mas que, no correr dos
tempos e com a sua presença noutros conflitos que cobriu, a Autora “engordou” o
livro, incorporando-lhe novas guerras, excluindo reportagens das primeiras
guerras para dar ao mesmo um tamanho razoável, como a própria refere numa nota
introdutória.
É assim que, na presente edição, podemos
ler vários dos seus artigos sobre conflitos travados na Espanha, Finlândia,
China, Segunda Guerra Mundial, Indonésia, Vietnam, Médio Oriente (Guerra dos
Seis Dias) e América Central (Panamá) conflitos estes que mediaram entre 1937 e
1990 e que a Autora testemunhou, viveu e sentiu em directo e na primeira linha.
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FILME
Título: Hemingway & Gellhorn
Produtor: HBO Realizador: Phillip
KaufmanActores principais: Clive Owen (como Ernest Hemingway) e Nicole Kidman (no papel de Marha Gellhorn)
Outro actores: David Strathaim, Rodrigo Santoro.
Ano: 2012 Género: Documento social Duração: 154 minutos País: EUA
Entre 1936 e 1945 Ernest Hemingway e
Martha Gellhrn mantiveram um relacionamento amoroso que culminou em cinco anos
de casados até que se divorciaram. O presente filme é uma reconstituição
histórica dessa época e do relacionamento do casal, bem como das suas viagens
de trabalho onde cobriram em conjunto ou em separado alguns conflitos (Guerra
Civil de Espanha, Guerra da Finlândia, Guerra Civil Chinesa e Segunda Guerra
Mundial).
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Título: A espada do Rei
Produtor: Realizador: Lek KitaparapornActores principais: Gary Strech, John Rhys-Davies, Yoe Hassadeevicht, Cindy Burbridge
Ano: 2005 Género: Aventura Duração: 83 minutos
Há uns tempos atrás a “zapingar”
diversos canais temáticos de cinema, logrei tropeçar neste filme que nada de
especial tem a não ser um pequeno pormenor que mo faz trazer aqui: é que pela
primeira vez vejo um filme estrangeiro onde o herói é… um português.
O tema passa-se em meados de 1500, no
apogeu da saga marítima lusitana e o filme gira em torno dum aventureiro
português (Fernando da Gama) que, vendido como escravo no Reino do Sião (actual
Tailândia) acaba liberto e o Rei daquele País acaba por o nomear seu guarda
pessoal, juntamente com um outro tailandês. O filme é muito ligeiro, igual a
tantos outros milhares que já foram feitos (estamos no “fast movie”) e trata-se
duma película de pancadaria e amores, sem nenhum interesse de especial.
Apenas o aponto aqui porque, repito, foi
a primeira vez que vi um filme em que a heróica personagem central é um
lusitano.
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FOTOGRAFIA
No dia 24 de Abril passado, em Daca,
capital do Bangladesh, ruiu um prédio onde funcionavam diversas fábricas de
têxteis, acabando por ceifar mais de um milhar de vidas humanas.
No decurso da remoção dos destroços e
tentativa de salvamento de vítimas, a fotógrafa Taslima Akter fotografou este
casal de trabalhadores que se abraçaram na hora da derrocada e ali faleceram.
Desconhecem-se os nomes destes dois
trabalhadores aqui fotografados (nem sabemos se se tinham alguma relação
familiar) mas a fotografia é espantosa. Independentemente do horror que ela nos
transmite. Ou talvez por isso mesmo.
Eu sugeria que esta fotografia deveria
(entre outras) figurar, em grande plano, nas fachadas das sedes das grandes
marcas de roupas. É que este casal, como representante duma certa camada
explorada, ganhavam 10 a 20 cêntimos por hora … para fabricarem tecidos para a
Mango (espanhola) ou Primark (britânica). Entre outras.
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PORQUE SÓ HÁ UM PLANETA
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ACONTECEU
Guiné-Bissau – Numa
operação ocorrida em alto-mar em princípios de Abril passado, elementos da DEA*
lograram prender e deportar para os EUA José Bubo Na Tchuto, o antigo Chefe do
Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau e veterano combatente pela independência
do País. Referenciado há muito pela aquela Agência estadunidense como um dos
principais promotores do narcotráfico guineense, os norte-americanos lançaram o
isco atraindo o militar a um iate onde, presumivelmente, iria encontrar-se e
negociar com dois traficantes sul-americanos, mas que mais não eram que dois
agentes da DEA. Juntamente com Na Tchuto também acabaram presos dois
colaboradores seus, Papis Diemé e Tchami Yalá (este sobrinho do ex-Presidente
Kumba Ialá).
Há muito tempo que a Guiné-Bissau é um
País adiado. Tornou-se apenas numa placa giratória da rota internacional da
droga do eixo América do Sul/Europa. Os seus militares (e também a generalidade
da classe política), constantemente envolvidos em golpes e conspirações, são
indignos de Amílcar Cabral e de todos os que, como ele, generosamente
combateram pela libertação do colonialismo. É inconcebível o estado de pobreza
a que atiraram o País deixando as populações à míngua e a viverem da caridade
internacional.
Genocidas do seu próprio povo, usando e
abusando das desculpas esfarrapadas do colonialismo e da má influência
cabo-verdiana, entre outras, têm a seu favor a cobardia política dos europeus
que vão-lhes aparando os golpes e a corrupção generalizada e cúmplice da maioria
dos membros da CEDEAO** onde, em diversos dos países integrantes, existe ou uma
forte instabilidade política e militar ou uma forte crise económica e social.
Valha-nos, ao menos, este tipo de
actuações (a prisão de Na Tchuto pelos norte-americanos) para ainda podermos
crer que nem tudo está perdido. Por isso não subscrevo as palavras do José
Ramos Horta (Alto Representante da ONU para a Guiné-Bissau) quando disse: “Estou triste por ver um veterano e combatente da luta
pela independência deste País acabar numa prisão norte-americana por tráfico de
droga.” Contrariamente a José Ramos Horta
(personalidade que eu respeito muito) eu estou muito satisfeito. Lembram-se do
General Manuel Noriega, Presidente do Panamá? Os norte-americanos foram lá,
invadindo o País e trouxeram-no (1990), acabando julgado e condenado como
narcotraficante.
Só lamento é não ver aquela corja corrupta
toda encafuada duma vez… e em prisão perpétua. Com o General António Indjai à
cabeça.
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* DEA – Sigla de Drug Enforcement Administration,
força policial norte-americana encarregue do combate ao tráfico de
estupefacientes, quer em território nacional quer no estrangeiro.
** CEDEAO – Sigla de Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental, que englobam o Benim, Burkina-Faso, Cabo
Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné Conakri, Guiné Bissau, Libéria,
Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
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China
– Kong Dongmei, neta de Mao Tse Tung, foi considerada uma das mulheres
mais ricas da China, estando colocada em 242º lugar no ranking dos milionários
chineses, segundo a revista “New Fortune”, editada naquele País, a qual lhe
atribui uma fortuna avaliada em 620 milhões de US dólares.
Nada mau para quem,
em 2001, abriu uma livraria em Pequim, onde se exaltava, patrioticamente, o fervor
revolucionário do maoísmo, assente nas bases sólidas dum proletariado rural.
Isto para além de estar acusada de ter violado a “lei do filho único”, ao ter
dado à luz três descendentes.
Já agora é interessante uma afirmação
dum outro neto do Pai fundador da China comunista, o General Mao Xinyu numa
entrevista dada, em 06/03/2012, ao “Beijing Times”: “O Presidente (Mao Tsé Tung) era muito rigoroso com os
seus descendentes, e ele próprio também foi muito incorruptível. Olhe para a
nossa família, entre todos os descendentes do Presidente, você pode encontrar
alguém que seja um funcionário ou faz negócios? Você não encontra nenhum.
Porquê? Como Presidente tinha dado um bom exemplo.”
Pois, pois. Imagino as voltas que Mao
Tsé Tung não esteja a dar na sepultura.
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VAI ACONTECER
Vai ser lançado, no próximo dia 21, o
livro “Vogais e consoantes
politicamente incorrectas do Acordo Ortográfico”, da autoria do jornalista Pedro Correia e com a chancela da Guerra
& Paz. Segundo recolho do “Diário Digital”, o livro: “… mostra que o
processo de construção do Acordo Ortográfico é uma estrada pejada de cadáveres:
triunfou uma atrabiliária vontade política, ignoraram-se os alertas da
comunidade científica…” pelo que, “… O
Acordo Ortográfico é tecnicamente insustentável, juridicamente inválido,
politicamente inepto e materialmente impraticável.” Segundo o próprio Autor.
O lançamento ocorrerá em Lisboa, na
próxima terça-feira, dia 21, a partir das 18H30 na Bertrand do Picoas Plaza,
segundo informação que leio em “açucaramarelo.blogspot.pt”. Inimigo figadal que
sou deste (Des)Acordo Ortográfico não faltarei ao evento.
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