"O Mundo não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo que pedimos aos nossos filhos" (Autor desconhecido)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Martha Gellhorn



VIAJANTES, AVENTUREIROS E EXPLORADORES


Martha Gelhorn – (Saint Louis – Missouri (EUA), 08/11/1908 – Londres, 15/02/1998). Uma Mulher excepcional que atravessou o século XX no pleno e em pleno. Romancista, escritora de viagens e jornalista, profissão esta que a levou a cobrir, praticamente, todos os grandes conflitos mundiais do século passado, no que a tornou numa das maiores correspondentes de guerra do século passado.

 

Aos 19 anos abandona, em Filadélfia, o curso universitário e começa a escrever artigos para o “The New Repubic”. Três anos mais tarde (1930) aterra em Paris com 75 dólares no bolso e uma vontade férrea de vencer como correspondente estrangeira. Acaba a trabalhar na agência noticiosa UPI e sobrevive dos magros recursos que lhe pagam pelos seus textos. Descendente de judeus vê, com estupefacção, a ascensão do nazismo e do seu mentor – Adolfo Hitler – na Alemanha e a passividade dos líderes europeus em lidarem com tal perigo.

Após quatro anos parisienses regressa aos EUA, para trabalhar na Federal Emergency Relief Administration, como investigadora, efectuando trabalhos sobre os impactos da Grande Depressão Americana no seio das populações. Os seus relatórios transpõem-na para a notoriedade, advindo daí a sua amizade com a todo poderosa Eleanor Roosevelt, a mulher do Presidente. Destes trabalhos acabará por publicar “The trouble I´ve seen”, onde aborda a Grande Depressão Americana.

Em finais de 1936, na Florida, cruzar-se-á com Ernest Hemingway, com quem virá a relacionar-se mais intimamente e a casar-se (1940). O casal separar-se-á em 1945 e, para Martha Gellhorn, o escritor nobelizado terá sido, dos diversos que teve, o grande amor da sua vida.

 
Martha Gellhorn e Ernest
Hemingway, na China, em 1941
 
Em 1937 está de regresso à Europa e, daí em diante, só findará a sua actividade profissional em 1990, quando a saúde já não lhe permite laborar mais. Da guerra civil de Espanha à invasão do Panamá, serão sessenta anos intensos pelo Mundo inteiro a cobrir conflitos, onde as trincheiras ensanguentadas, os cadáveres empilhados, o troar dos canhões, o caminhar até à exaustão, farão parte do seu dia a dia.

Será o conflito espanhol, para onde se desloca ao serviço da revista “Collier´s Weekly”, a catapultar Martha Gellhorn para o estrelato mundial, quer como repórter de guerra ao publicar “O terceiro Inverno” (1938). A queda da República Espanhola e a vitória do franquismo leva-la-á a que escreva: “… sigo a guerra onde quer que a consiga atingir.”

Desiludida sobre o facto da escrita ajudar a mudar o Mundo para melhor, dirá: “… se tivermos em conta todo o bem que os nossos artigos provocaram, eles terão sido escritos com tinta invisível, impressos em folhas de árvores e perdidos no vento…”

Cobrirá a invasão soviética à Finlândia, percorrerá a Segunda Guerra Mundial onde assistirá, na Checoslováquia, à invasão alemã, integra o desembarque aliado do famoso Dia D e acompanhará o avanço das forças americanas, só parando em Dachau perante os horrores daquele campo de concentração.

Percorre as Sete Partidas do Mundo e a luta pela independência indonésia, a guerra civil na China, a dos Seis Dias no Médio Oriente e o Vietnam foram dos diversos conflitos que palmilhou no terreno. Por motivos de saúde terminou a sua actividade aquando da invasão do Panamá por forças norte-americanas (1990).

“Cidadã do Mundo”, esta inolvidável mulher, após sessenta anos de combate com a caneta, deixou-nos um espólio escrito da sua autoria de cerca duma vintena de livros, onde se englobam, as crónicas bélicas, romances, novelas e uma peça de teatro.

Aos noventa anos, com o cancro avançando no seu corpo e praticamente cega, não permitiu que este o vencesse. Com uma overdose de medicamentos voluntariou-se para o Além e com ela o Mundo perdia, de vez, a que é considerada um dos ícones mundiais do jornalismo de combate.

Não posso deixar de transcrever uma citação sua: “Escrevi ficção porque adoro. E jornalismo por causa da curiosidade que só termina com a morte. Embora eu há muito tenha perdido a fé inocente de que o jornalismo é uma luz orientadora, ainda acredito que ela é melhor que a escuridão total”.

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HISTORIANDO MOÇAMBIQUE COLONIAL




Neutel de Abreu – (Figueiró dos Vinhos, 03/12/1871 – Figueiró dos Vinhos, 08/12/1945 - Neutel Martins Simões Abreu) - Oficial de Infantaria do Exército Português (Major).
 
 
 
 
Referenciado pelos nativos do norte de Moçambique como “Mahon”, aos dezassete anos entrou como, voluntário no Exército. Em 1890 segue para Macau sendo posteriormente colocado em Angola (Moçâmedes), onde se envolve em campanhas militares, após o que regressa à metrópole. Aos vinte e cinco anos de idade e com a patente de Sargento é colocado em São Tomé e Príncipe e, de seguida volta a Angola onde, por motivo de doença (biliosa*) é obrigado a regressar, de novo, à metrópole. Em 1898 é colocado em Moçambique mas, vitimado de novo por uma biliosa retorna, mais uma vez, à metrópole e, no ano seguinte, já restabelecido, volta àquele território, onde acabou por residir os trinta anos seguintes. Em 20 de Julho de 1900 encontra-se como Comandante do Posto Militar do Mogincual e com um raio de acção limitado à área do forte, pois aí acabava a soberania portuguesa já que, mal se transpusesse os portões do mesmo, choviam as flechas e os tiros dos nativos rebeldes. Disposto a acabar com este estado de coisas e imbuído no espírito de Mouzinho de Albuquerque*, que sempre admirou, lança-se a fustigar os rebeldes, acabando por dominar toda a região e desimpedindo as parcas vias de circulação, nos três anos seguintes. Em 1901, atinge o patamar do oficialato, como Alferes. Envolveu-se nas operações de restabelecimento da soberania portuguesa na zona de Angoche, em 1903, combatendo as forças de Farelay**. No ano seguinte é promovido a Tenente e, já nesta altura, Neutel de Abreu tinha sido diversas vezes louvado e condecorado, sendo-lhe reconhecido sempre actos de bravura. Continua a sua actividade militar integrando as colunas que derrotam o Xeque Mamude Amade (Régulo* de Matibane e Quitangonha) e, posteriormente, o Régulo Napipi, na zona de Quinga, em 1904. Conhecedor dos costumes africanos, apesar da sua postura de militar e colonial fez, em Janeiro de 1907, um pacto de sangue com Mucapera, Régulo de Corrane, facto inédito nos anais da história militar portuguesa, em solo moçambicano, o que lhe permitiu arregimentar, sempre que precisava, centenas de homens do regulado, para as várias funções secundárias que as suas campanhas militares careciam, tais como carregadores*, combatentes de segunda linha e pisteiros. Sobre este pacto escreveu Neutel de Abreu: “ Este acto parecerá à primeira vista fantochada, sobretudo para aqueles que não conhecem os usos e costumes dos indígenas. O que é certo é que este acto deu maravilhosos resultados no decorrer da ocupação do Distrito, quer poupando muitos contos de réis ao Estado, quer poupando vidas de soldados porque, considerando-me o régulo seu irmão mais velho depois da nossa aliança, nunca mais se recusou a fornecer os homens armados que eu lhe pedia, não só centos deles mas até milhares. Estes homens fornecidos pelo régulo Mucapera prestaram sempre relevantes serviços em todas as campanhas em que tomaram parte, quase todas as do Distrito e até contra os alemães do Niassa.” É nomeado Capitão-Mor* da Macuana (1909), sedeado no Itoculo, depois de ter soberanizado Nampula (1907) e penetrado, em viagem de reconhecimento, até ao Alto Ligonha, no Distrito de Quelimane para além de ter subjugado os regulados de Ribaué (30 de Abril de 1908) e Murrupula (1909), o que permitiu uma melhor interligação e conhecimento de vastas regiões ignoradas do sul e oeste do Distrito de Moçambique.
 
 
 
Em 1910, integrado nas operações militares de pacificação do Sultanato de Angoche*, trava vários combates contra as forças aliadas a Farelay** e Cobula**. Após a campanha de Angoche, volta as suas atenções para oeste e, a partir de Ribaué, estende a sua acção militar a Malema (1912) e Mutuáli (1913), entre outros povoados, travando combates contra régulos insubmissos, para além de proceder à abertura de estradas e montagens de postos telegráficos. Em 1916 serviu, como Capitão, no decurso da Primeira Guerra Mundial** as forças do Coronel Sousa Rosa** e, em 1917, trava vários combates contra forças rebeldes macondes, nomeadamente em Nacature. Com o findar desta guerra ganha as divisas de Major (1918) e, dois anos depois, a Junta Geral de Saúde declara-o incapaz de continuar serviço, passando à reforma nesse mesmo ano. Dedica-se à agricultura e no exercício da sua actividade, como colono, promoveu a exploração de palmares, no Mogincual. No entanto a sua actividade empresarial não foi tão brilhante quanto a de militar. Falido e doente, é através de ajudas financeiras de amigos que vem à metrópole, em 1930, acabando por não mais voltar a Moçambique, apesar de ter sido convidado a acompanhar o Presidente da República Óscar Carmona na viagem que este efectuou ao território, em 1939 e que teve de recusar por motivos de saúde. Apresentando, ao longo da sua vida de militar e colonial, um invejável palmarés de 13 louvores e 11 medalhas, entre as quais a de Comendador da Ordem da Torre e Espada, recebe uma das últimas consagrações públicas em 28 de Maio de 1943 na Praça do Império, em Lisboa, quando recebe a sua última condecoração. Dois anos mais tarde, na sua terra natal entra, em definitivo na História, o mítico “Mahon”, por muitos considerado o grande conquistador do norte de Moçambique.

Macondes – Povo profundamente estudado pela equipa de Jorge Dias**, presume-se que a sua origem tenha sido do sul do lago Niassa. Apresentam traços culturais com os povos do sul do Zaire e com os Chewas, que habitam as margens do lago Niassa e a sua tradição oral relata que a sua origem vem desse lago, pelo que se podem entroncar nos povos maraves*. Em data incerta emigraram pelo rio Lugenda até à confluência com o rio Rovuma, tendo-se fixado na área de Negomano encontrando, segundo as suas tradições, o planalto desabitado. Em princípios do século XVIII estendiam a sua acção até ao litoral norte e, aguerridos, atacavam navios portugueses. Caçavam elefantes, organizando-se colectivamente, até que a actividade negreira os fez alterar os seus hábitos vagabundos de caça grossa. Tornando-se etnocêntricos, como forma de defesa de incursões externas, os macondes isolaram-se no seu planalto, uma magnífica defesa natural que muito ajudou à sua preservação. Para além da densa vegetação que cercava as suas aldeias, ainda erguiam paliçadas defensivas, sendo também conhecidos as covas que rodeavam as mesmas com estacas pontiagudas no seu interior, onde caíam os seus eventuais inimigos. Os angunes* e os macuas* nunca conseguiram invadi-los, tendo-se criado a fama de serem um povo invencível. Até ao dealbar do século XX os macondes mantiveram-se fechados às influências externas, criando uma homogeneidade cultural muito característica.

Metrópole – Nome do espaço continental europeu de Portugal.

Mucapera – (? - Corrane, 30/04/1932) – Régulo* macua* da região de Corrane. Entrou na história da colonização de Moçambique ao ter efectuado uma cerimónia pública de cruzamento de sangue com Neutel de Abreu, em Janeiro de 1907, no seu regulado, caso raro, senão único mesmo, nos anais da historiografia militar e colonial moçambicana.
 
 
Aliado fiel e incondicional dos portugueses, colocou as suas terras e os seus homens ao serviço do meu irmão como ele próprio frisava referindo-se a Neutel de Abreu, tendo combatido com denodo quem se opusesse a este, a quem fornecia guerreiros, carregadores*, pisteiros, e informações de movimentos de tribos inimigas. A administração portuguesa retribuiu-lhe esta fidelidade à Bandeira, até ao fim dos seus dias, ocorrida a 30 de Abril de 1932, cumulando-o de benesses e honras, contando-se, entre elas, a construção de uma casa de alvenaria e atribuição de uma pensão vitalícia de nove escudos, à época.

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* - Já aberta ficha
** - A abrir ficha posteriormente

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LEITURAS EM PROSA
 

Título: A face da guerra
Autora: Martha Gellhorn
Editora: Dom Quixote    Ano: 2007     Págs.: 461    Género: Reportagem de guerra

 
 
Martha Gelhorn tem para cima duma vintena de livros publicados. No entanto, em língua portuguesa, apenas localizei a obra acima referida, que reputo de preciosa e que foi lançada, na versão original, em 1959 com o título “The face of war” mas que, no correr dos tempos e com a sua presença noutros conflitos que cobriu, a Autora “engordou” o livro, incorporando-lhe novas guerras, excluindo reportagens das primeiras guerras para dar ao mesmo um tamanho razoável, como a própria refere numa nota introdutória.

É assim que, na presente edição, podemos ler vários dos seus artigos sobre conflitos travados na Espanha, Finlândia, China, Segunda Guerra Mundial, Indonésia, Vietnam, Médio Oriente (Guerra dos Seis Dias) e América Central (Panamá) conflitos estes que mediaram entre 1937 e 1990 e que a Autora testemunhou, viveu e sentiu em directo e na primeira linha.
 
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FILME


Título: Hemingway & Gellhorn        
Produtor:  HBO                      Realizador: Phillip Kaufman
Actores principais: Clive Owen (como Ernest Hemingway) e Nicole Kidman (no papel de Marha Gellhorn)
Outro actores: David Strathaim, Rodrigo Santoro.
Ano: 2012     Género: Documento social    Duração: 154 minutos País: EUA
 
 
Entre 1936 e 1945 Ernest Hemingway e Martha Gellhrn mantiveram um relacionamento amoroso que culminou em cinco anos de casados até que se divorciaram. O presente filme é uma reconstituição histórica dessa época e do relacionamento do casal, bem como das suas viagens de trabalho onde cobriram em conjunto ou em separado alguns conflitos (Guerra Civil de Espanha, Guerra da Finlândia, Guerra Civil Chinesa e Segunda Guerra Mundial).

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Título: A espada do Rei
Produtor:                      Realizador: Lek Kitaparaporn
Actores principais: Gary Strech, John Rhys-Davies, Yoe Hassadeevicht, Cindy Burbridge
Ano: 2005    Género:  Aventura   Duração: 83 minutos 



Há uns tempos atrás a “zapingar” diversos canais temáticos de cinema, logrei tropeçar neste filme que nada de especial tem a não ser um pequeno pormenor que mo faz trazer aqui: é que pela primeira vez vejo um filme estrangeiro onde o herói é… um português.

O tema passa-se em meados de 1500, no apogeu da saga marítima lusitana e o filme gira em torno dum aventureiro português (Fernando da Gama) que, vendido como escravo no Reino do Sião (actual Tailândia) acaba liberto e o Rei daquele País acaba por o nomear seu guarda pessoal, juntamente com um outro tailandês. O filme é muito ligeiro, igual a tantos outros milhares que já foram feitos (estamos no “fast movie”) e trata-se duma película de pancadaria e amores, sem nenhum interesse de especial.

Apenas o aponto aqui porque, repito, foi a primeira vez que vi um filme em que a heróica personagem central é um lusitano.
 
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FOTOGRAFIA

 
No dia 24 de Abril passado, em Daca, capital do Bangladesh, ruiu um prédio onde funcionavam diversas fábricas de têxteis, acabando por ceifar mais de um milhar de vidas humanas.

No decurso da remoção dos destroços e tentativa de salvamento de vítimas, a fotógrafa Taslima Akter fotografou este casal de trabalhadores que se abraçaram na hora da derrocada e ali faleceram.

 

Desconhecem-se os nomes destes dois trabalhadores aqui fotografados (nem sabemos se se tinham alguma relação familiar) mas a fotografia é espantosa. Independentemente do horror que ela nos transmite. Ou talvez por isso mesmo.

Eu sugeria que esta fotografia deveria (entre outras) figurar, em grande plano, nas fachadas das sedes das grandes marcas de roupas. É que este casal, como representante duma certa camada explorada, ganhavam 10 a 20 cêntimos por hora … para fabricarem tecidos para a Mango (espanhola) ou Primark (britânica). Entre outras.
 
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PORQUE SÓ HÁ UM PLANETA


 
 
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ACONTECEU

Guiné-Bissau – Numa operação ocorrida em alto-mar em princípios de Abril passado, elementos da DEA* lograram prender e deportar para os EUA José Bubo Na Tchuto, o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau e veterano combatente pela independência do País. Referenciado há muito pela aquela Agência estadunidense como um dos principais promotores do narcotráfico guineense, os norte-americanos lançaram o isco atraindo o militar a um iate onde, presumivelmente, iria encontrar-se e negociar com dois traficantes sul-americanos, mas que mais não eram que dois agentes da DEA. Juntamente com Na Tchuto também acabaram presos dois colaboradores seus, Papis Diemé e Tchami Yalá (este sobrinho do ex-Presidente Kumba Ialá).


Há muito tempo que a Guiné-Bissau é um País adiado. Tornou-se apenas numa placa giratória da rota internacional da droga do eixo América do Sul/Europa. Os seus militares (e também a generalidade da classe política), constantemente envolvidos em golpes e conspirações, são indignos de Amílcar Cabral e de todos os que, como ele, generosamente combateram pela libertação do colonialismo. É inconcebível o estado de pobreza a que atiraram o País deixando as populações à míngua e a viverem da caridade internacional.

Genocidas do seu próprio povo, usando e abusando das desculpas esfarrapadas do colonialismo e da má influência cabo-verdiana, entre outras, têm a seu favor a cobardia política dos europeus que vão-lhes aparando os golpes e a corrupção generalizada e cúmplice da maioria dos membros da CEDEAO** onde, em diversos dos países integrantes, existe ou uma forte instabilidade política e militar ou uma forte crise económica e social.

Valha-nos, ao menos, este tipo de actuações (a prisão de Na Tchuto pelos norte-americanos) para ainda podermos crer que nem tudo está perdido. Por isso não subscrevo as palavras do José Ramos Horta (Alto Representante da ONU para a Guiné-Bissau) quando disse: “Estou triste por ver um veterano e combatente da luta pela independência deste País acabar numa prisão norte-americana por tráfico de droga.” Contrariamente a José Ramos Horta (personalidade que eu respeito muito) eu estou muito satisfeito. Lembram-se do General Manuel Noriega, Presidente do Panamá? Os norte-americanos foram lá, invadindo o País e trouxeram-no (1990), acabando julgado e condenado como narcotraficante.

Só lamento é não ver aquela corja corrupta toda encafuada duma vez… e em prisão perpétua. Com o General António Indjai à cabeça.

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* DEA – Sigla de Drug Enforcement Administration, força policial norte-americana encarregue do combate ao tráfico de estupefacientes, quer em território nacional quer no estrangeiro.


** CEDEAO – Sigla de Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que englobam o Benim, Burkina-Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné Conakri, Guiné Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
 

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China – Kong Dongmei, neta de Mao Tse Tung, foi considerada uma das mulheres mais ricas da China, estando colocada em 242º lugar no ranking dos milionários chineses, segundo a revista “New Fortune”, editada naquele País, a qual lhe atribui uma fortuna avaliada em 620 milhões de US dólares.
 
 
Nada mau para quem, em 2001, abriu uma livraria em Pequim, onde se exaltava, patrioticamente, o fervor revolucionário do maoísmo, assente nas bases sólidas dum proletariado rural. Isto para além de estar acusada de ter violado a “lei do filho único”, ao ter dado à luz três descendentes.

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Já agora é interessante uma afirmação dum outro neto do Pai fundador da China comunista, o General Mao Xinyu numa entrevista dada, em 06/03/2012, ao “Beijing Times”: “O Presidente (Mao Tsé Tung) era muito rigoroso com os seus descendentes, e ele próprio também foi muito incorruptível. Olhe para a nossa família, entre todos os descendentes do Presidente, você pode encontrar alguém que seja um funcionário ou faz negócios? Você não encontra nenhum. Porquê? Como Presidente tinha dado um bom exemplo.
 
 
Pois, pois. Imagino as voltas que Mao Tsé Tung não esteja a dar na sepultura.

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VAI ACONTECER

Vai ser lançado, no próximo dia 21, o livro “Vogais e consoantes politicamente incorrectas do Acordo Ortográfico”, da autoria do jornalista Pedro Correia e com a chancela da Guerra & Paz. Segundo recolho do “Diário Digital”, o livro: “… mostra que o processo de construção do Acordo Ortográfico é uma estrada pejada de cadáveres: triunfou uma atrabiliária vontade política, ignoraram-se os alertas da comunidade científica…” pelo que, “… O Acordo Ortográfico é tecnicamente insustentável, juridicamente inválido, politicamente inepto e materialmente impraticável.” Segundo o próprio Autor.

 
 

O lançamento ocorrerá em Lisboa, na próxima terça-feira, dia 21, a partir das 18H30 na Bertrand do Picoas Plaza, segundo informação que leio em “açucaramarelo.blogspot.pt”. Inimigo figadal que sou deste (Des)Acordo Ortográfico não faltarei ao evento.

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